Correio da Cidadania

Resultado eleitoral da Venezuela

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Eleição é sempre uma caixinha de surpresas. O resultado da eleição presidencial da Venezuela é um bom exemplo disso.

 

O candidato favorito no começo da campanha era Nicolás Maduro, ex-ministro de Relações Exteriores do país e nomeado por Chávez seu sucessor na presidência da República.

 

Segundo as pesquisas eleitorais feitas no início da campanha, Nicolás Maduro iria vencer o pleito com quase 20 por cento a mais de votos que seu opositor.

 

Contudo, apurados os votos, terminou vencendo por uma diferença mínima: menos de dois por cento.

 

Isto significa que a dificuldade que Maduro terá para governar a Venezuela será maior ainda que aquela que se previa.

 

A pífia diferença de votos deixa ver que o eleitorado de Chávez não tem por Maduro o mesmo entusiasmo que tinha pelo “Comandante”, apesar de este ser o fiel depositário dos valiosos avanços socioeconômicos promovidos pelo falecido presidente.

 

Parte desse resultado desanimador deve-se ao desempenho medíocre de Maduro na campanha eleitoral, do qual um dos exemplos é o relato ridículo do recado que Chávez lhe deu pela voz de um passarinho.

 

Não ajudou nada também o sórdido ataque que fez ao seu adversário, insinuando que o mesmo seria um homossexual.

 

De qualquer forma, Nicolas Maduro está eleito. Agora, seu problema é enfrentar a crise econômica decorrente da drástica redução dos preços do petróleo.

 

Sem esses recursos, ele terá, necessariamente, que reduzir os benefícios que Chávez concedeu às camadas mais pobres da população. Isto, obviamente, provocará um enorme desgaste.

 

De nada lhe adiantará explicar que Chávez é o responsável por essa crise, em razão da política econômica que adotou em seu governo – política esta que, ao lado e a despeito dos citados valiosos avanços socioeconômicos, significou o desperdício dos enormes recursos decorrentes das exportações de petróleo na concessão de subsídios ao consumismo da população, em detrimento de investimentos na industrialização e agricultura do país e melhoria da sua infraestrutura econômica.

 

Brevemente, estaremos ouvindo notícias de protestos e rebeliões naquele país.

 

Aliás, os primeiros sinais disto já se fizeram presentes: o candidato derrotado contesta o resultado, sob a alegação da ocorrência de fraudes no processo de votação.

 

Fraude improvável, conforme atestam variados observadores internacionais, mas que não impediu a direita de voltar a incorrer na violência extra-institucional, assassinando sete pessoas nas ruas do país em seus protestos nada democráticos e atacando postos de saúde e sedes políticas do chavismo.

 

Os jornais noticiam que a União Europeia, com razão preocupada, fez um apelo aos venezuelanos pela unificação do país. Apelo muito oportuno, tendo em vista, inclusive, que a história da Venezuela é marcada, desde o início, pelas divisões e lutas internas.

 

Oxalá este apelo seja ouvido pelos venezuelanos. E que os resultados das urnas sejam respeitados. Esse é o jogo democrático.

Comentários   

0 #2 Resultado eleitoral ...Tiago Thorlby 23-04-2013 11:05
Dizem que a campanha do Maduro foi "pífia".
Nem isso, porém, explica o fraco resultado da Revolução Bolivariana nas recentes eleições na Venezuela. Então, qual o motivo? ... povo ingrato/sem consciência?
Ou, as coisas não são como aparecem e a população do campo e dos morros preferem o "luxo" da classe dominante (cf Joãozinho 30)
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0 #1 RE: Resultado eleitoral da VenezuelaJosé Safrany Filho 19-04-2013 12:20
Pelo visto, a ideologia de vocês é a conciliação de classes e crítica, fazendo coro com os conservadores e inimigos externos, ao trabalho, embora compassado mas firme, do processo bolivariano rumo ao objetivo socialista, que vocês, timidamente, mencionam com um fraco melhoras sociais. Nenhuma sociedade humana é perfeita e o processo comente seus erros, muitos involuntários, contudo conseguiu enormes avanços, reconhecidos até pelos não necessariamente socialistas e simpatizantes. Contudo, conciliação com os inimigos de classe e acordos espúrios com os imperialistas e seus lacaios locais, NUNCA LEVARÁ A NADA!
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