A fórmula da trapaça

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Gilvan Rocha
23/04/2010

 

O Partido dos Trabalhadores, quando surgiu, dizia que seria um partido diferente. Aliás, o seu único propósito explícito era o de ser diferente, sem dizer, contudo, em que consistiria essa tal diferença. Somente após chegar ao governo foi que pudemos descobrir a originalidade do PT, que seria, tão somente, "a fórmula da trapaça". Em que consiste tal fórmula? A bem da verdade, ela não é nova, já foi experimentada ou levada à prática por grandes populistas como foram Juan Perón na Argentina e Getúlio Vargas no Brasil.

A essência da trapaça consiste em assegurar aos banqueiros e aos grandes capitalistas, nacionais e internacionais, segurança e lucros, enquanto o governo populista administra as tensões sociais praticando políticas compensatórias para a massa do povo mais desprovido, ao mesmo tempo em que engessa as centrais sindicais e centrais estudantis, submetendo-as ao silêncio e ao imobilismo.

 

Por essa razão é que a burguesia, particularmente os banqueiros e empreiteiros, enchem os cofres do PT com generosas doações. E, como temos repetidamente dito, não é com os políticos ideológicos dos partidos de direita que o governo petista procura se harmonizar. Muito pelo contrário, o partido dito dos trabalhadores pratica uma estreita comunhão com que existe de pior entre os políticos fisiológicos da velha burguesia, como são Paulo Maluf, Orestes Quércia, José Sarney, Jader Barbalho, Romero Jucá, Renan Calheiros e outros tantos tipos desse mesmo naipe.

 

A trapaça tem sido muito boa para os negócios da burguesia e tem semeado ilusões no seio das massas populares, como evidenciam os altos índices de aprovação ao governo petista. Caberia às organizações que se reivindicam de esquerda fazerem uma veemente denúncia desses fatos.

 

Porém, partidos como PC do B, PSB e o próprio PT tornaram-se partidos da ordem capitalista e, portanto, elementos de sustentação dessa vergonhosa trapaça. Em troca dos seus prestimosos serviços lhes são reservados milhares de cargos "em comissão" no vasto aparelho de Estado. Isso é simplesmente imoral.

 

Gilvan Rocha é presidente do CAEP- Centro de Atividades e Estudos Políticos.

Blog do autor: http://www.gilvanrocha.blogspot.com/

 

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