Correio da Cidadania

Aviação e Desconsideração

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A cada minuto e meio, um avião percorre uma grande área da cidade de São Paulo a fim de aterrissar ou decolar no aeroporto de Congonhas.

 

Ou seja, a cada minuto e meio, uma parcela da população corre o risco de ser atingida pela queda de um avião, além de sofrer o ronco insuportável dessas aeronaves raspando seus telhados.

 

A pista de Congonhas é pequena e não oferece facilidade para sua ampliação, de modo que os passageiros também correm sério perigo.

 

Há quatro anos, duzentos seres humanos perderam a vida, entre passageiros e pessoas que se encontravam nas casas sobre as quais caiu um avião da TAM, após ultrapassar a pista.

 

No dia anterior ao desastre, uma aeronave havia escapado por pouco do mesmo destino, fato que um controlador de vôo comunicou à Infraero sem que esta tomasse qualquer providência.

 

Para se ter uma idéia da gravidade do perigo, basta mencionar que Congonhas foi degradado de aeroporto internacional a aeroporto nacional e que nenhuma empresa de aviação estrangeira autoriza o pouso de seus aviões por lá.

 

Nos quatro anos seguintes ao desastre, as autoridades públicas se limitaram a construir um tapume no local devastado pelo acidente.

 

O processo criminal instaurado para apurar responsabilidades pelas duzentas mortes ainda não foi julgado e a promessa de construir um monumento para lembrar a memória das vítimas segue mofando na gaveta do prefeito Kassab.

 

Certamente as autoridades estão esperando que caia outro avião para tomar providências, pois de outro modo não se pode explicar tamanha inércia.

 

A desconsideração e a falta de imaginação dos nossos governantes estão impedindo que se dê ao problema uma solução rápida e barata.

 

O aeroporto de Congonhas encontra-se a aproximadamente um quilômetro da ferrovia que margina o rio Pinheiros. Se for construído um ramal de metrô ligando o aeroporto à linha férrea, pode-se projetar um trem-bala de São Paulo ao aeroporto de Viracopos, seguindo pela grande faixa que existe entre as duas pistas da rodovia dos Bandeirantes.

 

Assinale-se que essa faixa superdimensionada foi construída de tal modo precisamente para possibilitar o tráfego de um trem ligando São Paulo a Campinas.

 

Com a estrada, o aeroporto de Congonhas passaria a ter a função apenas de terminal aeroviário. A pista poderia ter vários usos: construção de avenidas, parques e edificações.

 

Os passageiros fariam o check-in e a entrega de bagagens em Congonhas, como atualmente; entrariam no trem bala e, após vinte minutos de viagem, estacionariam na porta dos aviões, diretamente.

 

Rápido, barato, racional. Faltam apenas consideração pelo povo e imaginação.

 

 

 

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