Correio da Cidadania

A economia política do governo: temer elles

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Fala como ato lato o ministro chefe

Do governo e da economia

Entrevista altiva pujante e sem incertezas

Certezas tantas que direitos

Podem virar página vencida

Se constituída de nova lei

Que supera a própria constituição

Constituição que pode ser suprimida

Quando suas partes podem ser mexidas

Nos interesses das novas medidas

Interesses econômicos daqueles que escrevem

Em poucas linhas suas linhas poucas

Quem vai mandar e não pagar a conta

 

A aposentadoria é para ser esquecida

Na idade perdida o velho que trabalha

Pode morrer antes da aposentadoria prometida

Modo como serão tratados os velhos

Que trabalham na república vindoura.

 

Já o jovem que pensa em trabalhar

Deve pensar grande na confiança

Por exemplo... portanto... etc... etc...

Diz o ministro chefe do governo e da economia

Repete lances hipotéticos... portanto... etc... etc...

Todos podem pensar em um emprego

Salário congelado e o mínimo parado

É o superávit primário sobra de dinheiro

É o prioritário do governo

Pagar o sistema corrupto da dívida primeiro

E o povo trabalhador

Quem sabe pode vir

Depois do fim de ano

Sem receber o décimo terceiro

Décimo que pode virar terceiro

Assim o trabalhador pode virar passado

E ser chamado de terceiro da fila

Terceiro que paga a conta

E recebe o chute sempre primeiro.

 

Bem... veja... explica o seguro ministro

Chefe do governo e da economia

Confiança... portanto... etc... etc..

Tudo precisa ser muito explicado

Com cautela e primor elaborado

Por exemplo... portanto... etc... etc...

Fala pomposo o ministro chefe

Do governo e da economia

Fazer tudo bem somado contado

Contabilizado e verificado

Pois quem pode pagar a conta

Pode acordar assombrado

E ver que a soma de um mais um

É o salário arrochado

Imposto somado conta vencida

Desemprego anunciado

Sonho calado de quem

Sabe quanto custa

Comer o pão com salário suado

E produzir a riqueza

Que fica com poucos

Poucos muito poucos

Que dá para contar

Em um punhado na mão

Aqueles que ficam com bilhão

E tudo podem na república da nação

Inclusive com fala mansa

Enganar o povo com fala

Bem falada ensaboada

Em água choca estragada.

 

Depois do ato fato lato fado

Fado pesado destino marcado

Trabalhador vai continuar a pagar o fado

Lado a lado sem poder chorar

Vai apanhar de todos os lados

Pagar a conta e continuar a sofrer calado?...

 

 

Roberto Antônio Deitos é poeta e professor da Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE.

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