Correio da Cidadania

Em defesa da Petrobrás

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Dói em nossos corações, petroleiros que somos, que vibrávamos com a nossa empresa, certos que estávamos trabalhando pelo progresso de nosso país, a agressão que a Petrobrás vem sofrendo já há quase um ano, tendo seu nome enxovalhado, sendo figura constante nas páginas policiais.

 

A Petrobrás nada fez! A Petrobrás É VÍTIMA! Ela é que foi roubada, desviada de seus objetivos, transformada na “vaca leiteira” de agentes corruptos e políticos de mau caráter! PUNAM-SE OS CORRUPTOS E OS CORRUPTORES!

 

Sentimos um asco ao verificar que antigos funcionários da empresa se prestaram para formar uma quadrilha de ladrões do patrimônio pátrio. Cometeram crime de lesa-pátria. A sua punição deve ser proporcional ao crime que cometeram contra o Brasil.

 

Os executivos que formaram a quadrilha, que eles próprios denominaram de “clube”, também merecem punição exemplar. Mas há uma questão importante: a punição deve recair sobre os executivos. As empresas beneficiadas devem devolver o montante acrescido aos seus patrimônios como resultado do roubo à Petrobrás, mas não devem ser levadas à falência, pois os mais prejudicados serão os seus operários, que em nada participaram da roubalheira.

 

Há uma questão que não quer se calar em meus raciocínios: não é possível que tudo tenha acontecido, durante anos, sem que os dirigentes não soubessem. Quem terá sido o mandante por todos esses anos? Quem se beneficiou de parte do butim? E não me venha com a resposta que o dinheiro recebido o foi dentro da lei. Ora, ora; apenas uma maneira de “esquentar” o dinheiro roubado.

 

Como ter tantos aditivos aumentando o valor das obras, como ter contrato de prestação de serviços assinado sem indicação de valor, como não rever os cálculos de rentabilidade de projetos em face de acréscimos estupidamente elevados das construções, como determinar a construção de duas refinarias – desnecessárias – e, após gastar R$ 2,6 bilhões, cancelar a obra e registrar como perda o que foi gasto? Sem dúvidas, a questão se coloca em nível mais elevado do que os três ex-diretores acusados.

 

Também não há como esquecer o prejuízo de R$ 60 bilhões pela manutenção artificial do preço dos produtos vendidos pela Petrobrás. Na realidade, cabe uma ação de ressarcimento contra a União, semelhante ao que fizeram as companhias aéreas. Não é esse tipo de ajuda que a Petrobrás deve dar ao Brasil.

 

O calvário da nossa Petrobrás continua e devemos estar atentos para defendê-la.

 

 

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Petrobras, corrupção e mercado

 

Abelardo Rosa Santos é presidente da Associação Nacional dos Anistiados da Petrobrás (CONAPE).

Originalmente publicado em http://www.conape.org.br/

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