Cunhando sem nenhuma culpa

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Daniel Chutorianscy
15/12/2015

 

 

 

 

 

Vamos falar de crianças e adolescentes: seu Cunha, que belo exemplo você está dando para as crianças e adolescentes com essa sua empáfia, hein. Empáfia? Não entendi. Errei! Melhor dizendo: psicopatia. Psicopatia? O que é isso?

 

Vou explicar: seria um “defeito” (entre aspas) em que a pessoa não sente a MENOR CULPA de fazer o mal feito, como “passar para trás”, sempre que for bom para ela. “Vamos em frente porque aqui não tem lei, e vamos nós”.

 

Daí, por exemplo, corromper, desviar, mentir, levar vantagem, roubar, fingir, ameaçar etc. etc. E assim vai. Por que você não “fura” fila, não comete um delito? Porque vai se sentir culpado. Vamos cunhar um “cidadão” (?) sem nenhuma culpa, uma tragédia nacional.

 

Seu Cunha, você tornou-se o “bruxo da perversidade”, com uma corte de duendes malignos à sua volta para escoltá-lo e protegê-lo de seus desvios, exatamente como nos seriados infantis e videogames. Olha só, é muita coincidência para ser coincidência.

 

É aí que mora o perigo: o perigo da identificação. “Se ele pode, eu também posso”. E isso a mídia adestrada coloca com toda força no jornal, na televisão, na internet.

 

Legal, então também posso cunhar o meu processo igualzinho: mentir, fazer crueldades, implicar, segregar, praticar assédio moral, o chamado “bullyng”, em inglês da moda, e depois seguir carreira, da mesma forma que seu Cunha cunhou um bando de “congressistas”? Eu disse “congressistas”, me perdoe pelo mal dito.

 

O perigo disso é virar uma epidemia. Crianças e adolescentes são alvos fáceis, os mais suscetíveis. A ideia é formar uma nova geração de adultos dóceis e colonizáveis, usando, para isso, a máquina de fabricar alienação e regressão, que funciona 24 horas por dia, do último modelo multicapital da série multinacional.

 

Nomeemos o vírus “que come as criancinhas para virar mingau”, semelhante ao “lobo mau”, de “Scrotozoarius Neoplasias Cunherigina”, ou seja, o vírus cancerígeno da insanidade.

 

Antígeno e tratamento: bisturi de sanidade, como antígeno. E tratamento com dose tripla de “justicilina” acompanhada de educação, saúde, justiça social, revisão da dívida pública, democracia, três vezes ao dia, durante os 365 dias de todos os anos.

 

Vamos descunhar esse vírus definitiva e muito rapidamente, senão o perigo é vir outro vírus mais potente ainda. Usando a terapêutica para apagar tudo, não ficar nadinha, nem rascunho. Vamos proteger nossas crianças e adolescentes, e adultos também, com certeza, tomando a vacina da descolonização nos postos de cidadania mais próximos da sua casa.

 

O Ministério da Saúde adverte: o vírus é contagioso e perigoso.

 

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Daniel Chutorianscy é médico psiquiatra.

 

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