O enigmático golpe contra Lula (2)

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Ronald Santos Barata
07/02/2013

 

Parte II

 

 O Poder Formal

 

O governo mundial invisível exerce o PODER REAL. É, realmente, O PODER. É quem tem a capacidade de fazer certas coisas acontecerem no lugar e no momento em que desejam.

 

Há, como vimos, o Poder Formal. São os governos nacionais, os mercados financeiros, os organismos multilaterais, organizações religiosas, ONGs e as mídias. São os instrumentos visíveis que o Poder Real ou de Fato utiliza para fazer as coisas acontecerem.

 

O Poder Formal executa as políticas econômica, industrial, financeira, comercial, cultural, científica e militar, elaboradas pelos “Think Tank” do Poder Real, que utiliza os governos dóceis ou comprometidos e as demais estruturas visíveis. As ações do Poder Formal são tornadas públicas.

 

Porém, as populações não sabem a origem dessas ações, isto é, desconhecem que o Poder Real é quem determina até os processos políticos, para isso utilizando-se de mecanismos já citados, inclusive ações militares, se necessário.

 

Infelizmente, temos visto governos e demais estruturas políticas em diversos países, mesmo quando galgados através de eleições “democráticas”, interessados apenas em ações que conduzam a atender interesses grupais ou pessoais, confiando em que “O Poder” garanta sua estabilidade e a chamada governabilidade. Usufruindo vantagens, atendem os objetivos e interesses dos intermediários do Poder Real: bancos, agronegócio, multinacionais. E as criminosas privatizações, maneira mais fácil e cômoda de se rapinar as riquezas de determinado país ou região.

 

As estruturas políticas do Poder Formal, isto é, governos através de presidentes, reis, primeiros-ministros, Parlamento e Judiciário, não detêm o real controle das instituições públicas; as estruturas econômicas, eminentemente privadas, é que comandam.

 

É óbvio que essas estruturas, as empresas, são comandadas pelos donos, os acionistas. Estes, quase sempre anônimos, delegam a gestão a diretores que procuram o máximo de lucro para os patrões, administrando eficiente e apropriadamente em consonância com os interesses dos acionistas.

 

Apoiando-se em dedicados gerentes, são responsáveis por assegurar o crescimento da empresa, objetivando o máximo dos rendimentos presentes e futuros, com um mínimo de despesa, priorizando o interesse privado dos acionistas em detrimento do interesse social.

 

As grandes corporações, principalmente as do setor financeiro, todas privadas, estão a serviço do governo mundial, que as controla. Agem a serviço da globalização. O poder privado procura controlar o público através de vários mecanismos, seja pela corrupção, seja pelas “democráticas” eleições que manipulam através do dinheiro, desde o fornecimento de recursos financeiros para as campanhas eleitorais e/ou o exercício do governo.

 

O poder público, o governo, exceto dos cinco países citados na Parte I, não tem acesso às instâncias e mecanismos do Poder Real de nível médio para cima, tendo contato apenas com o nível baixo, os gerentes. Não tem nenhum controle ou influência sobre as grandes decisões.

 

No nível médio das instituições intermediárias do Poder Real, temos os diretores das empresas, que têm poder de decisão para implantar as medidas ditadas pelos acionistas. Esses dois níveis, o médio e o superior, comandam as grandes corporações multinacionais, instituições financeiras transnacionais, monopólios midiáticos.

 

O Poder Real utiliza as corporações privadas para direcionar e controlar as autoridades: governos, justiça, forças de segurança, entidades de controle e supervisão. Envolvem chefes de executivos, congressistas e juízes. Aplicam muito dinheiro financiando políticos governistas e oposicionistas, todos pesquisados, estudados e cuidadosamente selecionados, seja do parlamento ou do executivo. Presidentes e primeiros-ministros tornam-se meros executores de decisões ou programas que os diretores e os gerentes, ou organismos multilaterais, apresentam às instâncias governamentais.

 

Os gerentes das grandes corporações são pesquisados, submetidos a testes, rigorosamente controlados, rastreados pelos diretores e acionistas (o olho que tudo vê). Não podem ter conhecimento amplo, genérico, mas apenas de determinadas áreas. Conhecem a árvore, mas não podem conhecer a floresta, o que é reservado aos do nível médio para cima. Porém, são os agentes que se comunicam com as autoridades e outros atores ou organizações.

 

Quando não controlam totalmente as “regras” da democracia, influem poderosamente. Destinam polpudas verbas para financiamento de campanhas políticas. Com dinheiro, mídia e marketing, promovem ou enfraquecem partidos políticos e candidatos em intensas e massivas campanhas de curta duração que ocupam todos os espaços de propaganda e divulgação, fingindo uma isenção e um equilíbrio que induzem o eleitorado a ter a falsa impressão de que elegerão o candidato que escolheram com independência. E a população acredita que está em um processo verdadeiramente democrático.

 

Falam muito em democracia, pregam sua universalização, desde que não seja democratização do sistema financeiro, da economia e da mídia. O poderoso Senhor Dinheiro viaja em céu de brigadeiro por quase todo o planeta.

 

Moldar as Mentes

 

Os processos financeiros são rápidos e podem ser comandados à distância. Estão mais velozes graças à tecnologia. Os banqueiros dominam.

 

Porém, os processos sociais são, necessariamente, lentos; visam mudar culturas, conquistar e colonizar mentes, catequizar, desprezar valores éticos e morais, moldar as massas consoante os interesses do Governo Mundial. Para isso, utilizam duas importantes ferramentas: o sistema educacional e as mídias.

 

Os sistemas educacionais, a exemplo do Brasil, estão distorcidos, adulterando ou apagando culturas e promovendo baixíssimo nível educacional, para que os povos tornem-se acomodados, embrutecidos e apoiem o que os ideólogos da casta impingem. A mídia é fundamental, seja na produção de programas, documentários etc., de conteúdos ideológicos, desmoralizantes, desagregadores, seja criando linguagem chula, incentivando comportamentos em que a mediocridade, a libertinagem, o palavreado de baixo calão e a obscenidade tornem-se normais.

 

Já estamos vivendo a realidade do Governo Mundial que vem agindo aqui, sibilinamente, por muitas décadas, mas que aspira por ser mais formal, “legal” e consolidar a democracia que lhe interessa, isto é, sob o controle do dinheiro. E o capitalismo. Para isso, a geopolítica é fundamental. Com muito dinheiro, corrompem vários intelectuais, escritores e autores.

 

Assim, as dinastias financistas, de imensa fortuna, conseguem ter a liderança do Governo Mundial e, por consequência, dominam muitos países.

 

Na próxima parte, farei abordagem do governo Lula em meio a esta lógica.

 

Leia também:

 

O enigmático golpe contra Lula (1)

 

Ronald Barata é bacharel em direito, aposentado, ex-bancário, ex-comerciário e ex-funcionário público. Também foi militante estudantil e hoje atua no Movimento de Resistência Leonel Brizola. Autor do livro O falso déficit da previdência.

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