Correio da Cidadania

Violência em pauta

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Estudo recente da Fundação Abrinq mostra que no Brasil, a cada 48 minutos, uma criança ou jovem é assassinado. Esse dado assustador expõe na formalidade de estatística numérica o reflexo da realidade vivenciada e sentida por todos.
   
Vive-se num constante estado de alerta. A violência se manifesta de diversas maneiras. Nas periferias dos grandes centros urbanos, onde prevalece o abandono e a negligência de serviços públicos, a violência marca forte presença. Ora, se não há minimamente oferta de condições de vida digna, por que se pensa que a intervenção do braço armado (proveniente da mesma estrutura de onde deveriam ter sido ofertados os serviços que colaborariam para a minoração da violência), adianta? Sim, pode ter utilidade momentânea.
      
É desse modo que o estado de alerta submete todos a um medo contínuo. Devido a isso, as relações sociais ficam prejudicadas. A perversa lógica do medo diminui, pois, a afirmação e o reconhecimento do outro também como sujeito. Sujeito é o agente de algo. Numa sociedade civil adequada, todos são sujeitos, isto é, participam, são incluídos, atuam.
     
Consequentemente, o discurso que permanece no âmbito formal parece não dialogar com o mundo da realidade que se manifesta. Isso implica no que resultará, por exemplo, na punição, que é exercida sobre a conjuntura, mas os componentes desta, antes, de alguma forma, foram punidos.
       
Outro discurso que se assemelha ao mencionado é o que reclama pela violência. Infelizmente, essa ideia confusa tampouco dialoga com o que realmente acontece. Responder a um ato violento de igual maneira ou pior solucionará os gritantes problemas?
      
Sabe-se, com efeito, que o problema de um permanente estado de guerra não está isolado de outros problemas que se relacionam numa imbricação mútua e profícua. Basta observar a produtividade desse relacionamento em dados de estudos como o referido neste texto.
         
A mediocridade, marca registrada no modo de gerir a coisa pública, segue impedindo que esse cenário de barbárie seja alterado.   

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Felipe Augusto Ferreira Feijão é estudante de Filosofia da UFC.

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