Correio da Cidadania

Discurso da verdade política

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Estamos em campanha eleitoral. Acompanhamos atentamente os discursos feitos pelos candidatos. Segundo alguns, o povo nada tem a fazer para ter escola de qualidade, transporte bom e barato, bom serviço de saúde, remédio entregue na residência sem nenhum custo, segurança, praças bem cuidadas... Basta, para isso, apenas o voto de cada um de nós, e isso não passa de mentira, de fantasia. O discurso da verdade política deixa de ser feito ou é feito de forma tímida e incompleta, mesmo pelos candidatos ditos comunistas e socialistas. Ora, vivemos uma sociedade de desigualdades sociais.

 

Fortaleza, por exemplo, abriga mais de 650 favelas. A pobreza e a miséria convivem com uma minoria de abastados. Nesse cenário não poderá existir uma Fortaleza bela ou menos feiosa, apesar da riqueza pujante de sua natureza.

 

A desigualdade social faz das cidades antros de injustiças. Não seria com a simples mudança de governos municipais que essa realidade se transformaria. Essa é a verdade que o povo necessita saber e isso não lhe é dito de forma clara.

 

Um candidato comprometido com o povo faria seu discurso centrado na denúncia da ordem capitalista. Afirmaria a viabilização de projetos que mitigassem o sofrimento popular, mas, sobretudo, se empenharia em construir uma consciência política de natureza anti-capitalista, vez que, nos marcos desse sistema, o máximo que o povo pode ter é escola menos ruim, transporte menos ruim, saúde menos ruim...

 

Qualquer discurso apontando solução dos problemas sociais no contexto capitalista é uma desmedida mentira, uma desbragada fraude. O que diferenciaria um "bom" governo municipal de direita para o governo de esquerda, seria o compromisso da esquerda com o trabalho direto e objetivo de educação política, mostrando não haver saída para o povo, senão pela via da transformação social, coisa que eleição nenhuma haverá de promover. Contudo, as campanhas eleitorais são momentos preciosos para difusão do discurso socialista.

 

Gilvan Rocha é presidente do Centro de Atividades e Estudos Políticos (CAEP).

 

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Comentários   

0 #3 Ruptura políticaFlavio Fernandes 15-09-2008 14:19
Mais uma vez os candidatos desperdiçam a chance de contribuir com a promoção da conciência política do povo. Não há meio termo, ou se constroi uma conciência de ruptura ou se está reforçando a realidade de expropriação, opressão, desigualdades...
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0 #2 PoderXGovernoERIKA GOMES PEIXOTO 15-09-2008 14:17
Enquanto tivermos sobre a égide do capitalismo, todos os que se proporem a estar no executivo estarão lá somente para administrar os interesses de quem estar no Poder, à burguesia. Como vemos o caso do Ceará, quem governa é o PT, mas quem manda é o Tarso Jereissati...
Por isso não adianta reformas no capitalismo, os problemas sociais continuaram a existir...
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0 #1 Realidade desgradávelAmauri Recife 12-09-2008 12:13
Infelizmente, enquanto existir imprensa do tipo: rede globo e revista veja nunca nos libertaremos desse sistema de dominação e manipulação.
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