Homossexualidade

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Gilvan Rocha
25/07/2009

 

Eis uma questão sobre a qual uma discussão esclarecedora é difícil de se realizar, tantos são os preconceitos e a passionalidade. Fala-se, com toda pertinência, nos direitos dos homossexuais. Pelo que nos parece, tais direitos encerram-se em um único: o direito de sê-lo, sem restrição, sem repressão, sem discriminação. Esse seria o único direito a ser conferido aos homossexuais.

 

Deixemos claro que a homossexualidade não é uma questão de classe ou camada social. Ele permeia todas as classes e segmentos sociais. Está presente entre os miseráveis aos mais ricos. Sendo assim, não se pode conferir ao movimento homossexual um caráter intrinsecamente socialista ou reacionário. Essas opções políticas dependem unicamente dos indivíduos, do grau de suas informações e dos seus diferentes interesses.

 

Não é verdade que a burguesia seja, por si, homofóbica. Aliás, ela tem um único objetivo: auferir lucros e administrar sua permanência no poder. Para bem servir-lhe, pouco importa à burguesia se o indivíduo é homem, mulher, negro, homossexual ou operário. Existem casos em que o lenhador (Abraham Lincoln) e o metalúrgico (Luiz Inácio Lula da Silva), com a devida presteza e talento bem serviram aos interesses do grande capital.

 

Em última instância, portanto, os chamados preconceitos de conduta sexual, raça, gênero e idade têm valor menor do que se presume.

 

E, falando em preconceitos, descuramos dos maiores como o cultural e, mais ainda, o social, e eles estão presentes na sociedade em geral e, em algumas vezes com mais intensidade, entre certos grupos de homossexuais que abominam os incultos, os ditos "pés rachados", "os baixa-renda", enquanto reverenciam a elite, o chique, o charmoso, o classudo.

 

Trazer os movimentos homossexuais para a causa anticapitalista terá que levar em conta se são eles trabalhadores, excluídos, classe média ou se são abonados burgueses, naturalmente conservadores. Caso contrário, estaremos atropelando o caráter de classe da luta socialista.

 

Gilvan Rocha é Presidente do Centro de Atividades e Estudos Políticos (CAEP).

Contato: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

 

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