Correio da Cidadania

O Natal

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Pois que inaugurando essa criança
Pensam os homens
Reinaugurar a sua vida
E começar novo caderno.
Que o entusiasmo conserve vivas suas molas
Possa enfim o ferro comer a ferrugem
O sim comer o não.

João Cabral de Melo Neto

 

Todos os anos festejamos o nascimento de Jesus de Nazaré.

 

Por que um homem obviamente religioso pode interessar a qualquer ser humano?

 

Por que ele é uma figura importante mesmo para aqueles que não têm a estranha experiência que se chama fé?

 

Por que continua presente na memória da humanidade?

 

A chegada de Cristo veio perturbar o equilíbrio do universo pagão, rompendo a lógica circular da vingança e da punição.

 

Poder e glória, buscados pela humanidade desde sempre, a têm conduzido à vertigem do abismo da violência e da frustração.

 

A novidade do Cristo vai na contramão da história e nos propõe a reversão do ordenamento tradicional da sociedade.

 

Em lugar da força e da opressão, o Amor.

 

Repensemos a relevância desse personagem histórico para qualquer pessoa que procura dar um sentido à vida. Como homem, Jesus Cristo tem os mesmos componentes que conformam nossa existência e nos fala a partir deles.

 

Ele apostou sua existência inteira em um determinado valor absoluto e isto o faz significativamente presente na memória da humanidade. Trata-se de quebrar antigas leis, numa “transgressão de amor”.

 

Plínio de Arruda Sampaio é diretor do Correio da Cidadania.

Comentários   

0 #1 Feliz Natal LibertárioRINALDO MARTINS 25-12-2011 20:16
Feliz Natal a todos.

Não o "natal" que a mídia burguesa vende, mas o Natal verdadeiro! Esse pode ser encontrado no Evangelho de Mateus capitulo 2, que narra o nascimento de Jesus já como um fato politicamente conflituoso, resultando na matança dos inocentes de Belém.

Refletir hoje essa questão, nas mesas das ceias, pode parecer até uma ofensa ao momento. Mas essa é o sentido correto da celebração do Natal: refletir que Deus, encarnado na pessoa de Jesus, não é um ser etéreo ou sem posição política. Pelo contrário, desde o início tem incomodado e ameaçado os poderosos por ter assumido um lugar social e político definido: ao lado dos pobres e oprimidos, sendo um deles.

Feliz Natal Libertário.
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