Correio da Cidadania

As perspectivas colocadas pelo governo Lula e o papel dos movimentos sociais

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O que, finalmente, deve predominar no governo Lula de agora em diante? Serão levadas adiante as propostas ortodoxas, a despeito de tantas “promessas” em contrário?

Fagnani considera que, quando assumiu o mandato, Lula teve um discurso positivo, na medida em que considerou a alternativa de fazer crescer a economia, aumentando a receita em vez de cortar gastos. “O crescimento econômico voltou, desta forma, à agenda do país, após 26 anos fora desta”.

Mas, a se tomarem como termômetro as discussões no Fórum Nacional da Previdência Social, não há como ficar tão otimista. Percebe-se, em realidade, um caminho em rota de colisão com as alvissareiras “promessas” do presidente, na medida em que assume peso crescente a participação de representantes do Estado mínimo e da ortodoxia fiscal – os mesmos que, infelizmente, já comandam as apreciações da grande imprensa, criando um falso senso comum a partir de uma evidente manipulação de informações.

“O Fórum não vai decidir nada, é somente um espaço para que surjam propostas. Mas, a partir do Fórum, as propostas vão para o Congresso Nacional. O risco, portanto, de essas propostas mais ortodoxas ganharem força é realmente muito grande”, diz Fagnani. Ao mesmo tempo, o economista se mostra otimista quando tem em conta que “estamos diante de um discurso fácil de desmontar, vez que todo construído em torno de mitos. Assim, imagino que argumentos não faltam para se construir e defender um caminho totalmente alternativo”.

As movimentações sociais que parecem entrar em novo momento de efervescência no país são também um outro alento na contraposição a essa tendência dominante e à criação desse senso comum em detrimento de direitos sociais e trabalhistas. Estiveram aí as manifestações de março, abril, maio e, agora, junho, de estudantes, entidades e organizações, mostrando um grande fôlego da população na luta pelos seus direitos.

Para se preparar e, quiçá, vencer um embate que, visível e inevitavelmente, vai ocorrer, a tarefa é justamente fomentar esse debate para a apresentação de alternativas. E o desafio é conseguir acumular forças via maior conscientização e combatividade dos movimentos sociais.

 

 

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