Público? Que me...da é essa?

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Daniel Chutorianscy
16/03/2011

 

Saúde pública, saúde? Educação pública, educação? Justiça pública, justiça? Existe isso? Público? Estamos vivendo numa "democracia" burguesa, onde o capitalismo "modelito" imperialista é a expressão maior. Então, podemos concluir brilhantemente que o público nunca foi tão público assim. Ficou com dúvidas? O molde capitalista execra luta de classes, é extremamente ávido por lucro, lucro, apenas o lucro, que sempre desregulamenta tudo com a cooptação da mídia amestrada, ou com o uso da força das armas, e que para realizar suas vampirescas tarefas precisa fazer com que nós acreditemos em toda essa me...dificação de forma ingênua e infantil. Uma ambivalência "do público que não é público", da privatização que se confunde com o público.

 

A saúde pública, que não faz nenhuma saúde, é o vampiro: adora chupar o sangue, venera uma doencinha, principalmente aquelas que dão fabulosos lucros. A educação pública, que não educa, é o treinador das focas que simplesmente adestra. A justiça pública, que não faz justiça, é o lento e pesadão dinossauro, que esmaga os mínimos direitos.

 

Então o que é realmente público? Isso é realmente público: ver sempre a morte rondando de perto um hospital público. Ver o professor numa escola pública refém da estupidificação e da alienação. Ver os tribunais de justiça (justiça?) atulhados de processos, e que dificilmente chegam ao fim, exceto para os privilegiados que os manipulam. Ver a devastação e contaminação do meio ambiente. Ver cotidianamente a corrupção com o dinheiro público (público?), ver a mídia amestradíssima vender e fabricar situações totalmente esquizofrênicas, censurando e invertendo valores. Ver a segurança pública (pública?) descer o "cacete" nos "baixa renda" da periferia e proteger a minoria dos "alta renda" na zona sul. Ver o agronegócio envenar nossos alimentos com agrotóxicos e transgênicos, banditismo e seqüestro de vidas humanas, as indústrias de fabricação de remédios, armamentos etc., verdadeira "indústria da doença", que quanto mais floresce mais lucro dá.

 

A "indústria do falso saber" nas escolas e universidades particulares com diplomas sem "cara" e sem ideologia, apenas um treinamento sob medida para se adequar ao sistema capitalista. A "indústria do enriquecimento desmedido e sem ética", da especulação das bolsas de valores, que causa impunemente verdadeiros "tsunamis" de desempregos e sofrimentos, mas que sempre preserva os privilegiados de qualquer restrição. A indústria da invisibilidade e desregulamentação do caráter que pode tudo: delinqüir, estuprar, adoecer, mentir, violentar, enganar, sacanear, roubar, iludir, ter preconceito, especular, mudar as leis a seu favor, torturar, aculturar, torturar, matar, lucrar, lucrar, lucrar... Assim é o sistema capitalista, cuja expressão máxima é o imperialismo e cuja diretriz é evitar a qualquer custo a luta de classes, só lucrar, explorar e alienar...Chega desta me...da!

 

E por falar em me...da, o que é que se faz com a me...da? Fingir que não a vemos? Esconder a me...da? Enterrar a me...da? Seja qual for a solução, ela continua fedendo e incomodando. Qual a única perspectiva? Em primeiro lugar, proteger as mãos e o nariz para não se contaminar, mexer bem na me...da, continuar mexendo para que essa me...da transforme-se finalmente em adubo, e o adubo seja um ato revolucionário, vida, ação coletiva de transformar a merda do capitalismo em Justiça Social, Educação, Saúde, Cidadania.

 

Fora com a diarréia em que a me...da pastosa e fedorenta é o capitalismo. Fora com a "prisão de ventre" que envenena, plena de gases mal-cheirosos. Chega de viver "dessaranjado". Que o público seja sempre público, verdadeiramente em maiúsculo, e exerça sua verdadeira função: ser coletivo, democrático, exonerando para sempre as me...das.

 

Daniel Chutorianscy é médico.

E-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

 

 

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