Ficha limpa?

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Maria Rosa de Miranda Coutinho
05/05/2010

 

Com a intenção de uma moralização nacional na política, uma parte da população, representada por diferentes segmentos sociais, apresentou em 2009 o projeto ‘Ficha Limpa’, esperando agora ser aprovado pelo Congresso brasileiro. A idéia do projeto é rejeitar a candidatura de um político condenado pela justiça em primeira instância.

Mas às portas das eleições o que constatamos? As assinaturas dos eleitores, que somam um milhão e seiscentos mil, têm pouco efeito diante dos mecanismos eleitorais e artimanhas politiqueiras.

 

Alguns parlamentares, talvez com a ficha não muito limpa, recorrem à Constituição e pedem que o projeto contemple apenas os condenados em segunda instância. Há, portanto, uma preocupação com a ‘justiça’ a seu favor, e até rezam, seguindo o exemplo do deputado Brunelli, flagrado pelas câmeras ‘indiscretas’.

 

O prazo para a votação é maio deste ano, mas a pouca vontade política provavelmente tentará ultrapassar tal data-limite.

 

Infelizmente, mais uma manifestação legítima e popular corre o risco de não ser aprovada, pelo menos a tempo da próxima eleição, para ser esquecida nas gavetas dos parlamentares.

 

Cabe-nos, portanto, reacender essa discussão, bastante relevante a meu ver, lembrando que a nós, eleitores comuns, a Justiça Eleitoral em suas propagandas costuma jogar todo o peso da responsabilidade do voto consciente e correto. Como fazer isso se não há de fato uma transparência da própria Justiça Eleitoral?

 

Com os avanços democráticos que a sociedade brasileira tem vivido é um absurdo a eleição ainda ter a característica de ‘jogo de azar’.

 

Maria Rosa de Miranda Coutinho é Mestre em Ciências Sociais.

E-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

 

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