Morena Marina...
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- Gilvan Rocha
- 24/11/2009
É saudável termos na disputa eleitoral uma figura do quilate de Marina Silva. Pessoa de luta, leal e convicta. Se bem que já se tenha dito ser a convicção mais grave do que a mentira, pois uma convicção pode representar uma intransigência no erro. Adolf Hitler e Mussolini tinham, sim, as suas convicções e por elas deram as suas próprias vidas.
As qualidades de Marina são insuficientes para a tarefa histórica que se faz necessária. Para ela, o problema reduz-se à ecologia. E vai mais longe com seu equívoco de imaginar e praticar uma política fundada em especialistas. Ora, o nosso problema crucial é salvar o universo da catástrofe para que o capitalismo nos arrasta e isso não será obra apenas de experts, trata-se de uma obra social. O socialismo e o ambientalismo exigem, como tudo, o conhecimento, mas sobretudo a sua democratização.
Quando Plínio de Arruda Sampaio, nosso provável candidato à presidência da República (caso prevaleça a lucidez política), considerou que Marina era apenas uma ecocapitalista ele o fez com justeza.
É preciso dizer que não somos ameaçados apenas pelo aquecimento global, essa é uma questão. Centenas de outras questões colocam-se como responsáveis pela ameaça à sobrevivência da humanidade. É que os trovões, os furacões, os tsunamis são mais agressivos e tocam mais fortemente os nossos olhos e ouvidos. Mas não está aí o centro da questão.
Houve uma redução política. Passou-se a considerar a direita tão somente àqueles que defendem o Estado mínimo, o livre mercado. Enquanto isso, os partidos dos grupos e movimentos de esquerda passaram a ser definidos como defensores do "Estado máximo", atropelando o conceito socialista de que Estado é um instrumento de dominação de uma classe sobre outra.
Não falam mais em classes sociais. Segundo eles, isso é coisa do passado, o Estado seria apenas o árbitro das questões sociais ou, sobretudo, o promotor da justiça e do bem estar social. Ora, quem assim pensa, por desinformação ou má-fé, não pode ser considerado de esquerda. E nós queremos candidatos realmente socialistas nas próximas eleições.
Gilvan Rocha é presidente do Centro de Atividades e Estudos Políticos – CAEP.
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Comentários
Qual é a agenda liberal e qual é a agenda da Dilma? Em que diferem? Esse papo d ameaça de retorno da direita acabou com a nomeação do Meireles e do Sarney pelo PT.
Quer debater projeto, debatamos, mas esse papo de ameaça da direita não é sério se considerarmos o mundo real.
Por isso que a vitória de Dilma é fundamental para consolidar a esquerda, com todo respeito que tenho por Plíniom Marina e Heloísa Helena.
Francisco Campos, DN-PT
www.twitter.com/campospt
O PSOL, se não for estancada esta hemorragia rapidamente (antes do final do ano), terá aplicado o eslogan do título deste comentário, em relação ao PT, com esta inflexão à colaboração de classes e escanteiamento do Socialismo, como propostas estratégicas do Partido. O PT demorou 20 anos, o PSOL, ao que parece, apenas 5.
Pelo visto a costela que gerou o PSOL, veio com o mesmo defeito ideológico de seu doador, egressos do PT que foram, todos os fundadores do Partido do Socialismo e da Liberdade. Até agora, neca de Socialismo, e liberdade, bem "esta eu não posso esperar" como cantava Nara Leão no Opinião, nos anos 60.
Lamento muito pelos respeitáveis políticos de esquerda que oPTaram pelo PSOL (sem trocadilhos, mas já o fazendo...), mas se, até o final do ano, não enquadrarem Heloísa Helena e Luciana Genro, certamente muitos como eu, que estariam dispostos colaborar com uma ANTI Candidatura (a de Plínio de Arruda sampaio) usando o espaço da Propaganda eleitoral, como um espaço de Propaganda Política, com denúncias sobre o jogo elitoral inócuo, com discurso de se leger uma boa bancada de esquerda, mas rejeitando esta corrida de cartas marcadas ao executivo, além do vislumbre do futuro generoso que o Brasil poderia dar (e tem condições para isso), para o Povo, que é muito mais honrado do que este assistencialismo barato, política externa dúbia e sangria de nossas riquezas, que o governo Lulla (do qual Marina Silva diz reconhecer "os avançoes sociais inequívocos")combate apenas perifericamente.
E, este prazo que vislumbro, não0 é por nenhuma questão pessoal, ou algum ultimato (não sou ninguém p0ara fazer isso), mas sim pela conclusão que a persistir este debate no PSOL, haverá a "cristianização" da Anti Candidatura de Plínio, mesmo que ela seja vencedora internamente no Partido, no longínquo Março que vem.
A foto de Marina e HH aos sorrisos, reunidas em torno do título da matéria "Aliança quase certa", já fez um estrago, impossível de ser resgatado, pois o grande elitorado, que não é de militantes partidários, certamente só se lembrará da foto de HH com Marina, despolitizando assim o debate eleitoral.
Lamento muito, mas não vejo outra saída senão uma carta pública da esquerda do PSOL fazendo um ultimato à Heloísa Helena e Luciana Genro que recuem publicamente desta proposta, inclusive a dizendo um equívoco, que será a morte ideológica do PSOL.
Caso contrário, e acho que isso deveria constar no ultimato, todos se desfiliarão do PSOL, imediatamnete após a passagem do ano, permanecendo apenas os parlamentares por causa da legislação eleitoral.
De minha parte, e falo apenas como um eleitor que votaria Nulo para os executivos, mas abriria mão desta posição em função de uma Anti Candidatura), é o que estarei fazendo, com este prazo, retornando à digna posição de Anulação do Voto para Executivo, já anunciando que nção seria do PSOL os candidatos legislativos em quem eu votaria.
Lamento muitio, mas para Hemorragias volumosas, o torniquete tem de ser forte.
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