Correio da Cidadania

Manifestações e protestos marcarão a posse de Porfirio Lobo em Honduras

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Está marcada para amanhã, quarta-feira (27), em Tegucigalpa, capital de Honduras, a posse do novo presidente, José Porfirio Lobo. Diversas organizações e movimentos estão articulando a sociedade hondurenha para, durante a posse, dizerem não a mais este ato de legitimação ao Golpe de Estado de 28 de junho. Tegucigalpa e San Pedro Sula serão os pontos de encontro da Resistência.

 

A mobilização está sendo chamada de Grande Marcha Patriótica e Libertária e tem a adesão de diversos países e organizações. A intenção é mostrar, de forma pacífica, a força do povo hondurenho e sua opção até o momento não respeitada de não reconhecer o resultado das últimas eleições gerais. Porfirio Lobo saiu vitorioso com o voto de apenas 13% dos eleitores do país. Por este motivo, hondurenhos e hondurenhas vão às ruas dizer não à atuação de mais um presidente golpista.

 

Em comunicado, a União de Escritores e Artistas de Honduras cedeu total apoio à marcha e afirmou "celebrar com grande entusiasmo a saída do sanguinário ditador Roberto Micheletti". O comunicado também critica a transformação de Honduras em uma plataforma de desmonte dos movimentos populares constitucionalistas da América Latina e apóia a atuação da Frente Nacional de Resistência Popular.

 

As manifestações contrárias à posse de Porfirio Lobo deverão acontecer não só em Honduras, mas também em diversos outros países. Em Caracas, na Venezuela, a equipe Promotora do Conselho de Movimentos Sociais da Aliança Bolivariana dos Povos de Nossa América (ALBA), promoverá o ‘Fórum em solidariedade com o povo de Honduras e pelo fortalecimento da união dos povos latino-americanos’. O evento acontecerá às 17h, na sala 2 do Parque Central.

 

Neste momento decisivo para Honduras, países como o Brasil estão reafirmando não reconhecer as eleições de 29 de novembro. Há apenas três dias, o assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio García, afirmou à Agência Brasil em La Paz que o Brasil continua mantendo o posicionamento de não reconhecer Porfirio Lobo como presidente de Honduras. Ainda assim, o assunto deverá ser debatido em fevereiro durante o próximo encontro do Grupo do Rio.

 

Desde 21 de setembro de 2009, quando retornou a Honduras, até o momento, o presidente constitucional Manuel Zelaya se encontra abrigado na embaixada do Brasil em Tegucigalpa. Sobre esta situação, Garcia disse apenas que Zelaya é um amigo e hóspede e que ele pode ficar na embaixada o tempo que achar necessário.

 

Investigação das violações aos direitos humanos

 

Um dia antes de Porfirio Lobo tomar posse como presidente de Honduras, a ONG Anistia Internacional solicitou a Lobo que investigue os atentados contra os direitos humanos cometidos durante o governo ditatorial de Roberto Micheletti e leve os responsáveis à justiça. As agressões, mortes, prisões e desaparecimentos forçados foram cometidos em sua maioria pelas forças de segurança do país.

 

Organizações como o Comitê de famílias de detidos e desaparecidos de Honduras dão conta de que estas agressões e perseguições não cessaram. Em entrevista à L’Humanité, Bertha Oliva, presidente do Comitê, afirmou que existem inclusive "planos de morte" e que os prefeitos estão sendo estimulados a entregarem os membros da Resistência e qualquer um que não colabore. Bertha afirmou ainda não acreditar em mudanças durante o governo de Porfirio Lobo, já que ele se encontra "em um ambiente cercado de militantes leais aos falcões do Pentágono".

 

Por Natasha Pitts, Adital.

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