Correio da Cidadania

Novo morticínio no Rio de Janeiro

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O deputado Marcelo Freixo veio a público esclarecer o verdadeiro motivo da matança que a Polícia promove: não tem absolutamente nada a ver com a perseguição ao narcotráfico. O motivo real é a limpeza da área para empreendimentos imobiliários, com vistas às Olimpíadas e ao campeonato mundial de futebol. Inacreditável!

 

A Polícia já confessou trinta e duas mortes. Serão todos bandidos? Se forem bandidos, o assassinato estará justificado?

 

Agora vai ficar pior, porque o demagogo e violento governador da Guanabara resolveu colocar o Bope dentro das favelas permanentemente. Quem assistiu ao filme Tropa de Elite 2 sabe muito bem o que isto significa.

 

Chama a atenção a insensibilidade da população diante desses crimes. Como é possível que as entidades da sociedade civil não venham às ruas protestar contra esse tipo de terrorismo do Estado?

 

Terrorismo de Estado é a expressão correta. Terrorismo aplicado contra a população pobre pela burguesia brasileira. Mais do que contra os criminosos do narco, a violência aterroriza mesmo é a população pobre. A mensagem é clara: "não se atrevam a levantar-se contra nós. Vejam o que acontece".

 

Para reduzir a violência urbana em cidades grandes como o Rio e São Paulo, a primeira medida a tomar é reduzir a migração campo-cidade, ou seja, realizar uma verdadeira reforma agrária.

 

Como isso demora tempo e os bandidos estão assaltando hoje, é preciso simultaneamente realizar três ações conjugadas: re-educar os policiais, que foram mal educados pela ditadura; estabelecer um sistema de policiamento clássico: dois policiais rondando os bairros (pois onde está o policial, o bandido não chega); colocar os policiais de ronda sob a supervisão do Comitê de Segurança do bairro, o que significa inclusive condicionar suas promoções à avaliação desse Comitê.

 

Caveirões, helicópteros, tanques da Marinha, oitocentos homens armados, nada disso tem a menor eficácia contra os bandidos. Apenas contra os pobres. Aliás, os helicópteros que estavam filmando a matança "ao vivo" mostraram a facilidade com que os bandidos escaparam da favela do Cruzeiro para a favela vizinha.

 

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Comentários   

0 #8 Mluisa 17-12-2010 17:57
Quem pode responder porque há criminosos?
Quando nenhuma crianca nasce criminoso.
Como descutir as alternativas, de ajudar sem violência?Por onde comeca?
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0 #7 O medo do Estado brasileirosergio josé dias 06-12-2010 13:34
De Sérgio José Dias

Há alguns anos atrás assisti um documentário sobre a questão da democracia e do Estado do Bem Estar Social no mundo ocidental. Tive então a ocasião de ouvir um velho líder trabalhista, oriundo das lutas operárias do pós-2ª guerra mundial, que fez uma defesa ferrenha e apaixonada deste sistema de governo - e não venham me dizer que há antagonismo entre democracia e socialismo. No programa, ele afirmava ser tal formato o melhor sistema político. Dizia também que prevalecia sempre a vontade da maioria, e ele nos tocou com a seguinte afirmação. Disse que nos países periféricos quando o poder popular não se instala, o mesmo ocorre graças a disseminação do medo. Um horror tão poderoso, que impede as pessoas de se colocarem, de definirem o que querem, e o que desejam para seu futuro. A conclusão a que cheguei a apartir da audição desta liderança é de que para se instalar este terror é necessária destruição psicológica do indivíduo, e por conseguinte, da coletividade de que ele faz parte, pois todos seriam atingidos. É importante para sua nulidade social e política, que o mesmo se veja como ser fracionado e inviabilizado em suas intenções e mínimos desejos . E que suas ações tenham como limites as aspirações da classe dominante para os setores subalternos. A fratura psicológica então imposta a este indivíduo e seu grupo dilacera qualquer pretensão a luta por caminhos diferentes daqueles já estabelecidos. Neste sentido, uma conduta diferente, proficiente, consciente e libertária é criticada até por aqueles que sofrem o dano da coação moral, e, muitas vezes, física, temerosos das ameaças e punições efetivas.


Evidentemente, esta pessoa não é um sujeito de direitos, no sentido pleno de sua expressão, que participa diretamente das decisões políticas afeitas ao seu destino. Podemos dizer mesmo que ele desconhece completamente o fato de sê-lo. Quando procura por eles sempre lhe resta medo, dúvida e ironia. Falta-lhe a garantia e o senso de sua própria humanidade.


Mas, de onde vem tanto pavor. É claro que isto advém da forma como as forças de segurança do Estado agem em relação às favelas. As estatísticas de mortes anuais de morte de jovens atingidos por armas de fogo estão ai, nas mãos dos órgãos estatais e até das Nações Unidas, para nos revelar os motivos de tanta descrença e horror. No entanto, podemos ver este medo no cotidiano das pessoas também, e de como ele se instaura. Há uns poucos anos, quando ainda não era professor. Ia de ônibus para o meu trabalho, no centro da cidade. Em frente à Nova Brasília, uma das favelas do Complexo do Alemão, entraram no veículo dois policiais militares para fazer uma revista nos passageiros. Diga-se de passagem, ação muito comum da Polícia Militar quando ocorriam invasões da corporação ao Complexo. Para surpresa de todos, uma criança de cinco anos de idade, que já estava no coletivo começou a gritar desesperadamente. O medo demonstrado por aquela menina, naquele momento, foi de tal monta que fez imediatamente os policiais descerem. Outro exemplo interessante, é o de uma jovem, assistente social, moradora do Alemão e que treme incensantemente diante da presença do “Caveirão, cujo nome oficial é Pacificador, sugestivo nome se lembrarmos do Duque de Caxias, e suas façanhas, ao debelar as rebeliões populares durante o Império.


Estes dois exemplos demonstram como o Estado, instado pela classe dominante e a classe média, das mais diversas formas, e hoje também através dos fóruns de jornais da mídia tradicional, age e implanta o terror junto às camadas trabalhadoras da população. Entretanto, ao longo de nossa história quantos foram o exemplos de negação de direitos, e mesmo de extermínio de populações pobres na reivindicação de direitos? Para começar podemos citar os quase quatrocentos anos de escravidão, e mais cento e poucos anos de racismo, em relação aos negros. Não é à toa, por conseguinte, que esta população seja a mais refratária à busca por seus direitos, chegando até construir uma nova identidade para fugir dos preconceitos: o mulato.


Por outro lado, temos a questão dos quilombos presentes ao longo da escravidão, e em todo o território brasileiro. Neste sentido, a ação do Estado foi sempre de repressão a este tipo de organização social, que contituia uma afronta à ordem estabelecida. Os movimentos indígenas, Confederação dos Tamoios, Confederação dos Cariris, Guerrilha dos Muras, Guerra Guaranítica, só para ficar em alguns. Podemos citar também, para ser breve os movimentos de contestação ao governo colonial, como o a Revolta de Vila Rica, a Conjuração Baiana, a Inconfidência Mineira e a Revolução Pernambucana. As várias revoltas populares, durante o Império: Revolta dos Malês, Balaiada, Sabinada, Cabanagem, Praieira e Revolta do Quebra-Quilos, todos reprimidas com requinte de crueldade por um Estado à serviço da classe dominante.


No período republicano, a própria República Velha já é uma excrescência, pois através de mecanismos políticos impede e solapa a participação popular. Mesmo assim tivemos a Revolta da Vacina e o Bota-Abaixo, Canudos, o Contestado e o Cangaço, a Coluna Prestes e todos os movimentos operários deste período, e mais adiante a ação da Frente Negra Brasileira, o Teatro Experimental do Negro, as Ligas Camponesas, os movimentos estudantis e operários, os sindicatos e partidos operários, as Comunidades Eclesiais de Base, o MST, e mais recentemente, o movimento Black-Rio e Hip-Hop. E para sofrear todo este histórico de lutas do povo brasileiro no período, duas ditaduras: a varguista e a militar. É ou não é a instauração do medo como política de Estado, ao longo de nossa história? Para culminar os dois movimentos mais formalmente importantes de mudanças políticas, a Independência e a Proclamação da República foram ocos de participação popular, ou seja, foram tutelados pela classe dominante.


Cabe então a pergunta: Como ser um cidadão pleno e cônscio de seus direitos e deveres quando o Estado, em suas diversas formas e modelos no Brasil, atuou sempre no sentido de negar a cidadania aos setores subalternos?


Ainda hoje vivenciamos o drama da tortura e das execuções no espaço das instituições de segurança do Estado e fora delas. Os arquivos da ditadura militar, passados algumas dezenas de anos continuam fechados ao olhar do povo. Os corpos de centenas de mortos pela ditadura militar ainda não foram encontrados, e os corpos de milhares de anônimos na democracia recente estão retidos na lista de desaparecidos.


Que Estado é este? Constituído em uma sociedade, onde os grupos fragilizados temem seus principais agentes, seja ele professor, médico ou policial. Todos trazem a marca da obliteração de direitos, da cidadania. A saída está na organização destes setores, na participação popular e na denúncia de qualquer deslize cometido pelos organismos do Estado. Este é o caminho para romper com o medo.
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0 #6 Novo Morticínio No Rio De Janeirovaleria mauricio 01-12-2010 16:00
Companheiros
O povo brasileiro está chocado,não consiguimos mais conviver com tamanha violência.Porque os prefeitos e governadores anteriores deixaram a criminalidade chegar a esse ponto?
Projetos e iniciativas dos políticos,já deveriam ter sido efetivadas,mais uma vez,a
família brasileira é quem paga pela falta de vontade política,que agora chega tardia e mesmo assim \"só prá inglês ver\".
O envolvimento das forças armadas e a consequente guerrilha formada no Rio de Janeiro,poderia ser evitada.
Os moradores e trabalhadores honestos e suas famílias residentes nas favelas cariocas é que estão arriscando suas vidas
devido a \"Tropas de Elite\" que se acham artistas de cinema,alguem precisa explicar
que a realidade é diferente!
Resolver um problema que se alastra à vários anos em um passe de mágica é coisa de artista e não realidade e agora querem mostrar que o Brasil mudou,a violência acabou e o Rio de Janeiro é uma cidade maravilhosa e digna de receber turistas para as próximas Olimpíadas e Campeonatos Esportivos.Toda essa agressão,prejudica não só o povo mas,a imagem passada para outros países mais desenvolvidos.Será que os mais pobres e indefesos moradores dessas
favelas continuarão sofrendo enquanto os verdadeiros criminosos conseguem escapar aos olhos dos policiais?A população continuará sendo aterrorisada pelos policiais ainda mais,com a entrada do Bope?
Precisamos de leis que funcionem realmente
e de uma oposição forte que proteste contra as injustiças sociais.

Brasil e a população,pagam caro co
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0 #5 Leandro Ferreira 30-11-2010 09:47
Sou afavor de tudo o que esta acontecendo no RJ com bandido ñ tem conversas e se a policia precisar da minha ajuda e só entra em contato que eu pego a minha espingarda cartocheira eu vou lá ajudar a poicia pegar esses traficantes sem vergonha e acho que esse Deputado ai e finaciado pelos traficantes do Rio.

Leandro Ferreira Artur Nogueira-SP
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0 #4 De CRISTO ( se alguém quiser seguir apósHamilton 29-11-2010 17:45
Para reduzir a violência; de acordo com a proposta do amigo, à começar pela primeira. Eu gostaria que o amigo se concientizasse, que nós seres humanos estamos vivendo o século XXI ( século das LUZES ); é até claro sua idéia num momento de desespero; más já fazem vinte anos, apenas vinte que estou radicado em área Rural, e a quantidade da bandidagem existente não só por aqui, como em qualquer local do Mundo, não é rara coincidência, a coisa se generalizou amigo. Apenas o que falta é que esta civilização se espiritualize, porque a maioria nasce que nem suino e cresce igual batata. Entidade Superior que superintende este planêta e o Universo, ninguém quer saber, o egoísmo manda que cada qual determine o seu "EU" animalizado; parar para pensar a causa de tamanha animalidade..., é muito fácil atribuir culpas à terceiros, quando todos estamos neste pandemonho. Portanto ESPIRITUALIZEMOS-NOS.
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0 #3 novo morticinio no rio de janeirojoel moacir silva guardiano 29-11-2010 17:06
Não tenho certeza de que lado está a razão da
ética.Tenho comigo que uma reflexão mais profunda sobre o tema requer uma análise sobre
o tipo de sociedade que frequentamos.Minha visão de mundo não contempla estas ações.
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0 #2 £u 29-11-2010 15:20
O BOPE é contra ou a favor de civis? Não sei mais quem é bom quem é mau. As forças armadas, a marinha, a aeronáutica e os civis nas ruas. Uns contra os outros. O povo desesperado, se defendendo como pode. Ja estou até vendo as nações unidas e os EUA tomando partido... O Iraque não é Brasil... O Rio não é só Carnaval e samba. Esta pior do que em 64. Sinistro.
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0 #1 Invasão ou contra-invasão?Azarias 29-11-2010 13:36
Como realizar as tres ações conjugadas se não houver antes os caveirões/helicópteros,tanques da marinha e 800 homens armados(que achas sem a menor eficácia)?
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