Cai a máscara

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Gilvan Rocha
10/07/2010

 

De um lado, o senhor Lula da Silva, ex-dirigente sindical, proponente da criação do Partido dos Trabalhadores, organizador da CUT, deixou-se levar pelos encantos da burguesia para se transformar num exímio serviçal do capitalismo. Lula deixou cair a máscara para se converter em caixeiro viajante percorrendo o mundo, buscando promover bons negócios para o sistema.

 

Para tanto não tem nenhum pejo de se aproximar, ostensivamente, e até chamar de companheiro o facínora iraniano Mahmoud Ahmadinejad. Mais recentemente, confraternizou-se com o presidente da Guiné Equatorial que, no governo há 31 anos, tem praticado abomináveis crimes contra os direitos humanos e surrupiado grandes cifras retiradas da pobreza e da miséria do povo daquele país. Para justificar tamanho descalabro, o ministro Celso Amorim, traduzindo o cinismo do governo petista, procurou explicar semelhantes episódios dizendo desavergonhadamente: "negócio é negócio".

 

Enquanto Lula se revela um serviçal do sistema, que dá as costas aos verdadeiros interesses dos trabalhadores, por outro lado, o senil Partido Comunista do Brasil, através do seu deputado federal, Aldo Rebelo, põe-se a servir aos interesses dos ruralistas, esse segmento capitalista dos mais predatórios, merecendo, por essa razão, os elogios da senadora Kátia Abreu, para quem o "nobre parlamentar" tornou-se ídolo.

 

"Nunca, antes, nesse país" tivemos um quadro político tão desolador. A esquerda convencional, composta pelo PT, PCdoB, PSB, PDT, se enxovalha em um concubinato com o que existe de mais fisiológico na política brasileira, como o são os "companheiros" Sarney, Barbalho, Calheiros, Jucá, Temer e outros ilustres larápios.

 

Nessa contingência, eis que temos algumas réstias de esperança nesse nebuloso processo eleitoral. Candidaturas como a de José Maria do PSTU, Ivan Pinheiro do PCB e, sobretudo, a de Plínio de Arruda Sampaio do PSOL, à Presidência da Republica, dão-nos uma oportunidade de fugir desse pútrido lamaçal político que querem nos impor, particularmente com a candidatura da Dilma Rousseff. 

 

Gilvan Rocha é presidente do Centro de Atividades e Estudos Políticos – CAEP.

 

Blog: http://www.gilvanrocha.blogspot.com/

 

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