Correio da Cidadania

A crise Sena

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Acompanho a trajetória política desse outrora militante socialista Acrísio Sena. Ele iniciou sua caminhada no combativo grupo Coletivo Gregório Bezerra (CGB) e, daí, foi para o não menos glorioso Partido da Libertação Proletária (PLP). Com esse perfil de militante aguerrido e de compromisso com os princípios socialistas, Acrísio Sena esteve sempre à esquerda, em posições avançadas e nessas condições elegeu-se ao posto de presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) no Ceará.

 

Por tantas razões, acreditamos que Sena padece de uma forte crise de identidade, visto que mudou de posição. Hoje, ele está do outro lado do balcão, defendendo os interesses de Estado, que, como sabemos, é de classe e, no caso, trata-se do Estado burguês. Como deve ter consciência o Acrísio, hoje tropeçando às tontas entre Marx e Weber, confusão que bem produz a mitificada universidade burguesa.

 

Pois é. Na condição de representante do Estado burguês é que o outrora líder dos trabalhadores cearenses vem se colocando contra a greve dos servidores municipais. Para Sena, assim como para a burguesia, a greve não é necessária, pois tudo se resolve pela vontade e pelo entendimento das cúpulas. A luta das massas tornou-se, segundo Sena, coisa ociosa. Basta que os trabalhadores se pronunciem nas urnas e tudo será resolvido. Para que greve? Para que luta? Aí estão as centrais de trabalhadores e as centrais estudantis, dando testemunho de bom "comportamento", enquanto enchem suas burras com dinheiro do Estado burguês arrancado do povo trabalhador.

 

Não é só coincidência o fato de o capital fazer o seu maior investimento político no PT, uma vez que ele bem sabe gerir seus interesses a custos relativamente baixos. E é nesse torvelinho de confusão que deve fluir a crise de consciência do nosso Sena. Ou será que ele está dizendo: "isso é coisa do passado, estamos no novo milênio". Esse é, pois, o raciocínio recorrente dos equivocados.

 

Gilvan Rocha é presidente do Centro de Atividades e Estudos Políticos – CAEP.

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Comentários   

0 #1 A CRISE SENAJOSÉ WILSON LOPES GURGEL 26-05-2009 07:25
Pois é meu caro conterrâneo Gilvan, essas crises dos pequenos burgueses travestidos de neo-socialistas me fazem refletir a politicagem entre partidos e partidários, no abusivo uso de seus cargos políticos, e a individualização dos seus interesses em detrimento do coletivo. Estou decepcionado como o discurso maquiado de alguns...
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