Comissão eleitoral pede intervenção no Timor Leste

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Mateus Alves
13/04/2007

 

As autoridades responsáveis pelas eleições presidenciais no Timor Leste, realizadas no início desta semana, pediram ajuda à ONU para garantir a credibilidade do segundo turno do pleito, que ocorrerá no dia 08 de maio e será disputado entre o atual primeiro-ministro do país, José Ramos Horta, e o candidato de esquerda Francisco “Lu Olo” Guterres, pertencente ao partido esquerdista Freitlin.

 

Após um conturbado primeiro turno, diversas denúncias foram feitas, principalmente em relação à contagem dos votos e à ausência de 150 mil eleitores no dia da eleição.

 

Ramos Horta, vencedor do Prêmio Nobel da Paz, pede que seja verificada a razão da ausência de tantos eleitores. “É preciso que investiguem o por quê de tantos ausentes, se faltaram às urnas por causa do tempo ruim, se foi porque não havia urnas suficientes ou se os seus votos simplesmente sumiram”, diz.

 

O primeiro-ministro, que possui o apoio do atual presidente Xanana Gusmão e é acusado de tomar posições políticas discordantes com o progressismo que comumente lhe é atribuído (e que o levou ao reconhecimento internacional), concorda com a decisão do CNE de pedir a supervisão da ONU no segundo turno das eleições no Timor Leste, já que a primeira rodada – o primeiro escrutínio realizado inteiramente por autoridades nacionais desde que o país conseguiu sua independência da Indonésia, em 2002 – teve inúmeros problemas.

 

Antes mesmo da divulgação preliminar dos resultados, alguns dos candidatos já contestavam a legitimidade das eleições e pleiteavam a interrupção da contagem e que esta fosse reiniciada.

 

A CNE negou tais pedidos, clamando não haver base legal para a recontagem e que a decisão estaria a cargo da Suprema Corte do país. No entanto, o porta-voz da Comissão, Padre Martinho Gusmão, admitiu que erros aconteceram durante as contagens, pois “diversos delegados não sabiam como contar os votos”.

 

Francisco “Lu Olo” Guterres e o Freitlin, partido com maioria no Parlamento timorense, não estavam entre os que clamaram pela recontagem, pois consideram a ida ao segundo turno “uma surpresa” após a “campanha de difamação” feita pela oposição. Guterres, o candidato mais votado, acredita ser possível a vitória em maio.

 

A disputa entre os dois candidatos deverá ser acirrada, pois ainda há resquícios de desavenças entre os dois partidos devido à crise de 2006, que deixou 37 mortos e 150 mil desabrigados. Oposicionistas, Horta entre eles, acusam o governo liderado pelo Freitlin como o responsável pela violência no período, que fragilizou ainda mais a estabilidade do pequeno país do sudeste asiático.

 

 

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