Direita norte-americana

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Gilvan Rocha
29/01/2013

É muito triste constatar que as massas trabalhadoras dos EUA estão presas à hegemonia única e exclusiva da direita estadunidense. Por culpa da Terceira Internacional Comunista, chefiada pelos burocratas de Moscou e por culpa também dos seus posteriores seguidores, as massas trabalhadoras norte-americanas foram relegadas ao abandono, ficando à mercê da burguesia imperialista.

 

A população daquele país, hoje, está dividida, quase meio a meio, entre duas correntes de direita. De um lado a direita moderada do Partido Democrata, hoje liderado pela figura do presidente eleito Barack Obama e, por outro lado pela extrema-direita, dotada de extremos traços nazi-fascistas, representada pelo Partido Republicano, em cujo seio trafega impunemente o Partido do Chá, facção partidária do mais extremado direitismo raivoso.

 

Esse quadro desolador tem, como já fizemos alusão, como maior responsável a esquerda de matriz stalinista. Vemos, como exemplo, a Revolução Cubana, levada a cabo pelo movimento 26 de julho, formado essencialmente por membros da pequena burguesia politizada que se opunha à ditadura sanguinária de Fulgêncio Baptista e que se opunha também à presença tão direta dos norte-americanos na vida política e social de Cuba.

 

Sob o lema, nada socialista, de “Pátria ou morte, venceremos!” os militantes do 26 de julho se insurgiram em armas, com o propósito de instalar o famoso Estado Democrático de Direito e tomar algumas medidas de caráter nacionalista. Apesar dos limites dos seus propósitos ao âmbito do capitalismo, a intervenção das massas populares levou a que o processo revolucionário cubano ultrapassasse os seus limites e desembocasse na expropriação generalizada da propriedade burguesa. À revelia da direção insurrecional, as massas, empiricamente, promoveram uma radical transformação do quadro político e social daquela ilha.

 

O senhor Fidel nunca ultrapassou os limites do antiamericanismo. Sequer ele entendeu a real natureza do imperialismo. Nunca atentou para o fato de que o imperialismo é um produto natural do desenvolvimento do capitalismo e tem os seus interesses encampados pelos EUA, como policiais desse sistema, cabendo ressaltar, entretanto, que também a Alemanha, a França, a Inglaterra, o Canadá, a Itália, são expressões desse mesmo imperialismo.

 

Não há uma só palavra do senhor Fidel Castro dirigida às massas trabalhadoras dos EUA. Por sua vez, dele não parte nenhuma ofensa ou acusação ao imperialismo na sua forma alemã, inglesa, francesa ou japonesa. Isso apenas expressa o grau de atraso e de indigência política do chamado, indevidamente, marxismo-leninismo ou mesmo marxismo-leninismo-trotskismo.

 

Gilvan Rocha é militante socialista e membro do Centro de Atividades e Estudos Políticos. Blog: www.gilvanrocha.blogspot.com

 

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