Correio da Cidadania

A guerra está aqui

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Foto: Reprodução IELA – Instituto de Estudos Latino Americanos

O sinhozinho do mal, Joe Biden, aproveitando-se de que o parceiro mais importante da Venezuela, a Rússia, está neste momento ocupado com a guerra na Ucrânia, decidiu reavivar a Ordem Executiva de 8 de março de 2015, firmada por seu irmãozinho Barack Obama contra o país sul-americano. O documento naqueles dias apontava a Venezuela como uma ameaça aos Estados Unidos, servindo de base para o início das sanções contra o país, bem como para a guerra econômica desatada que inclusive tem surrupiado bilhões de dólares do povo venezuelano. Com esse roubo dos recursos (incluindo 32 toneladas de ouro) que estão em bancos fora da Venezuela, o país não tem conseguido sequer comprar remédios para abastecer a população. Um crime sem tamanho que não recebe qualquer visibilidade por parte da mídia mundial.

Agora, no último dia três de março, Biden resolveu reavivar a Ordem Executiva para seguir acossando a Venezuela. O motivo é o mesmo que foi apontado em 2015: de que a Venezuela ameaça a segurança nacional. Quem conhece os Estados Unidos sabe o que isso significa: ameaça aos interesses econômicos e geopolíticos do governo dos EUA. Sim, porque qual é a força que a Venezuela tem que pode ameaçar aos Estados Unidos? Um pequeno país dependente da América Latina, sem armas nucleares. Ah, sim, a Venezuela tem as maiores reservas de petróleo do mundo e tem insistido em ser um país soberano, sem alinhar-se aos interesses do império. E é por isso a sua sentença de morte. Os EUA bem que tentaram acabar com Chávez, com Maduro, mas ainda não conseguiram acabar com a revolução bolivariana. Isso é ponto de honra. E agora, com a Rússia ocupada pela guerra, eles voltam à carga.

A guerra econômica desatada em 2015 pelo Nobel da Paz Obama arrebanhou uma parte da elite venezuelana local que serviu de instrumento para os interesses dos EUA, escondendo cargas de produtos, desabastecendo o país, gerando inflação e desespero. Depois, inventou um presidente paralelo, o Juan Guaidó, que se autonomeou mandatário da nação e, com o apoio dos Estados Unidos passou a gastar as reservas do país. Não bastasse isso, a sansões dos EUA incluíram roubar descaradamente as reservas venezuelanas que estavam nos bancos estrangeiros. Tudo roubado, a ponto de o país não ter como enfrentar a pandemia que se abateu sobre o mundo em 2020. Não fosse a Rússia e a China garantindo as vacinas, os venezuelanos teriam perecido.

Nesse período todo de ataque contra a Venezuela como se comportou a mídia corporativa? Serviçal e vassala, enaltecendo a bravura de Guaidó, escondendo o roubo bilionário das reservas e fazendo drama com os venezuelanos que precisaram migrar justamente por conta da guerra econômica desatada contra o país. Maduro é tratado como um demônio, culpado por todas as mazelas vividas pela nação. É sempre a mesma cantilena, tão exaustivamente batida que é de se admirar que ainda haja quem acredite nos contos de fadas estadunidenses.

O que os Estados Unidos fazem contra o povo venezuelano é crime de lesa humanidade. Mas, contra o império ninguém diz nada. Pelo contrário. E agora, com a Ordem estendida, seguem com mais virulência as sanções e os ataques contra o povo venezuelano. Por enquanto são ataques sem bombas, mas que igualmente deixam mortos e feridos, que não são mostrados com simpatia na televisão. Ah, claro, são mortos latino-americanos com suas caras índias, negras e morenas. São bolivarianos, comunistas, “demônios”, que querem viver de maneira livre e soberana sem se ajoelhar diante dos Estados Unidos.

A guerra também está aqui e é preciso ver.

Elaine Tavares

Elaine Tavares é jornalista e colaboradora do Instituto de Estudos Latino-Americanos da UFSC

Elaine Tavares
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