Correio da Cidadania

Dalai Lama e o legado de terror da CIA

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Num momento de agravamento das tensões entre EUA e China – o diretor da inteligência ianque, Dennis Blair, acaba de acusar o país asiático de "agressividade militar" –, a mídia aproveita para fazer escarcéu sobre os 50 anos do "levante" no Tibete. Num tom nada amistoso para um "líder religioso", dalai-lama diz que "os tibetanos vivem o inferno na Terra" e vira destaque nos jornais e telejornais. A mídia pouco esclarece sobre o conflito no Tibete e usa o sentimento religioso dos budistas e pacifistas para fazer campanha contra a China – bem ao gosto do falcão Dennis Blair.

 

Diante de tamanha manipulação midiática, que serve aos objetivos do "império do mal" e à fúria anticomunista, vários artigos do jornalista Humberto Alencar, publicados no Vermelho, ajudam a dissipar as confusões sobre esta antiga disputa separatista. Eles evidenciam que a razão de fundo do conflito não é religiosa e que vários líderes budistas tibetanos mantêm relações harmoniosas com o governo chinês. Mostram, ainda, que o atual dalai-lama, exilado na Índia, prega o retorno ao regime feudal existente antes da revolução chinesa, que libertou a região. E dá detalhes sobre as sinistras ligações do "dissidente" com o governo dos EUA, bancado pelos dólares da CIA.

 

"Dezenas de milhões de dólares"

 

A recente publicação do livro "Legado de cinzas – uma história da CIA" confirma as denúncias contra o dalai-lama e seu movimento "pacifista". O jornalista Tim Weiner, ganhador do Prêmio Pulitzer, não tem simpatia pela esquerda, hostiliza a China, Cuba e tudo que cheire socialismo e defende a política expansionista dos EUA. A sua obra, com 741 páginas e vasta documentação, procura apontar as falhas da agência de "inteligência" ianque. Neste esforço, Weiner revela as inúmeras tramas da CIA pelo mundo, o seu legado de terror e cinzas. O dalai-lama surge como agente pago. Cito dois trechos do livro para reforçar a argumentação de Humberto Alencar:

 

- "Durante a década de 1960, em nome do combate ao comunismo chinês, a CIA gastara dezenas de milhões de dólares lançando toneladas de armas de pára-quedas para centenas de guerrilheiros tibetanos que lutavam por seu líder espiritual, Sua Santidade Tenzen Gyasto, o 14º Dalai Lama... A agência criou um campo de treinamento para combatentes tibetanos nas Montanhas Rochosas do Colorado. Pagou um subsídio anual de cerca de US$ 180 mil diretamente ao Dalai Lama, e criou Casas do Tibete em Nova York e Genebra para servirem como embaixadas não-oficiais. O objetivo era manter vivo o sonho de um Tibete livre e, ao mesmo tempo, acossar o Exército Vermelho no oeste da China".

 

- "Em agosto de 1969, a agência requisitou mais US$ 2,5 milhões em apoio aos insurgentes do Tibete, descrevendo o grupo paramilitar de 1.800 homens como ‘uma força que poderia ser empregada com intensidade em caso de hostilidades’ contra a China. ‘Isto representa algum benefício direto para nós?’, perguntou Kissinger. Ele respondeu à sua própria pergunta. Embora os subsídios da CIA ao Dalai Lama tenham continuado, a resistência tibetana foi abandonada".

 

Já no reinado do presidente-terrorista George W. Bush, com sua "guerra infinita" às potências rivais, os subsídios aos "pacifistas" tibetanos voltaram a se avolumar.

 

Altamiro Borges é jornalista, membro do Comitê Central do PC do B e autor do livro "Sindicalismo, resistência e alternativas" (Editora Anita Garibaldi).

 

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Comentários   

0 #4 FalsidadeFernando 08-06-2010 13:30
Quando uma pessoa luta por uma causa, ela fica na situação daqueles por quem luta. Chico Mendes, quando lutou pela floresta amazônica, sabia que ia morrer e ninguém o ajudou, como acontece com a própria floresta. Mandela, quando lutou pelos direitos dos negros ficou na mesma situação dos que defendia, foi oprimido pelos brancos. Já o Dalai Lama enquanto o povo tibetano é oprimido fica passeando pelo mundo, cheio de dinheiro e cercado de celebridades, lutar assim é fácil, por que ele não se sujeita a lutar de verdade e aceita ser preso, ficar nas mesmas condições do povo tibetano até que este seja livre. Muito simples, porque este, no fundo, não passa de uma celebridade de vida fácil que é sustentado pelos outros já que nunca trabalhou. Além disso ele não apóia nenhuma causa humanitária, só o tibet, vira as costas para todo o resto, só se interessa para o que lhe rende frutos.
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0 #3 QUE RIDÍCULOMARCO ANTÔNIO MAIA 23-03-2009 07:46
O texto é tão rídículo que fui obrigado a me manifestar.

A opressão do povo do Tibet já foi amplamente mostrado na TV. Vários documentários impressionantes mostram que a intenção da China, inclusive, é a de acabar com a cultura tibetana, obrigando todos a falar o mandarim, ou seja, minando-os através da eliminação de sua própria língua. Um absurdo!

Alguém pode me falar alguma coisa de ruim do povo do Tibet, de verdade, baseado na história e não no texto acima? Não.

Uma coisa é o povo - a outra é a política. Analisando a recente história, a quem daremos razão? Ao Tibet ou à China? Simples.

O resto é besteira.
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0 #2 Quo VadisRaymundo Araujo Filho 14-03-2009 19:17
Acho engraçado este discurso anacrônico e anti humanista do PC do B (neste partido, acho que ninguém fala por si. E isso é uma constatação, apenas)

Ainda mais, logo depois de Hilary Clinton ter ido a China na semana passada, dizer aos governo chinês, que "dane-se os direitos humanos e quetais. Nós queremos é rosetar junto com a China". É a parceria mais anunciada do mundo.

Aqui no Brasil, o PC do B fez, nas últimas eleições uma aliança nacional com o partido do Bispo Macedo, elegeu como vereador em Sampa um artista representante da TV do Bispo, Netinho de Paula, que dentre outras diatribes, foi condenado por não pafgar pensão à sua filha menor e ter espancado a ex mulher.

Frente e estes aliados do PC do B, o Dalai Lama é um Santo. É só olhar o mapa de alianças que verão como digo a verdade. Foi Nacional. Com direito a vice da candidata comunista em BH.

Mas, para fazer de bonito, atacam de forma falsamente consequente, mas anti humanista algo que persiste como CULTURA, há 3 milênios.

No meio disso tudo a População Tibetana com a sua
cultura milenar, a panhar de todo mundo. No ocidente e no oriente. Além do Tibete estar sendo literalmente destruído (o PC do B chama de progresso), além de desaculturado.

E aqui refiro-me ao que o Budismo nos trás como cultura (e não sob o aspecto puramente político ou religioso).

1) Um forte apelo à Paz Mundial.

2) Um sistema de diálogo e compreensão do mundo e do
Universo, baseado na Dialética. Inclusive sobre a
compreensão da Natureza, por caminhos diferentes da
Ciência Moderna Ocidental, que se coaduna
perfeitamente com as últimas descobertas, inclusive da
Física Quântica. Recomendo que leiam o livro que
consiste em uma entrevista com o Dalai Lama, feito
pelo maior colaborador do cineasta Buñuel (foi o seu
principal diretor de fotografia)Jean Claude Carrièrre, onde discorrem
belamente sob os pontos comuns entre a concepção
budista do Universo e as mais recentes descobertas
científicas, da Física Quântica. Além de outro livro "Conversas Sobre o Invisível" do mesmo Jean, entrevistando Jean Audouze e Michel Cassé, renomados astrofísicos, que corroboram com a tese da importância da Cultura Budista.

3) Um sistema de postura pessoal frente a Vida,
conseguida através das técnicas de Meditação que, ao
contrário do que pensam alguns, em vez de alienar o
Ser Humano, o coloca totalmente de posse Consciente de
seus Movimentos e Atos, através da ampliação de sua
percepção pelas técnicas propostas (ficaria muito
extensa a explicação disso aqui).

Portanto, para encarar este problema com sapiência,
teremos de nos despir de alguns preconceitos.

Por exemplo. Dentro da Cultura Ocidental Cristã foram nos legado patrimônios culturais inquestionáveis, como as obras de Leonard Da Vinci. E tantos
outros que, apesar de sistemas políticos cruéis, e da Ditadura Religiosa Católica que o financiou, permitiu a expressão da arte deste gênio. Isso só para citar um exemplo.

Defendemos a Cultura indígena Brasileira, mas certamente não concordamos com a eutanásia de uma das
crianças neo nascidas de partos gemelares, como é
comum. Certamente achamos cruéis o encarceramento de
jovens índias até que atinjam a maturidade sexual, nas
aldeias indígenas, inclusive do Brasil. Os Incas e
Aztecas tiveram as suas aristocracias e sistemas de
Dominção Social, que não impediram que nos legassem
aspectos de suas culturas, que são reverenciadas. E
por aí vai...

Portanto, neste momento difícil, temos de ter "muita
calma nesta hora", pois não estou aqui para ser massa
de manobra dos EUA, mas tão pouco do regime Chinês,
altamente destruidor e elitizante, nesta fase do
desenvolvimento chinês.

Aquilo lá hoje, como já disse, reúne o pior do Capitalismo e o pior do Socialismo.
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0 #1 mocinho e bandidoMarcelo Santos 14-03-2009 10:00
Apesar de perceber o jogo midiático evidente para a polarização dos atores (China e Tibete/Dalai Lama), tampouco a China é o mocinho na história. O que dizer da imposição da cultura do arroz que matou milhares de fome nos anos 60/70 simplesmente porque o arroz nao cresce nos planaltos tibetanos? Ou outras ações que parecem ter cunho genocida. A própria ocupação de um país a quem os chineses haviam rogado que firmasse um acordo de não-agressão e preservação das fronteiras antes da conversão ao budismo (quando os tibetanos eram um povo bélico temido em toda a região). Gostaria de saber a opinião sobre esta visão, se possível com aportes históricos, porque me parece que a história atual é de bandido e bandido, e não mocinho e bandido nem pra um lado nem pra outro...

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