Com essa oposição de direita, qualquer governo vira esquerda
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- Milton Temer
- 26/10/2011
Manchete de página no jornalão: PPS e PSDB "festejam" permanência de Orlando Silva na pasta do Esporte, após explicações dadas a Dilma, em seu regresso do périplo pela África. "Agora o governo vai se desgastar".
Francamente, não poderia haver reação mais simbólica para entender o contexto político brasileiro. Porque com uma direita como essa, é consequentemente natural que um segmento significativo da cidadania progressista termine se solidarizando com o governo Dilma e a degradada cúpula petista como a esquerda possível, diante de algo muito pior que poderia vir na substituição.
E é verdade. Em outra manchete de página, estão as declarações de Lula instando o PC do B e seu ministro a "resistirem", pois, "se vergarem, serão arrastados".
E a oposição de esquerda - essa esquerda que não se rendeu, nem se vendeu; que continua a defender aquilo que a fez apoiar Lula em 2002 e que se viu frustrada com sua subserviência aos segmentos hegemônicos do grande capital - fica inteiramente emparedada.
Fica sem ter como divulgar suas diferenças ideológicas profundas com a Velha Direita, no combate por puro preconceito - e não por divergência programática - que faz à Nova Direita (a coalizão partidária, base de sustentação parlamentar do governo Dilma na privatização dos aeroportos; nos leilões da bacia sedimentar realizados pela Agência Nacional de Petróleo, sob a égide do PCdoB; na isenção tributária incessantemente concedida aos especuladores financeiros e às corporações multinacionais; na ausência de qualquer política agrária progressista, tendo em vista a absoluta submissão aos barões do agronegócio, e por aí vai).
Essa Nova Direita termina por se transformar na Esquerda Possível, tendo em vista o horror da alternativa de oposição que a grande mídia conservadora fornece, com espaços exclusivos a seus representantes nas "denúncias" aos malfeitos do governo e seus aliados.
Denúncias, aliás, absolutamente falaciosas, tendo em vista nunca terem ocorrido quando o governo era o dela - não por acaso o insuspeito jornalista Elio Gaspari só se refere à entrega do patrimônio público ao capital privado, com financiamento do BNDES, na contra-reforma neoliberal do mandarinato FHC, como "privataria".
No entanto, é fácil verificar que, quando há o que denunciar, o Jornal Nacional e seus concorrentes de menor audiência se concentram em representantes simbólicos - ACM Neto e algum paspalho do PPS, entre os deputados; e o patético tucano Álvaro Dias, quando recorrem ao Senado. Não se dá voz aos parlamentares do PSOL para que mostrem a semelhança entre as direitas - no poder e na oposição, que só é oposição por não se locupletar na partilha do botim, ou por puro preconceito de classe.
Mas 2012 vem aí, e o horário obrigatório de TV na campanha eleitoral há de ser o espaço em que a politização da Política será retomada. Com a denúncia dos dois lados da mesma moeda e a apresentação de uma alternativa concreta de transformação qualitativa da sociedade. Pela esquerda.
Milton Temer é jornalista e ex-deputado federal.
Comentários
É por isso que eu digo: se querem uma oposição nacionalista e democrática, tratem de criar um partido que, além de ser nacionalista e democrático, rejeite simultaneamente o neoliberalismo, o socialismo e o comunismo.
Confiar na oposição à esquerda exercida pelo PSOL só gera decepção.
2) Proposta de salário mínimo de R$700,00, no ano passado, pelo dep. Ivan valente do PSOL.
3) Rasgados elogios ao Datena, por parte do "enfant gatée" dos artistas globais e do PV do RIO, o dep. Marcelo Freixo.
4) A aceitação da delação premiada com o método de se obter confissões (Nem Jesus!), pelo mesmo deputado.
5) Negociação com o representante da "direita moderna" Fernando Gabeira, para uma aliança no Rio.
6) Filiação em massa de militantes do PRTB (leia-se governador ANESTESIA)ao PSOL MG, repetindo a história que já vimos antes.
7) Luciana Genro ter sido financiada pela Gerdau
8)Heloísa Helena, perdendo a compostura ter "saído na foto" abraçada e em lágrimas com a direita brasileira na ocasião do mensalão, em vez de mostrar ao público que não estava contente com o acontecido, embora não pudesse deixar de denunciar.Passou a imagem de uma vivandeira da direita.
9)A Sec. de Relações Internacionais do PSOL apoiar a OTAN na Líbia, com a mentirosa desculpa que o aparato bélico imperialista só entrou na briga 7 dias após o início dos cambates. Comno todos sabem, 7 é o número dos mnentirosos.
Querem mais? É só procurar.
Milton Temer: Com esta Oposição que SE DIZ de Esquerda, estamos é fritos!
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