Minhas previsões para 2008

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Gabriel Perissé
03/01/2008

 

Viver é ler, reler, interpretar. Viver, vir e ver no vaivém. Leitura dos últimos dias, já pensando nos primeiros dias que virão. Os vaivéns vão que vão, vêm que vêm. Folhear e olhar. O ano 2007 que foi. Oi! — ao que virá.

 

E o que virá em 2008, essa “coisa” chamada “futuro”?

 

Em janeiro, todos se dão conta das dívidas que assumiram para festejar Natal e Ano Novo. Inadimplência, novas negociações. Os inadimplentes voltam das férias dispostos a pagar suas dívidas. O eterno retorno. Sísifo sobe e desce.

 

Em fevereiro, carnaval logo no começo do mês. Desta vez, 29 dias, o que não resolve o seu problema. Fevereiro tem complexo de inferioridade, e por isso exagera na passarela.

 

Março e sua paixão. Todas as semanas são santas, mas agora é para valer. O ano começa, as cidades grandes respiram com dificuldade. Os aviões atrasam, os engarrafamentos espicham, as balas se perdem, as aulas recomeçam, e recomeçam as perplexidades com a educação.

 

Abril vê o sinal da TV digital chegar ao Rio.

 

Maio, mês do trabalhador, das noivas e das mães. Governo lança nova carteira de trabalho. Fica renovado o trabalho também? As noivas e as mães se emocionam... com as promoções nos “centros de compras” (não se pode mais falar shopping center, a Lei do Idioma Limpo não permite).

 

Junho sem feriados. Madonna lança um livro. Não vejo a hora!

 

Em julho, divulga-se o número atualizado de eleitores de todos os municípios brasileiros. Os candidatos fazem as contas. E as apostas...

 

Aposto que em agosto a China vai se desdobrar, bela e eficiente, em seus Jogos Olímpicos. Um dia ainda vou estudar mandarim.

 

Setembro. Os candidatos fazem seus ataques, distribuem sorrisos, levantam os braços. Tudo pela causa. Qual é mesmo a causa?

 

Logo no começo de outubro, os futuros novos prefeitos agradecem a confiança neles depositada...

 

Novembro era, em priscas eras, o nono mês. Por isso “novembro”. Dezembro era o mês dez, e por isso “dezembro”. Brigas e vaidades fizeram o mês de julho (Júlio César) e de agosto (César Augusto). Daí a incongruência. A rigor, novembro deveria ser “onzembro” e dezembro deveria ser “dozembro”.

 

Mas deixemos de lado especulações etimológicas. Já estamos no final de 2008, é de novo Natal. O Brasil cresce, as dívidas aumentam, os bancos se regozijam, os escândalos ficam para trás...

 

 

Gabriel Perissé é doutor em Educação pela USP e escritor.

 

Web Site: www.perisse.com.br

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