Correio da Cidadania

Lula na paralela de FHC

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Têm razão os petistas que se irritaram com a última declaração de Lula, em defesa do mandato de Bolsonaro. Está bem que não seja a favor de um processo de impeachment. Mas que se mantenha reservado e deixe para os bolsominions a defesa do governo que a cada dia mostra mais explicitamente seu apreço pelo retorno de um regime autoritário.

Se de um lado vemos FHC pedir “paciência histórica” com a antessala do fascismo à brasileira, de outro Lula diz que a esquerda mundial está sem discurso. Falso. Pode não estar no poder. Mas cresce sua expressão no próprio centro do imperialismo - onde Bernie Sanders, ao contrário de Lula, não hesita em se afirmar de esquerda e socialista.

Cresce sua expressão em Portugal, na Espanha, na Alemanha, com votações expressivas de seus partidos. Cresce na França onde, há três meses, as mobilizações maciças de rua impedem que o governo Macron aprove a privatização da Seguridade Social.

E cresce no Chile, onde, sob silêncio da mídia continental a resistência progressista colocou o governo Piñera no canto do ringue e abriu caminho para um processo constituinte.

Sem discurso parece estar o próprio Lula, que prefere consolidar sua rejeição a ser de esquerda. Nesse caso, o silêncio é muito mais eficaz e menos constrangedor do que o discurso ao vento.

Milton Temer é jornalista e ex-deputado federal.

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