A Chevron e o Equador

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Luiz Eça
23/09/2013

 

 

Lamenta-se em Brasília a desistência da Chevron e três outras grandes petrolíferas de concorrerem no primeiro leilão do pré-sal.

 

É possível que, no caso da retirada da Chevron, o mal tenha vindo para bem.

 

Talvez ela não seja uma boa companhia para a Petrobras na partilha da exploração do campo de Libra.

 

Recorda-se que a multinacional está suja com a população do estado do Rio de Janeiro por ter, em 2011, causado um vazamento de 3.100 barris, na Bacia de Campos.

 

No entanto, tem mais. A Chevron foi responsável por um verdadeiro desastre ecológico na Amazônia equatoriana.

 

Com autorização do governo militar, ela operou na província de Sucumbios, entre 1964 e 1992.

 

Ao retirar-se, finda a exploração, deixou centenas de piscinas de petróleo, água de formação e outros elementos tóxicos.

 

Desse modo, causou danos terríveis e irreparáveis ao ambiente de uma vasta região. A população local processou a empresa, primeiro nos EUA, há 20 anos.

 

Por solicitação da própria Chevron, o processo passou para a justiça do Equador, que, em 2011, condenou-a a pagar uma indenização de 19 bilhões de dólares. Somente para remediar a contaminação.

 

A Chevron pretende agora abrir um processo contra o governo do Equador na corte internacional de Haia, alegando que, como não tem mais ativos no país, não tem como pagar a indenização.

 

Comentando o affair, o presidente Correa afirmou que se trata de um dos maiores desastres ambientais de todos os tempos.

 

Os danos causados pela contaminação na Amazônia teriam sido ainda mais graves que os ocorridos nos incidentes da British Petroleum, no Golfo do México, e da Exxon Valdez, no Alasca.

Luiz Eça é jornalista.

Website: Olhar o Mundo.

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