Correio da Cidadania

A alma é guardiã do tempo e refúgio dos nossos sonhos

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“Matar o sonho é matarmo-nos. É mutilar a nossa alma. O sonho é o que temos de realmente nosso, de impenetravelmente e inexpugnavelmente nosso.” (FERNANDO PESSOA, Livro do Desassossego, Editora Companhia das Letras, 2011, p. 308)



1. TENHO MEDO

Tenho medo
Daqueles que
Ocultam o medo;
Tenho medo
Daqueles que dizem
Que fazem tudo
Sem medo;
Tenho medo
Do poder daqueles
Que dizem
Não ter medo;
Tenho medo
Daqueles que
Dizem ser
Donos do medo!
Tenho medo também
Daqueles que cuidam
Do cofre que guarda
O medo deles;
Só não tenho medo
Dos seres como eu
Que dizem ter medos,
Por isso renovam
Suas esperanças
Todos os dias,
Apesar do medo!

2. A ALMA É O COFRE DA RAZÃO

Por mais indignação
Que nasce da minha razão,
Do meu estado mental,
Ora vou
Andar pelas
Trincheiras,
Ora pelos
Campos abertos,
Ora me perco
Em labirintos
Desconexos, sem vãos.

Já não sei
O que pode
Abater
A alma,
Quando
Os sonhos
Já não os vejo
Tão nitidamente...
Basta um fiapo
Da fresta
Da esperança
Que o rumo
Vai chegando...

Não chove
Em deserto
Não semeado.
Quem lavra
Para plantar
Flores,
Colherá
Primaveras!

3. ALMA, REFÚGIO DOS SONHOS!

Nossos sonhos nascem em nossa alma,
Andam com nossas pernas,
Refletem em nossos pensamentos,
Trabalham com os nossos braços e mãos,
Avistam com os nossos olhos,
Choram pelas nossas lágrimas,
Sentem o cheiro pelas nossas narinas,
Cantam e falam pela nossa boca,
Ouvem pelos nossos ouvidos,
Agitam-se pelo nosso sangue
Bombeando com o coração
Nosso corpo inteiro!

Nossos sonhos não morrem
Porque nossa alma cultiva-os
Regando-os diariamente.
No silêncio cotidiano
Nossa alma
É o refúgio dos
Nossos sonhos!
Ninguém poderá matar
Os nossos sonhos;
Nossa alma,
Nunca poderão
Aprisionar!

Roberto Antonio Deitos é poeta e professor da Unioeste.

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