Correio da Cidadania

Muito pior!

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Há correntemente o pensamento entre o povo letrado, bem letrado e iletrado que a falta de pão, leite, moradia, transportes, segurança, dão-se pela simples razão de que o dinheiro destinado ao bem estar social é desviado pela corrupção. Em outras palavras, o capitalismo seria bom, caso fosse administrado com decência. Isso é um engano presente desde as cabeças mais ilustres às menos providas.

 

Na verdade, a corrupção é um cancro social. Algo que agrava mais o nosso drama. Mas esse cancro, como tantos outros tem uma matriz e essa matriz tem um único nome: capitalismo.

 

Fui fundador do Partido dos Trabalhadores (PT). Fui também fundador do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL). No último dia 30, o PSOL, por sua direção majoritária, exibiu seu programa de televisão e ficou evidente que pode vir a ser um partido muito pior do que fora o PT. O PT, além de ter uma ampla base social de apoio, tinha participação (mesmo ingênua) de segmentos intuitivamente socialistas. O PSOL, não!

Nasceu de uma dissidência parlamentar sem inserção no meio social que faz o mesmo discurso dos partidos da "ordem", o discurso da direita. Eles não denunciam o capitalismo. Limitam-se a denunciar suas mazelas, não imputando culpa a suas verdadeiras causas, visto que toda culpa reside unicamente no sistema capitalista.

 

O discurso da senhora Luciana Genro foi lamentável. O mesmo ocorreu com os demais, principalmente com a tradicional moralista e costumeiramente atrevida Heloísa Helena, sempre escudada na sua condição de mulher. Tenta-se salvar o discurso do João Alfredo. Mas o ambientalismo não pode ser coisa tão somente de "expert". Enquanto for dessa maneira, assim como o socialismo, estaremos completamente perdidos! Socialismo, ambientalismo, caros senhores, devem ser amplamente popularizados e nunca coisas de doutos especialistas de viés acadêmico.

 

O programa de TV exibido revelou a tragédia política que vivemos. Não creio existir o crime de opinião. De qualquer forma, não abdicarei da verdade.

 

Gilvan Rocha é presidente do Centro de Atividades e Estudos Políticos – CAEP. Contato: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

 

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Comentários   

0 #15 InsistoRaymundo Araujo Filho 14-08-2009 08:19
Insisto na tese que não é possível neste momento conferir a nenhum partido (talvez em mais nenhum momento) a vanguarda e a liderança do processo político.

Uma nova teoria para a Revolução Brasileira terá de ser extraída e consrtruída com os partidos sendo apenas, eu disse APENAS, instrumentos de expressão das conclusões do Movimento Social, Popular e Sindical organizado, além de manifestações, nestes tempos pós modernos, de pensamentos e expressões politicas de vários matizes, que hoje conseguem ter visibilidade em faixas próprias.

Os Leninistas, Trotskistas e outros que me perdoem. Mas entregar a vanguarada dos destinos do País e das formulaçãos políticas a esta gente imatura, perseguidoras do poder da maneira mais tradicional possível (olhem como se dão as disputas dentro dos partidos), não me anima (e a muitos) nem um pouco.

Outros tempos, outras formas de organização e expressão política. Se os partidos quiserem recuperar o respeito e confiança que perderam da população, que desçam do pedestal pseudo vanguardista, contenham as suas e seus doidivanas (não só fora dos partidos que eles(as) existem), e passem a construir JUNTO com a sociedade o projeto para o Brasil. Abram as portas dos partidos a expressões progressitas, mesmo que não rezem no catecismo do vanguardismo partidário. Mostrem-se generosos.

A começar por estancar a velha política aparelhista do movimento e sindicatos, onde os cargos de diretoria continuam a ser divididos como sesmarias, para os partidos, que dominam os aparelhos institucionais dos trabalhadores e sociedade organizada.

Se não baixarem a bola, não vai dar. O que faz o PSOL e o PSTU no SINDIPETRO RJ?
Estão compactuando com a blindahgem do Lulla e críticas técnicas e periféricas, e não quanto à Natureza Política do Governo Lulla, tática escolhida pela forçça que detém hegemonia e toda a expressão do Sindipetro.

Se é para privilegiar a participação no aprelho sindical (realmente podero$o), em detrimento da Política, estão cometendo um erro terrível. E se é por acharem que os petistas da direção são mais a esquerda do que os da FUPE, por exemplo, por fazerem críticas periféricas ao Lulla, irão apenas desaguar em apoio à Dilma em 2010. Ser massa de manobra dentro do próprio sindicato que fazem parte da direção é um papel ridículo, para quem diz ser uma alternativa classista.

Abre o olho, gente!

Cheque em branco, não vai ser dado, nunca mais, por ninguém. Podem escrever. O cheque eleitoral pode ser dado até em troca do Bolsa Família, mas em branco, nunca mais.

Quem amiga, aviso é!
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0 #14 Luta intestinaZilda 13-08-2009 13:28
O inimigo fundamental de qualquer partido de esquerda, socialista, revolucionário tem que ser o capitalismo ou então é engodo. Podemos ter estratégias diferentes, mas o inimigo é um só. Ou vamos continuar gastando nossas energias lutando uns contra os outros. Só quem vai gostar dessa briga intestina é a direita que morre de rir dos falsos dilemas criados pelas esquerdas. Pelo "fogo amigo" que estamos sempre dispostos a desfechar uns contra os outros.Vamos acordar e lutar juntos.
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0 #13 Gilvan Rocha 13-08-2009 13:14
Para Paulo Renato;

É. O PSOL, como as demais tentativas, de início parece uma certeza, depois parece uma aposta. Para muitas vezes terminarem numa desilusão, como foram os casos PCB-1958; Ligas Camponesas-1960; Pousadismo-1963; MCI-1970; PT 1979/80. O grave é desistir.
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0 #12 Gilvan Rocha 13-08-2009 13:12
Para Leonardo Pinho:

Na verdade, sou militante em tempo integral há 50 anos, e todo problema está exatamente em saber o que fazer de forma consequente. Tenho idade porém, para saber o que não fazer, e dizer para os demais, não repetirem erros tão crassos.
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0 #11 Gilvan Rocha 13-08-2009 13:11
Para Raimundo Araújo Filho

Não se trata de simplesmente defender ou acusar determinados partidos. O fundamental é construir um programa e uma política de caráter anticapitalista. O caminho eleitoral é aceito. Os vícios eleitoreiros devem ser banidos. Agradar o povo com mentiras, é uma prática conservadora.
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0 #10 Gilvan Rocha 13-08-2009 13:07
Para Mônica Miranda:

Pelo contrário, deixou-se há muito tempo de se fazer o combate aberto e ostensivo ao capitalismo. Em lugar do anticapitalismo, floresceu o maldito nacionalismo. Não há uma manifestação sem que se veja a queima do "inimigo principal", o império ianque. Estabelece-se alianças até com o fascismo, como é o caso do Irã, da Síria e do Talibã. A distorção está aí. Não na presumida divisão. Lembre-se: os irmãos metralhas são unidos.
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0 #9 ADRIANO ABBADE 11-08-2009 12:37
Primeiramente, acredito que os problemas que foram apresentados são de fato reais. A política que a direção majoritária do PSoL impõe (isso mesmo, o voto de nery em Tião Viana - PT foi imposto pela direção, e nem minimamente discutido na base) reflete a total degeranação dessa direção. HH, Luciana Genro, Milton Temer, dirigiram esse partido da maneira como quiseram. Implantaram um giro à direita, quando por exemplo na campanha de 2006 pra presidente o programa do Psol não foi o da Frente de Esquerda como se tinha votado. Outro problema foi nas eleições de 2008 quando o partido rompe com a barreira de classes e aceita dinheiro de empresário. Ainda assim a direção do partido acha que é necessário ampliar o leque social do partido, coligando-se com partidos oportunistas como o PV e o PSB. Abandonaram por completo o PROGRAMA DE FUNDAÇÃO DO PSoL. Querem fazer conciliação de classe e não romper de fato com a lógica do capital. Mesmo com todos sses problemas, acredito que é necessário que os socialistas revolucionários permaneçam no PSoL para construir um bloco classista, democrático de combate, para não repetirmos os mesmos erros do PT, e os mesmos erros do PSTU, que apesar de respeitar o partido e possuir vários companheiros em suas fileiras, acho um grande erro se manter na marginalidade política como é o seu caso, vide ME onde estão propondo - mais uma vez - a construção de uma nova entidade para o movimento estudantil, dividind aqueles que querem enfrentar as políticas de Lula e os efeitos da crise econômica.. PSoL classista tem que ser pra valer, pra derrotar os tucanos e o PT!
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0 #8 Esquerda brasileira.Hélio Jost 10-08-2009 14:30
Não é só aqui no Brasil e adjacências que ocorre o fenômeno. A LE MONDE de julho traz artigo que relata a paralisia e capitulação dos partidos de esquerda. Querem apenas "melhorar" o capitalismo. Ou seja: mais do mesmo. A reflexão sobre o problema cabe a cada cidadão e em especial aos movimentos sociais. E uma pergunta final: -onde estão os movimentos sindicais e trabalhistas??? Úuuuuuuúu, alguém aí?
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0 #7 Bebê abandonadoPaulo Renato 10-08-2009 12:10
Gilvan escreveu que o PSOL "nasceu de uma dissidência parlamentar sem inserção no meio social". Ué, então por que ajudou a fundá-lo?
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0 #6 Para onde ir?Leonardo Pinho 10-08-2009 09:14
O texto de Gilvan, aponta com clareza a tragédia que é o PSOL, para a esquerda brasileira. Mostrando seu viés liberal, tanto na forma fundacional do partido (protagonismo parlamentar), quanto, em seu eixo central a corrupção (menos dos tucanos e demos no Senado, fazem o jogo do mesmo, ao atacra só Sarney). Agora, ao ler, fico com a dúvida: O que fazer? Para onde ir? Acredito que as bases sociais populares e as políticas públicas e sociais aplicadas pelo PT, são as bases objetivas para os socialista continuarem no PT e sempre tensionar para a ampliação da participação popular, bem como, a organização do conjunto da classe-que-vivi-do-trabalho.
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