Correio da Cidadania

O início do fim

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A “Carta aos Brasileiros”, em 2002, feita para acalmar o mercado, é o divisor de águas, mas bem que deu a vitória eleitoral a Lula, deixando claro que o modelo econômico não seria alterado. A farra de banqueiros e multinacionais continuou. De roldão, Lula deu de graça o ministério da Fazenda para Henrique Meireles, pau mandado do Banco de Boston e um dos tucanos e que acabara de ser eleito deputado federal pelo PSDB.

 

O então presidente Luiz Inácio Lula da Silva utilizou verbas públicas para privatizar a educação, saúde e a previdência social. E mais adiante o transporte coletivo. Lula e o PT jogaram na lata do lixo as esperanças de transformações. A maioria de suas lideranças foi conivente com o social-liberalismo, assim como a maior parte dos intelectuais petistas.

 

Mas a crise do capitalismo chegou ao Brasil e o modelo de democracia social de Lula não resistiu, faz água.

 

Ainda assim, petistas honestos e sinceros insistem em defender o governo federal. Dizem que o socialismo não deu certo e que Lula inseriu milhões de pessoas no mercado de trabalho.

 

Não satisfeitos, porque dependem de empregos do PT, passaram a dizer que o problema é o “homem” e o fetiche do “poder”, como se as pessoas não tivessem livre arbítrio e o direito de escolha.

 

Mas essa gente escolheu o modelo social-liberal, o petismo chapa-branca e os governos de Lula/Dilma. Escolheu mal e a festa petista, de comunistas de logotipo e dos seus aliados de direita chegou ao começo do fim.

 

Não tenho segurança de que o socialismo irá finalmente triunfar. Afinal, o capitalismo está desesperado, age como uma fera ferida e vai fazer a humanidade sofrer muito antes do seu fim definitivo. Já estamos vivendo uma situação de barbárie capitalista. O capitalismo não é o fim da história, como dizem os neoliberais e os defensores da continuidade da exploração de classe.

 

Tucanos e petistas chapa-brancas são faces da mesma moeda. Mas o PT tem responsabilidade em todos os governos social-liberais a partir de 2003, no uso criminoso da corrupção na Petrobras, em outras estatais e fundos de pensão.

 

É importante ficar claro que os tucanos, a direita nova e a antiga querem enfraquecer a Petrobras, particularmente em relação ao seu papel na exploração do pré-sal, ao invés de promover o controle público total sobre a empresa e voltar a estatizá-la.

 

Mas o governo petista de Lula/Dilma não acredita na revolução socialista, quer reformar e administrar o capitalismo, não quer a luta de classes. Um bom exemplo é o leilão do campo de Libra. Outro é a farsa das eleições.

 

 

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*Otto Filgueiras é jornalista e está lançando o livro Revolucionários sem rosto: uma história da Ação Popular.

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