A extrema-direita

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Gilvan Rocha
05/11/2010

 

É muito grave o cenário político que se apresenta nos Estados Unidos. Ali, toma corpo uma extrema-direita representada pelo movimento Tea Party, que chega a considerar Barack Obama um político de extrema-esquerda, chamando-o de bolchevique.

 

Imaginem só o nível de irracionalidade dessa extrema-direita. Irracionalidade semelhante foi o nazi-fascismo e suas extravagâncias conceituais e políticas. Diante do quadro de crise que atravessam os Estados Unidos, não surge um movimento de esquerda de caráter anticapitalista, mas, sim, uma extrema-direita, como foi dito.

 

Esse episódio nos leva a fazer uma reflexão. A Terceira Internacional, burocratizada, abandonou as massas populares, o proletariado norte-americano, à sua própria sorte e a burguesia logrou impor no seio das massas o mais profundo anti-socialismo.

 

Porém, não foi só a Terceira Internacional que procedeu com tamanho descaso diante das massas trabalhadoras norte-americanas. O sr. Fidel Castro, dirigente da vitoriosa Revolução Cubana, limitou-se a proferir desaforos ao imperialismo ianque e se esqueceu de se dirigir aos trabalhadores, aos imigrantes, aos negros, enfim, aos explorados e oprimidos daquele país.

 

Salta-nos aos olhos que o marxismo foi posto totalmente de lado quando o princípio da luta de classes foi colocado para debaixo do tapete, uma vez que o stalinismo substituiu esse princípio basilar pela divisão do mundo entre nações opressoras e nações oprimidas.

 

Na esteira dessa absurda distorção, prosperou o nacionalismo e, pior ainda, um anti-imperialismo tosco, que tem norteado os partidos ditos comunistas ou socialistas. Em razão disso, vê-se a indiscutível hegemonia que hoje goza o capitalismo em escala mundial e a conseqüente redução do movimento socialista.

 

O antiamericanismo tem dado margem a que prosperem movimentos fascistas como o são a Al Qaeda, de Bin Laden; o fascismo teocrático, de Mahmmoud Ahmadinejad; o fundamentalismo desvairado da Síria e outros movimentos congêneres, que fazem a alegria dos desavisados. E isso é, simplesmente, apavorante.

 

Gilvan Rocha é presidente do Centro de Atividades e Estudos Políticos – CAEP.

Blog: http://www.gilvanrocha.blogspot.com/

 

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