É possível sonhar!

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Paulo Silveira
27/09/2012

 

 

“Aí, Paulão, vou nessa”.

 

Domingo ficamos todos mais pobres, uns mais outros menos, mas com certeza todos nós perdemos.

 

Perdemos um amigo, um cúmplice, alguém que torcia e se contorcia pelo sucesso alheio.

 

Perdemos um ser solidário que, em sua passagem por aqui, nos mostrou que era possível sonhar, mesmo aquele sonho que nos parece impossível. Que sonhar alimenta a alma, o espírito, a vida, independentemente de sua realização, de sua conexão com a realidade.

 

Alguém que necessariamente não era feliz, mas que sabia fazer o outro ficar menos triste com sua palavra amiga, com seu colo aconchegante, com seu olhar brilhante de quem vê a luz no fim do túnel, mesmo quando para todos sobressaía a escuridão.

 

Não se foi ninguém famoso, nenhuma celebridade, mas alguém que conseguiu reunir em sua despedida desde o agricultor mais simples ao intelectual de destaque, que de velho a crianças as lágrimas se misturavam com os sorrisos fartos ao se lembrarem de suas histórias, de passagens que cada um de nós teve o privilégio de dividir com ele.

 

Não, não éramos muitos, até porque foi tudo tão de repente, sem nenhum aviso prévio, aliás, como tudo o que fez em sua vida, que poucos de nós tivemos tempo de sermos avisados e lá comparecer.

 

A expressão estampada na face de cada um de nós era de incredulidade. Que brincadeira mais sem graça foi essa. Com que direito ele se foi sem se despedir de cada um de nós?

 

Quem agora vai distribuir esperança com a simplicidade e a naturalidade com que ele fazia?

 

Pois é, Raimundinho se foi.

 

Se vida houver depois dessa e um dia eu o encontrar de novo, vou lhe roubar um abraço como fazia de vez em quando e vou exigir meu sorriso de volta.

 

Até breve, amigo, e obrigado por ter feito parte de minha vida.

 

Paulo Silveira é membro do movimento “respeito é BOM e eu gosto” e amigo do Raimundinho.

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