CODEVASF responde sobre cisternas de plástico

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Roberto Malvezzi (Gogó)
08/03/2012


 

A CODEVASF lançou uma nota, a partir de Brasília, respondendo aos fatos do derretimento das cisternas de plástico, publicada no blog de Geraldo José, jornalista da Rádio Juazeiro, em Juazeiro da Bahia. Vejam a nota e nossa tréplica:

 

NOTA DE ESCLARECIMENTO

“A Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) esclarece:

Cisternas de polietileno que apresentarem defeito serão imediatamente substituídas, conforme contrato. No caso recente de Cedro (CE), a empresa responsável pela fabricação foi notificada e duas novas cisternas foram prontamente entregues às famílias.

Ressalta-se que o Ministério da Integração Nacional adota rigorosos procedimentos de controle de qualidade durante a fabricação e a entrega das cisternas.

Coordenado pelo Ministério da Integração Nacional, com apoio da Codevasf, o Água para Todos é uma ação do Programa Brasil sem Miséria do governo federal. O objetivo é beneficiar 750 mil famílias que vivem no semi-árido brasileiro com cisternas e sistemas simplificados de água”.

 

Há séculos o povo do semi-árido espera por uma política hídrica que vise em primeiro lugar o abastecimento humano de nossa população, não a irrigação, nem outros usos da água, que devem vir após resolução dos problemas humanos, como preconiza a Lei Brasileira de Recursos Hídricos 9433/97. Portanto, somos totalmente favoráveis ao  “Água para Todos”, desde que seja bem feito do ponto de vista técnico, político, ambiental e cultural.

 

A sociedade civil (ASA) achou o caminho das cisternas de placas, bem feitas, de boa duração, replicáveis pelas próprias comunidades, que compram no comércio local, movimentam e capacitam os pedreiros locais, dinamizam e economia local, além de desenvolver todo o conceito inovador da convivência com o semi-árido. Toda essa riqueza quase foi ao lixo para ser substituída pelas cisternas de plástico. Não é só o lixo plástico, é o lixo da indústria da seca, que alimenta políticos, corporações técnicas e empresas a partir da sede humana.

 

Reparem que o caminho escolhido pela CODEVASF, diante do fato inescapável, é injetar mais dinheiro – dinheiro público, claro -, na mesma tecnologia e na mesma empresa. Assim, se daqui alguns anos milhares de cisternas de plástico derreterem, a política será a de repor o que está claramente dando errado.

 

Qualquer cisterna de placa de cimento seria rapidamente consertada. A de plástico não, há perda total. Enfim, o governo federal corre o risco de pagar um “mico histórico” se não recuar totalmente de sua decisão.

 

Vamos continuar registrando os fatos, lutando por uma política hídrica decente de abastecimento humano, também para a população difusa do semi-árido brasileiro.

 

Roberto Malvezzi (Gogó) possui formação em Filosofia, Teologia e Estudos Sociais. Atua na Equipe CPP/CPT do São Francisco.

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