Correio da Cidadania

Segue o líder!

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Cronicavírus in Brazil (5)


Arte: Correio da Cidadania

Mal terminávamos o último episódio na sexta-feira a tarde quando poucas horas depois fogos eram ouvidos na vizinhança. Era gol do Brasil! Virávamos o jogo pra cima dos russos e assumíamos a vice-liderança, mesmo com técnico interino, do mundial de cronicavírus!

Entre as idas e vindas da seleção na vice-liderança, quando em questão de horas a Rússia nos passava e em seguida a passávamos, e assim sucessivamente, conseguimos consolidar entre o sábado e o domingo o segundo lugar como sendo nosso. E na manhã desta segunda-feira, por volta das 10 horas da manhã, já superamos os russos em 12 mil casos; dada nossa taxa de crescimento diário, bem maior que a deles, não haverá mais possibilidade de sermos superados pelos rivais se continuamos na crescente. Neste caso a subnotificação não altera os resultados, pois eles estão com o mesmo problema em grau muito parecido. Segue o líder!

Seguramos a vice-liderança com 365 mil casos totais registrados(*), dos quais aumentam a uma taxa de aproximadamente 18 mil por dia e que já produziu 22 mil e 746 mortes, a uma taxa de pouco menos de mil por dia. Mais uma semana chegaremos à cifra dos 30 mil, meta que tanto gracejou o Palhaço Bozo ao longo das últimas décadas.

E a comemoração veio no domingo. Milhares de súditos do New Brazil saíram às ruas com suas camisetas amarelas, a celebrar o êxito. Em Saint Paul City (antiga São Paulo), houve uma interação tremenda com policiais militares que batiam continência para a torcida, que por sua vez comemorava com cartazes que pediam a cabeça de Johnny Dólar, o governador local, chefe desses policiais, além de bandeirões da franquia ucraniana do programa do Palhaço Rambozo, The Original – o mesmo que no New Brazil é de autoria do Palhaço Bozo.

O engraçado foi a explicação da polícia nas redes, de que, por acaso, a continência que seria para homenagear policiais mortos em um acidente de trânsito no dia anterior teria sido marcada na mesma hora da comemoração da torcida do New Brazil. Se é verdade, nunca saberemos, pois o que não falta no nosso reich tropical é informação desencontrada e a autoverdade. De toda forma fica a nota de que os newbrazilians de esquerdas jamais viram tamanha demonstração de afeto policial militar acontecer ocasionalmente em suas marchas.

Mas uma ação ‘daqueles que torcem contra’, nas palavras do Palhaço Bozo, digna de nota, ocorreu em Joy Port, a antiga cidade de Porto Alegre renomeada pelos coaches-gurus do New Brazil. Um grupo bastante grande de pessoas vestindo preto, muitas oriundas das antigas torcidas organizadas, foi às ruas e impediu que os súditos bovinizados comemorassem esta triste vice-liderança. Observemos e torçamos para que uma atitude como esta inspire mais pessoas.

- Mas esqueçam esses gaúchos amargos que torcem contra! Por um breve momento fui acometido pelo vírus comunista e peço perdão ao leitor por misturar política em um texto técnico-descritivo, daqueles que obedecem aos manuais do bom jornalismo que aprendemos nas universidades.

E voltando à nossa seleção: com audiência e torcida podemos, e temos de ir juntos, em um só coração. Vamos, milhões em ação, nos unir e pintar todas as nossas máscaras e janelas de verde e amarelo para torcer pela seleção!

Porque a batalha é dura! O líder, a Terra da Liberdade, do alaranjado imperador Rambozo, the Original, parece imbatível. O treinador não é português e o centroavante não pinta o cabelo com água sanitária, mas a pontuação da equipe é tremenda. Um milhão e seiscentos mil casos registrados, 23 mil por dia (3,5 a mais que nós) e 100 mil mortes (1200 por dia, contra 950 nossas), 4 ou 5 vezes mais que nós.

Será uma disputa e tanto pela liderança desta tabela e sem que o Palhaço Bozo nos traga um novo treinador, de preferência alinhado com seu ambicioso projeto de colocar o New Brazil no topo e trazer a sexta estrela, será ainda mais difícil. Pode até ser o interino, pois está indo bem. Mas sem que seja efetivado, será muito difícil conseguirmos, apesar dos enormes esforços e talento dos nossos meninos de ouro. Caso a decisão venha logo, Rambozo que se cuide!

Sigamos o líder!

Fita liberada: conheça mais personagens, diretores e roteiristas

No bojo do entusiasmo com a seleção, o programa do Palhaço Bozo realizou uma performance espetacular na noite da última sexta-feira, o que nos fez antecipar a crônica da semana, pois precisamos estar sempre um passo à frente do New Brazil, jamais um passo atrás – caso contrário acabaremos mortos de desgosto e inanição mental.

Vamos ao que interessa: tudo começou com a produção do Domingão do Centrão liberando a tão esperada fita obtida por eles, que vimos nos capítulos anteriores, por indicação do Super-Pato, de reunião da equipe de produção e roteiro do Palhaço Bozo.

Dizia o Super-Pato, quando de sua saída, que essa fita finalmente tiraria o programa do Palhaço Bozo do ar e abriria concursos públicos para um novo concurso de palhaçadas em cadeia nacional. Mas não foi nada disso. Ou foi? Deixo que o leitor tire suas conclusões.

Vejamos o conteúdo da fita tão esperada.

Na reunião e ao lado do Palhaço Bozo estavam o Super-Pato, que permaneceu calado quase o tempo todo; o General Eugenia, braço direito de Bozo e personagem que encarna um senhor boa praça, cuja primeira piada ao público levou a expressão ‘branqueamento da raça’, além do Diretor Braguilha Aberta, o condutor do debate e um dos principais diretores do programa do Palhaço Bozo, que cuida desde a equipe de roteiristas e filmagens até cenografia, áudio e todas as áreas que permeiam um programa nacional de palhaçadas. Além deles, havia toda uma equipe, que iremos apresentar a seguir, a partir justamente dos esforços do Palhaço Bozo e do Diretor Braguilha, que anunciava uma falta de ‘sinergia’ da equipe.

O Palhaço Bozo lançava um olhar de ódio para o além, e dava espasmos de tiques nervosos, imperceptíveis quando devidamente maquiado diante das câmeras, enquanto o Diretor Braguilha anunciava, às graças, o programa New Brazil Pro. Que aparentemente sugere a duração de 10 anos repercutindo as piores piadas do Palhaço Bozo nesses tempos de pandemia de cronicavírus.

E após uma fala com piadas repetidas do Palhaço Bozo, os diretores do programa, recém saídos do fundo do esgoto da história, uma terra ainda mais distante do que a lata de lixo da história, foram apresentando-se, um a um, a si mesmos e suas próprias piadas.

O primeiro deles, provando que o ditado estava errado e que há males que vêm para o mal, foi o Diretor Ricardo Males, mais conhecido como ‘o babaca do negacionismo’, por contrariar a ciência e defender que o aquecimento global não existe e que, pasmem, devastar o que sobrou de áreas naturais é, não apenas inofensivo, como engrandecedor.

Eis outro exemplo da lógica alucinada deste quarto reich chamado New Brazil. Resumindo sua esquete, Males falou rapidamente em satirizar o concorrente/cooperativo Domingão do Centrão, e disse que o programa deveria aproveitar o excesso de humor em torno da pandemia de cronicavírus para aprovar alguns roteiros que ironizassem indígenas, camponeses, a fauna e a flora deste pedaço de continente que hoje se chama New Brazil. Até que acabou cortado pela PF (veja bem, não estou falando da Polícia Federal, quem cortou a transmissão foi um Prato Feito) por satirizar de forma vulgar um país vizinho.

La garantía soy yo, não vão tirar meu programa do ar por filigranas’, bradou o Palhaço Bozo, seguido de urras e gargalhadas dos outros presentes, logo da volta da interrupção. “Tenho amor por esse programa e podem me envenenar por isso”, gracejou, antes de lançar a seguinte piada, interrompida por outro corte dos Pratos Feitos.

“Quem nunca ficou atrás da porta escutando as conversas dos filhos? Depois que engravida ou que encheu os córneos de drogas, não tem mais o que fazer no tocante a essa ‘cuestão’. Por isso, vou interferir”, gritou o Palhaço Bozo antes que outro diretor engravidasse ou pedisse mais drogas, mostrando toda a preocupação possível para que o programa não saísse do ar. Afinal, os amplos estúdios no centro do país são o sonho de consumo de qualquer programa de palhaçadas que se preze. Mas sem drogas psiquiátricas e bebês mamando, por favor, isso seria muito politicamente correto.

A reunião era interna, e séria, e as piadas completamente involuntárias. Na sequência, o ex-técnico da seleção, aquele que já esquecemos o nome e que substituiu o GPS (Gordinho do Plano de Saúde; ver segundo episódio), falou na fita de abril que carregávamos ótimos números no campeonato mundial de cronicavírus e antecipou, dias antes de aparecer demitido, todo o êxito esportivo que agora acompanhamos. Um grande injustiçado em todos os sentidos, coitado.

Já o representante de um banco-parceiro-público-privado que patrocina o programa, em consonância com o lobby que o Palhaço Bozo ensaia sobre suposta cura do cronicavírus, afirmou: “tomo um litro de água sanitária se preciso for”, e a plateia vibrava!

Logo em seguida, um outro diretor, que também assume o lento e venenoso personagem de Chanceler Xixi em alguns episódios do programa – e assim o chamaremos, conforme nomeação do próprio Palhaço Bozo – entrou em cena com seus trejeitos, rápidos como um bicho-preguiça, e sua já conhecida falta de medicação psiquiátrica, afirmando a todos que o New Brazil tem a missão de encabeçar a implementação de franquias do programa do Palhaço Rambozo (como a nossa) em outros países. O reich precisa se expandir!

Concordando com ele, a inominável Diretora da Familícia e Humanos Direitos surgiu de algum bueiro desesperada com a população de ciganos no New Brazil que só aumenta e ‘torce contra’. De certo um tema que lhe despertou a atenção após viagem à Hungria, onde teve a honra de oferecer um show de standup comedy aos pacatos governantes locais.

Mas antes de voltar ao New Brazil, passou na Ucrânia para trazer sua secretária, a Loira do Banheiro Nazista (ver episódios 2 e 3), que agora acumula sua função na diretoria com o cargo de organizadora e porta-voz da milícia armada dos 299 do New Brazil, que todavia acampa em frente aos Estúdios Bozo, em Brazilia DC. Haja tempo!

Mas não é de ciganos que viveram as piadas da nossa inominável diretora. Ela ainda elogiou o programa Amazônia Viral, do qual falaremos nas próximas semanas, como um grande sucesso e adiantou uma piada que o Palhaço Bozo poderia fazer ele mesmo, ou delegar a ela em algumas das suas aparições – afinal de contas, os diretores e roteiristas também carregam seus próprios personagens ocasionalmente no programa ao vivo.

Diz a piada que os cristãos são perseguidos em nosso país: “parece que é proibido ser temente a Deus neste país. Voltamos ao império romano”, reclamou, e após um longo standup, teve de ouvir o Diretor dos Jogos de Azar e Exploração da Prostituição Infantil, outro nematelminto inominável, pedir a liberação de enormes ‘resorts integrados’, compostos de cassinos, hotéis e bordeis.

Um verdadeiro paraíso para bilionários, depois é claro, dos Gulags canavieiros que gostaríamos de empreender, mas nos falta investimento. Seria um grande sucesso, podem apostar. Feito por nós, especialmente para vocês, caros investidores. Inclusive fariam um enorme usufruto do empreendimento. Peçam meu e-mail para o editor do jornal e podemos começar um plano de metas e investimentos juntos. Quem sabe umas pesquisas de mercado pra lançar nossa própria novilíngua?

Mas deixando futuros jabás de lado e voltando ao empreendimento de cassinos y otras cositas más do nosso diretor inominável, tivemos o rechaço da nossa também inominável Diretora da Família e Humanos Direitos: “Isso é coisa do Diabo!”

E causou muitos risos na audiência de todo o nosso country. Mas logo o diretor preferido de Bozo, que teve incorporadas artificialmente algumas peças importadas de Chicago e outras de Santiago, colocou panos quentes na discussão e acalmou nossa inominável diretora com promessas de prosperidade e bons quadros de humor.

New Brazil Uber Alles!

E para finalizar as apresentações dos personagens mais caricatos desta maravilhosa reunião, chegou a vez do Diretor Wein Scheisse, que cuida do tocante da ‘cuestão’ educacional do programa do Palhaço Bozo, dar o seu show particular.

“Me ferrei”, começou. “Eu por mim (jura?) colocava todos esses vagabundos na cadeia”, referindo-se a juízes, parlamentares, prefeitos e governadores. Confesso que já sonhei com semelhante situação, mas em um contexto totalmente diverso, risos internos aqui... de nervoso.

Mas o Diretor Scheisse não parou por aí. Fez um enorme standup apaixonado, uma verdadeira declaração desesperada de amor ao programa do Palhaço Bozo e ao New Brazil. E assim como a Rede Goebbels, os ‘democratas-de-plantão’ e os ‘novos-defensores-da-liberdade’, porém de forma diversa, invocou uma grande união fraterna entre todos nós, em torno do Palhaço Bozo: por piada, reich e familícia.

“Chega de povos indígenas!”, esbravejou! “Odeio esse negócio de povos indígenas que só traz privilégio e teta! Todos temos que ser newbrazilians, e ponto final! Luto por isso e só me ferro”, discursou, quase chorando com seu forte sotaque mooquense da região da Bavária, ‘meo’!

E recebeu afagos do Palhaço Bozo após esse discurso pra lá de militante: “é isso aí! E quem não quiser assim pode sair fora ou esperar sentado na mamadeira, taoquêi?”, e gargalhadas dos fãs.

E nesse misto de ‘chororô’ e ‘mimimi’ – novos verbetes da novilíngua própria do New Brazil – continuou seu show particular, não sem que tenha prometido encerrá-lo, em vão, por diversas vezes.

Nota: um mês após a data da reunião gravada, o Diretor Scheisse sofreu um revés tremendo com o cancelamento de importante Exame Nacional, organizado por ele, contra o qual lutou com cruzes e blietzkriegs a fim de evitar o cancelamento por conta da pandemia de cronicavírus.

E era tudo tão fácil... bastava a Rede Goebbels elogiar as falas e atitudes desses senhores para que cada um deles fosse devidamente demitido. Mas nem a isso essa corporação colaboracionista se presta a fazer. E vemos aqui e ali o quão sútil é o colaboracionismo arrependido dela.

Ninguém vai pegar o meu telefone no tocante a essa ‘cuestão’

Enquanto isso, o Palhaço Bozo vai jogando no erro dos ‘defensores da democracia’.

Recapitulando: tudo isso que narramos aqui aconteceu ao mesmo tempo: assumimos o segundo lugar do campeonato, a fita da reunião de abril finalmente chegou na Rede Goebbels e o Palhaço Bozo saiu de rolê aleatório no estacionamento do Planalto (onde ficam seus estúdios) para comentar o conteúdo da fita. Tudo ao mesmo tempo, confundindo enormemente as ligações entre neurônios que restam em nossas mentes esgotadas.

E já chegou ali no curralzinho, onde conversa com jornalistas soviéticos intimidados pelo enorme rebanho newbrazilian que se forma em torno do líder-palhaço, trajando uma marcada anti-cronicavírus com um desenho da sua própria cara de palhaço. Tirou-a antes de começar a falar, atraindo toda câmera e holofote para a máscara, anunciando que na primeira pergunta fora do contexto da fita, terminaria ‘a brincadeira’.

E aparentemente os jornalistas soviéticos se prestaram a respeitar o conselho e permitiram que o Palhaço Bozo oferecesse quase uma hora de um monólogo de intermináveis piadas repetidas e de mau gosto. Sei que o leitor gostaria de vê-las reproduzidas neste isentíssimo relato jornalístico, mas não é necessário ir a fundo. O importante é entender que ele jogou no erro dos adversários dentro do mercado de programas públicos de palhaçadas.

Defendeu-se do ataque do seu antigo aliado e ex-diretor-personagem Super-Pato, reiterou cada um dos pontos tocados na reunião que descrevemos acima como positivos e mensageiros de novos tempos, repetiu piadas que vimos em episódios passados, algumas novas e reiterou seu lobby em prol do mercado de água sanitária. Aí tem coisa.

“Ninguém vai pegar meu telefone”, terminou a fala esbravejando contra a decisão de alguns senhores que outrora o apoiaram e que agora vem sendo absolutamente ridicularizados pelo programa e sua audiência.

“Meu cheiro é o mesmo de vocês, de cocô. Vamos feder igual. Não tem o que falar, cala a boca, fica quieto”, e gargalhadas soaram.

“Pra que levar o terror ao povo? Todo mundo vai morrer! Água de xuca já salvou soldados porque água sanitária não poderia salvar? Meu telefone não será entregue! Eu só quero que o Brazil se acerte pra dar alegria pro meu povo”, finalizou

E por mais absurdo que tudo isso possa parecer, dessa forma ele consegue claramente fidelizar ainda mais sua já fiel e bovinizada audiência. Mantendo o corte de 30% da audiência, nem se preocupa com o Domingão do Centrão da concorrência, ou com os palhaços-sérios da turma do velho Moluskowski. Já segura a audiência o suficiente para o programa não sair do ar.

E é assim que o Palhaço Bozo calcula o prosseguimento do seu lamentável programa de palhaçadas. Mas o números ‘daqueles que torcem contra’ só faz aumentar. Como será o embate com a audiência radicalizada do Palhaço Bozo? Tormentas agitam nossos ares e apontam que não aguardarão o final da pandemia de cronicavírus, mas só o tempo dirá. Vejamos em um próximo episódio se a tormenta já passou ou se o céu só seguirá cinzento por mais algum tempo no New Brasil. Isso se o Diretor Braguilha não nos impedir e nossas hemorroidas não forem tocadas.

E eles o querem muito ao que parece.

Nota: 

*: Os dados de contaminação foram checados no site World Do Meters; checados em 22/05 às 20h, em 24/05 às 15h e novamente em 25/05, antes de finalizar o episódio: https://www.worldometers.info/coronavirus/ 

Leia os outros episódios da série:

Cronicavírus in Brazil: tudo do pior que podemos apresentar

Cronicavírus in Brasil (2): milicianos, terraplanistas e outros seres da lata de lixo da história rumo ao Hexa!

Cronicavirus in Brazil (3): com vocês, a Namoradinha de Auschwitz - e outras histórias

Cronicavírus in Brazil (4): Tiros, compras e água sanitária

Raphael Sanz é jornalista e editor-adjunto do Correio da Cidadania.

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