Correio da Cidadania

Tarefas dos cristãos diante da crise

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Uma terrível crise econômica assola as principais economias do mundo. Iniciando-se como uma crise do sistema financeiro alastrou-se rapidamente e passou a golpear fortemente a própria produção econômica.

 

Segundo os analistas, não há probabilidade de superação a curto prazo. Quem se lembra ou estudou a crise de 1929, sabe bem o que isto quer dizer.

 

Na crise, todos sofrem, mas os países pobres e os pobres de todos os países sofrem mais. Algumas poucas exceções – entre as quais o Brasil – confirmam a regra. Paradoxalmente, nosso país está crescendo em razão das aplicações especulativas dos grandes capitais internacionais, que, na impossibilidade de aplicar em suas economias, correm para os países que lhes oferecem juros elevados.

 

Não quer isto dizer, contudo, que os pobres brasileiros não estejam sofrendo. Estão, e muito, mas por outras causas. Pressionados, os governos cortam os gastos sociais. O resultado são as rebeliões que estão pipocando em várias partes do mundo.

 

A onda começou nos países do Oriente Médio, mas hoje atinge vários países da Europa e da Ásia.

 

O fenômeno precisa ser avaliado a partir de dois ângulos: por um lado, trata-se de algo auspicioso, pois significa que, após longo período de passividade, as massas populares resolveram rebelar-se, abrindo assim um espaço de manobra para os partidos políticos empenhados na transformação social; por outro, porém, o fenômeno causa preocupação, pois a memória histórica assinala que foi em situação deste tipo que surgiram o nazismo e o fascismo.

 

Cabe aos partidos socialistas prevenirem-se para aproveitar a oportunidade e evitar o perigo que ela encerra.

 

Nós, cristãos, temos o dever de reforçar a luta do povo, de modo a impedir que as forças da direita subvertam o regime institucional.

 

Uma das tarefas importantes para alcançar esse objetivo consiste em difundir uma avaliação correta a respeito dos verdadeiros responsáveis pela crise.

 

Longe de ser a conseqüência dos gastos sociais, como querem os analistas e a mídia burguesa, a crise resulta da irresponsabilidade e da ganância dos banqueiros, pois foram eles que comprometeram a sanidade do sistema financeiro com aplicações aventureiras, despidas de garantias de pagamento.

 

O que não podemos permitir é que cristãos equivocados se somem ao discurso enganoso da direita.

 

Plínio de Arruda Sampaio, Marietta Sampaio, Guga Dorea, João Xerri, Elisa Helena Rocha de Carvalho, José Juliano de Carvalho Filho e Thomaz Ferreira Jensen, do Grupo de São Paulo - um grupo de pessoas que se revezam na redação e revisão coletiva dos artigos de análise de Contexto Internacional do Boletim da Rede, editado pelo Centro Alceu Amoroso Lima para a Liberdade, de Petrópolis, RJ. Este endereço de e-mail está protegido contra spam bots, pelo que o Javascript terá de estar activado para poder visualizar o endereço de email

Artigo publicado na edição de fevereiro de 2012 do Boletim Rede.

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