Guardas florestais

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Gilvan Rocha
12/12/2009

 

A função de guardas florestais é louvável e necessária. Mas seria uma infantilidade imaginar que preservaríamos nossas florestas contratando mais e mais guardas florestais, sobretudo, porque eles têm um comportamento e uma visão localizada da questão do meio ambiente.

 

Aliás, os ambientalistas, no que pese o nosso respeito pela boa vontade que possam ter ou no que pese a nossa repulsa por utilizar-se desse expediente como meio de vida, estão impossibilitados de salvar o mundo, pois essa tarefa só poderá ser obra da sociedade.

 

Reduzir o ambientalismo à especialidade de doutos é reduzir a questão ao inatingível, pois a preservação real do meio ambiente só poderá ser obra social, portanto, uma obra intrinsecamente política.

 

A ex-ministra Marina da Silva desponta como candidata a presidente da República em coligação com o PSOL. Sem dúvidas, como já dissemos, Marina merece o respeito e a admiração de todos nós na medida em que se levantou valentemente contra os senhores do agronegócio que, de forma abusiva, usam suas motosserras para produção de pastos e plantios de soja, devastando em escala geométrica as nossas matas.

 

Observe-se que por trás de cada motosserra existe um trabalhador necessitando desesperadamente daquele emprego. Trabalhadores e agropredadores que promovem a devastação da natureza o fazem em nome do lucro para os patrões. Lutar em favor da preservação ambiental é lutar antes de tudo contra o capitalismo de forma explícita. Do contrário, seja de boa fé ou não, estaremos escamoteando a questão.

 

Aliás, a burguesia tem apresentado projetos e tomado medidas em torno do problema sem ultrapassar, porém, os limites do capitalismo, ou seja, pretende encontrar soluções preservando o sistema, e a esquerda desavisada termina fazendo o jogo da burguesia com o seu discurso mutilado a respeito do assunto.

 

Hoje fala-se com muita simpatia no nome da ex-ministra Marina da Silva como candidata à presidência da República numa coligação PV e PSOL. Ora, presume-se que o PSOL seja um partido de natureza anticapitalista e nunca um partido ambientalista dotado de desinformação e romantismo.

 

Gilvan Rocha é presidente do CAEP - Centro de Atividades e Estudos Políticos.

 

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