A insurreição está viva!

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Gilvan Rocha
22/10/2011

 

        

Recorremos aos fatos ultimamente ocorridos nos países árabes para refutar o argumento de figuras “marxistas-leninistas” que não têm a necessária clareza dos fatos e nos dizem: a época das insurreições passou, hoje se apresenta para nós o caminho das vitórias institucionais para que, a partir delas, atinjamos os objetivos socialistas.

        

Trata-se de uma infeliz ilusão no caminho constitucionalista para o socialismo. Dão como exemplo o coronel Hugo Chávez na Venezuela, figura raivosa diante do imperialismo ianque, mas que desconhece o imperialismo como produto do desenvolvimento capitalista, estando, portanto, presente em todos os recantos e nunca confinado nos limites de um único país, embora observemos o papel de polícia que exerce o chamado Império do Norte. 

 

Por sua vez, ressaltam o “avanço” do socialismo constitucional através dos processos na Bolívia, no Equador, no Paraguai e assim por diante.

        

Não refletem esses senhores “marxista-leninistas” que o socialismo insurrecional que desmantelou por completo os estados burgueses em alguns países terminou por ser derrotado em decorrência do fato principal de essas insurreições terem acontecido na periferia do capitalismo.

        

As insurreições árabes, o rápido movimento de rebeldia na Inglaterra, os sinais de insubmissão na França, na Grécia, na Espanha, demonstram, de forma cabal, que o caminho da insurreição não ficou no passado, considerando ser a insurreição um movimento em busca da ruptura.

 

Quando os insurretos estão desarmados de um projeto de transformação, essas insurreições confundem-se com meras rebeliões e terminam por se circunscrever no âmbito da política burguesa, empalmando a bandeira das liberdades democráticas e das reformas sociais, no âmbito do próprio sistema.

 

Os exemplos dados desmentem totalmente a tese de que insurreição é coisa do passado. Por sua vez, a realidade mostra a total inviabilidade de um socialismo constitucional, calcado nas regras jurídicas do próprio capitalismo, como costuma acontecer nos exemplos dados.

 

 

Gilvan Rocha é militante socialista e membro do Centro de Atividades e Estudos Políticos.

Blog: www.gilvanrocha.blogspot.com

 

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