Correio da Cidadania

Lula procura mudar a aparência desse quadro, com suas políticas voltadas para os pobres e miseráveis, mas coerente com os interesses maiores do sistema financeiro e das corporações transnacionais.

O presidente Lula acaba de retirar o seu pedido de urgência para a tramitação dos projetos do pré-sal. Cabe lembrar que na busca de um novo padrão de desenvolvimento para o país, o maior entrave ou obstáculo não é a falta de recursos.

O governo perdeu mais uma oportunidade de enfrentaro principal problema macroeconômico do país, que é o brutal e permanente processo de endividamento público.

Mesmo melhorando as taxas de crescimento, o que obtivemos foi muito pouco. Crescemos menos do que o conjunto da economia mundial e dos países em desenvolvimento.

O carisma de Lula e a ofensiva midiática que impõe uma visão otimista da realidade e das opções políticas assumidas pelo país produzem uma espécie de anestesia geral.

O papel do FMI como pronto-socorro de países em dificuldades para honrar os seus compromissos com instituições dos países mais ricos é fortalecido, e com recursos de países em desenvolvimento, como o Brasil.

Dentro do próprio governo Lula, temos segmentos que percebem claramente que a situação gerada pela política do Banco Central não pode perdurar.

Há um esforço imenso de se transmitir à opinião pública um quadro que procura ressaltar a "magnífica desconcentração de renda" que estaria ocorrendo no país.

O preço a ser pago pela sociedade brasileira, e particularmente pelos trabalhadores brasileiros, foi extremamente alto.

O plano para acelerar o crescimento do país, além de não mudar a essência do modelo econômico continuísta, será frustrado em suas metas quantitativas pelos dados da realidade.

A Vale é simbólica não somente das absolutas irregularidades do processo de privatizações, mas das nebulosas relações entre o governo Lula e o Bradesco.