Correio da Cidadania

O aproveitamento hidrelétrico da Amazônia e seus opositores

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Penso que há um problema de base na disputa entre os ambientalistas de passeata e os ecologistas-cientistas, em torno do aproveitamento racional do potencial hidrelétrico da Amazônia.

 

É que os ambientalistas de passeata são fundamentalistas. E fundamentalismos, assim como convicções religiosas, não são passíveis de discussão. "Religião não se discute", diz a sabedoria popular...

 

No entanto, ouso ponderar o seguinte: decerto os ecossistemas amazônicos são delicados. Mas é claro que vão continuar a evoluir, como vem evoluído há milênios, com ou sem a presença do homem.

 

E não é plausível que os ecossistemas amazônicos possam ser conservados em sua condição prístina (se é que se pode pensar em condição prístina de sistemas que, por natureza, vem evoluindo desde a origem, como são todos os ecossistemas terrestres).

 

Canais navegáveis, represas e até o uso turístico vão alterar a configuração atual da Amazônia – tanto quanto o fizeram as queimadas características da agricultura dos índios.

 

Assim, porque não aproveitar apenas 80% do potencial hidrelétrico da região, para gerar eletricidade que vai contribuir muito para melhorar a qualidade de vida de toda a população brasileira?

 

Os índios (que fazem parte do ecossistema) também vão continuar alterando a Amazônia, com suas queimadas e derrubadas de árvores – enquanto as hidrelétricas alagariam apenas 0,5% da área da região, aí incluído o espaço que de qualquer forma é alagado pelos rios, nas estações chuvosas.

 

De resto, quem está adorando a agitação das ONGs contra as hidrelétricas é o Eike Baptista, "et pour cause...". E a indústria nuclear também agradece aos "cientistas ambientais de passeata".

 

E nós, que também fazemos parte do ecossistema, em breve teremos belíssimas e simpáticas termelétricas a carvão e nucleares, para gerar a eletricidade que poderia ser gerada na Amazônia, de fonte renovável, limpa e muito mais econômica.

 

Joaquim Francisco de Carvalho, licenciado em Física e mestre em Engenharia Nuclear, foi engenheiro da CESP.

 

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Comentários   

0 #6 PesquisadorJoaquim de Carvalho 10-05-2011 11:23
Prezados Alvim e Nathália

Não pensem que esquecí a energia eólica e o potencial das biomassas.
De fato, segundo um levantamento feito pelo Centro de Pesquisas de Energia Elétrica da Eletrobrás, em conjunto com as firmas Camargo-Schubert e True Windows Solutions, o potencial eólico brasileiro para ventos com velocidade média superior a 7 m/s é de 143,47 GW.
A interligação dos sistemas hidrelétrico e eólico permitirá que parte da energia gerada nos parques eólicos seja acumulada na forma de água nos reservatórios hidrelétricos – de modo semelhante às malhas termo-eólicas de alguns países europeus, nas quais a energia eólica permite que se economize gás natural ou óleo combustível.
Este sistema hidroeólico poderá operar em sinergia com usinas termelétricas a biomassa, pois a frota automotiva brasileira é em grande parte alimentada com etanol, forçando a produção de bagaço em escala suficiente para alimentar termelétricas de pequeno porte, totalizando uma capacidade da ordem de 15 GW a partir de 2.012, segundo a ÚNICA.
Portanto, o sistema interligado hidro-eólico-térmico (a bagaço), teria uma capacidade global de 425 GW. Como reserva de segurança, este sistema teria um pequeno parque de usinas a gás, flexíveis, que somente operariam em períodos hidro-eólicos críticos.
Por outro lado, segundo o IBGE, a população brasileira deverá se estabilizar em 215 milhões de habitantes por volta do ano 2.050, de modo que daí em diante o referido sistema integrado poderá oferecer continuamente cerca de 8.650 kWh firmes por habitante por ano, igualando alguns países de alta qualidade de vida.
Com isso, o Brasil seria o primeiro grande país a ter um sistema elétrico de fato sustentável, econômica e socioambientalmente.
Como vêm, a energia eólica é fundamental, mas o tema do meu artigo é o das hidrelétricas na Amazônia e eu não posso abordar tudo num pequeno e despretencioso artigo.
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0 #5 fábio. 03-05-2011 07:44
Concordo Nathalia.
Mas o Sr. Joaquim quer chamar atenção para o poder cada vez maior do Sr. Eike Batista para impor seu interesse na produção energética. Suas empresas violadoras de direitos trabalhistas e ambientais já atuam e ninguém nada faz para impedir sua expansão destruídora!
Antes de se conseguir que se produza energia de matriz luminosa e eólica [essa ainda muito cara em relação ao que pode produzir], provavelmente ele já estará poluindo os rios amazônicos com usinas termoelétricas e nucleares.

Ninguém se preocupou em questionar a legalidade que boa parte das reservas do pré-sal fossem adquiridas por ele.
E agora? Como o povo reaverá essa estupenda riqueza, que é o pré-sal, mesmo que não seja para queimá-la?

É preciso refletir acerca dessas situações...
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0 #4 La Amazoniahernan victoria 02-05-2011 20:41
Es un patrimonio de la humanidad los efectos por presion antropica ha dejado huellas invorrables ,este ecosistema maneja la energia fotovoltaica para remover el impacto del modelo economico la propuesta de Dr Joaquin con todo respeto esta orientada a incrementar el capital de una plutocracia que poco le intereza la Amazonia como ecositema
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0 #3 Amazoniascarlos de morais 02-05-2011 17:53
Até parece, para os fundamentalistas, que a Amazonia ficou e continua virgem, diferente de outros ecosistemas como as eras glaciais, o desaparecimento de animais cujos desaparecimentos não foram provocados pelo homem. Por isso, vc tem toda razão, pois a amazonia já foi submetica a diversos tratamentos e, diga-se de passagem, sem nenhum cuidado, como agora acontece na construção de hidroeletricas. Mas ninguem se lembra dos beneficios para toda população que, não pode ficar ao leo de radicalistas de passagem... Parabens pelo belo artigo!
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0 #2 energia limpa?josé alberto alvim 02-05-2011 16:13
Caro prof. Joaquim, se esqueceu de falar sobre energia solar e eólica, pois, o Brasil com esse território vasto de puro sol e ventos, o que poderia propiciar toda energia necessária para nosso desenvolvimento sem destruição de florestas, culturas e impactando no social de nosso povo com "hidrelétricas" que penso ser mais políticas do que sociais. O que falta é bom senso dos governos e esquecer interesses pessoais-políticos que mancham nossos princípios básicos de desenvolvimento. Atenção nas políticas energéticas propostas para o Brasil e utilização do poder da caneta. Obrigado.
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0 #1 Nathalia 02-05-2011 14:24
Óbvio que o senhor Joaquim preferiu esquecer as opções de energia fotovoltaica, eólica, etc.E quem aqui for um pouco informado, saberá que ele preferiu esquecer de MUITAS outras coisas..Como o custo superfaturado dessas hidrelétricas,e o fato de que elas não vão gerar toda essa energia que alguns tem proclamado por aí.
Basta desse conformismo, que aceita o MAL menor para não ter que engolir o MAL maior.Façamos passeatas em luta pelo BEM.
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