Quem eram os insetos?

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Gilvan Rocha
30/11/2011

 

Conta-se, com freqüência, que Vladimir Lênin houvera dito, após a vitória da Guerra Civil em 1921, que a URSS estava preparada para banir os insetos da “pátria mãe do socialismo”. Não importava se esses insetos fossem de esquerda ou de direita. O que importava era se fossem opositores do bolchevismo. Assim, deveriam ser banidos como reles insetos.

 

E foi desse modo que, com a criação da polícia política, a construção dos campos de trabalho forçado e as execuções sumárias, milhões de “insetos” foram varridos da “terra mãe do socialismo”. De uma forma ou de outra dali foram banidos Julio Martov, George Plekhánov, Pavel Axerold, Vera Zaluchit, o Sr. Leon Trotsky, que carregou consigo um bom punhado de “insetos” dentre seus companheiros e familiares.

 

Por pouco, a brilhante figura do revolucionário Vitor Serge escapou da execução e ganhou a liberdade refugiando-se na França. Um dos grandes construtores dessa Republica asséptica foi o Sr. Trotsky. Esse sim, um “inseto” de peso pesado, que deveria bater asas deixando para trás uma obra que se tornou o grande sepulcro da revolução socialista.

 

De forma vesga, sem a grandeza, o tirocínio, o brilhantismo de Lênin, o nordestino brasileiro Lula da Silva chegou ao governo. Outrora, tinha exercido o papel moralista da ultra-direitista UDN, prometendo, como Jânio prometera, varrer a corrupção do Brasil e, como prometera Fernando Collor, encher o estádio do Maracanã de larápios, trambiqueiros e ladrões. Mas, como os outros dois, logo o discurso hipócrita foi para as calendas gregas e o que vimos foi brotar da semente da corrupção uma frondosa árvore filha legítima ou bastarda da coligação PT-PMDB.

 

O grande fruto moralista foi, sem dúvida, o Mensalão. Mas seria mesmo possível varrer da face da terra os mosquitos da corrupção enquanto perdure o sistema capitalista? É evidente que não! Pois o capitalismo se nutre dos expedientes mais escusos, que vão do roubo do leite das criancinhas a outros atos da mesma envergadura, como se tem visto na coligação PT-PMDB.

 

 

Gilvan Rocha é ativista socialista e membro do CAEP – Centro de Estudos e Atividades Políticas.

Blog: www.gilvanrocha.blogspot.com

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