Correio da Cidadania

Acirra-se o conflito entre capital e trabalho

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Os trabalhadores da GM de São José dos Campos vêm resistindo às investidas da empresa para que abram mão dos seus direitos. Surge, então, uma convocação para um amplo movimento de solidariedade da classe e do movimento social com seus companheiros da GM. As notas abaixo falam mais que meus comentários.

 

Em defesa dos direitos e da livre organização da classe trabalhadora

Nas últimas semanas os operários que trabalham na General Motors do Brasil em São José dos Campos/SP têm resistido bravamente a mais uma ação do Capital que, para aprofundar a exploração contra a classe trabalhadora, lançou um pacote contra os trabalhadores.

 

A empresa, em meados de janeiro, anuncia para a cidade a contratação de 600 trabalhadores, condicionado a proposta à implementação do banco de horas, redução do piso salarial, congelamento de salários de um setor da produção e turno de 6x2. Além disso, oculta as demissões de 980 trabalhadores que efetuou no final de 2006 e que as contratações serão por prazo determinado de 1 ano.

 

O governo do PSDB na cidade chama a empresa e o Sindicato dos Metalúrgicos para "mediar um acordo" e oferece para empresa isenção de IPTU e redução de ISS. A empresa agradece, mas diz que depende da implementação das medidas contra os trabalhadores, para trazer "os empregos" para São José.

 

O debate sobre a GM toma conta da região e os trabalhadores dentro da fábrica sofrem a pressão das chefias diretas e da direção da empresa e mesmo assim resistem e enfrentam quatro assembléias, onde em todas elas a maioria dos operários votou contra a proposta de redução de direitos.

 

Importante dizer que há mais de 10 anos os metalúrgicos de Campinas, Limeira e São José dos Campos lutam contra a implementação do banco de horas que coloca a vida dos/as trabalhadores/as a mercê da empresa e aumenta o número de acidentes e doenças provocadas pelo trabalho. Lutam contra os patrões e por inúmeras vezes contra sindicatos da CUT, Força Sindical, que não só assinaram acordos como esse que a GM em São José apresentou, mas também entregaram direitos como estabilidade aos/às trabalhadores vítimas de acidentes e doenças provocadas pelo trabalho, além da redução de direitos nos acordos coletivos.

 

Basta olhar a situação dos trabalhadores nas outras plantas da GM e demais montadoras onde o banco de horas e a redução de direitos foram implementados. As empresas seguiram com as demissões e conseguiram o que mais buscavam, diminuir o valor da força de trabalho.

 

Bem perto de São José, na cidade de Taubaté, os trabalhadores na Volks sofreram com as demissões em 2006, tiveram salários reduzidos e a imposição do banco de horas e, nos últimos dias, mais um acordo foi assinado entre a empresa e o Sindicato, que inclui pagamento da PLR condicionado a trabalharem 33 sábados em 2008. No 2◦ semestre do ano passado, os metalúrgicos trabalharam todos os sábados.

 

É ação do Capital para superar suas crises cíclicas: expandir e aprofundar a exploração contra a classe trabalhadora: flexibilizar a jornada, diminuir salários e direitos. Contra isso é preciso avançar na unidade da classe para manter e ampliar direitos.

 

 

Intersindical construindo a unidade para enfrentar mais essa ação do capital

 

Essa investida da GM contra os/as trabalhadores/as na empresa não é um problema exclusivo dos operários que lá trabalham, mas sim um ataque ao conjunto da classe trabalhadora. Por isso a Intersindical tomou a iniciativa de chamar uma discussão com o movimento sindical e popular e construir uma campanha nacional em defesa dos direitos e da livre organização da classe.

 

Em defesa da livre organização sindical também, pois a Embraer, indústria do setor aeroespacial, impõe uma multa da ordem de 5 milhões de reais contra o Sindicato dos Metalúrgicos de SJC. A multa é por conta de uma ação movida em 99 pela empresa contra o Sindicato, que garante um interdito proibitório impondo multa a cada panfletagem, assembléia e mobilização realizadas na empresa. Essa é uma prática das empresas que conta com o apoio do Estado nas mais diversas categorias pelo país afora.

 

É por tudo isso que fazemos um chamado ao conjunto do movimento sindical e popular que não se renderam ao pacto entre o Capital e o Estado a se somarem em mais essa luta.

 

Uma Campanha Nacional que se inicia no ato que realizaremos no dia 21 de fevereiro em São José dos Campos no Sindicato dos Metalúrgicos a partir das 16:00 horas.

 

Os/as companheiros/s que estão em regiões mais distantes podem se somar a essa campanha denunciando esse ataque e apoiando a luta dos/as trabalhadores, nos seus jornais, mobilizações e enviando mensagens de solidariedade ativa a essa luta.

 

Juntos em mais essa batalha da classe!

 

Mais informações: Ana Paula 12-9762 7849

 

Mensagens podem ser enviadas ao Sindicato dos Metalúrgicos de SJC pelo e-mail:

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