Correio da Cidadania

Um parlamentar socialista

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No próximo mês de novembro, completarei meio século de militância socialista. Participei de muitas eleições que elegeram candidatos progressistas, deles alguns se assumiam socialistas e comunistas. Na verdade, porém, durante toda essa caminhada, não conheci nenhum parlamentar que desse ao seu mandato um conteúdo socialista. Todos se restringiam ou restringem-se à condição de meros reformadores sociais com forte viés moralista quando ocupam o posto de opositores, o que mesmo assim vem minguando.

 

Para entender melhor o que foi dito, faz-se oportuno definir de forma clara o que é socialismo. Ao contrário do que se diz correntemente, o socialismo não é uma utopia, um sonho ou um desejo. O socialismo é uma necessidade histórica na medida em que, sem ele, teremos o fim do capitalismo pela tragédia total.

 

A partir desse conceito é que reclamamos a ausência de parlamentares realmente socialistas, parlamentares que associem a luta cotidiana por salários menos ruins, transporte menos ruim, contra habitações insuficientes e precárias, enfim, por uma realidade menos dolorosa, com a denúncia freqüente, clara e objetiva do sistema capitalista, mostrando ao povo que, nos limites desse sistema, não existe solução para os inúmeros problemas sociais.

 

Nas últimas eleições municipais em Fortaleza, o Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) elegeu o companheiro João Alfredo vereador. Nutrimos a esperança de que ele leve a cabo um mandato de caráter anticapitalista e não o exerça apenas nos limites do jogo parlamentar, mas que saiba trazê-lo para as ruas, praças, escolas e fábricas, dizendo de forma transparente para a dona de casa, o estudante, o trabalhador e a juventude que a tarefa de libertação dos horrores desse sistema será obra dos trabalhadores e que o papel de um partido verdadeiramente revolucionário, um partido da transformação, é levar essa verdade para o seio do povo, ao invés de semear ilusões como fazem alguns partidos "socialistas" e "comunistas".

 

Gilvan Rocha é presidente do Centro de Atividades e Estudos Políticos – CAEP.

 

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Comentários   

0 #3 PCBHudson Luiz 05-11-2008 15:30
Othon Sá disse que o PCB casou com o DEM. Ele deve estar confundindo o PCB com os liqüidacionistas do PPS (Roberto Freire a frente). O verdadeiro PCB continua vivo. Em 2006 junto com o PSTU e o PSOL fez parte da Frente de Esquerda. Esse ano esteve presente no processo eleitoral em quase todas as capitais. No Rio lançou o nome de Eduardo Serra, em São Paulo o de Edmilson Costa e em BH fez parte da alinça em torno de Sergio MIranda (PDT).
www.pcb.org.br
www.dissolvendo-no-ar.blogspot.com
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0 #2 Socialismo MorenoOthon Sá 04-11-2008 11:19
Camarada Gilvan,
Me parece que os conceitos se perderam na praxi diária.
Forma de governo, sistema de governo, sistema econômico, até onde me lembro só foram discutidos amplamente quando do plebicíto da monarquia.
De lá pra cá os "radicais" do partidão, o PC do B, o PSB e PT, só andaram para direita capitalista. E pasme!!! o PCB casou com o DEM. Mas a única tentativa de adaptação tropical foi do PDT com o socialismo moreno, e já está pálido.
Mas os autênticos socialistas sabem que o desejo de justiça jamais acaba, modifica ou transforma...
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0 #1 Parlamentares socialistasFabrício Bittencourt Nunes 03-11-2008 16:03
Concordo com a apreensão do articulista. Os limites do parlamento - e muitas vezes as suas formas de cooptação - acabam suprimindo a luta que deveria ser travada.
Mas temos uma parlamentar que até hoje consegue combinar bem esta luta institucional/socialista: Luciana Genro.
Vale à pena prestar atenção nela. Nunca traiu compromissos assumidos em nome da ideologia que pratica. Por isso mesmo, acabou expulsa do PT.
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