Correio da Cidadania

 

alt2014: instabilidade, incertezas e lutas

Valéria Nader e Gabriel Brito

 

2014 é um ano que começa já marcado por efemérides. 30 anos do comício das Diretas Já, 50 anos do golpe militar de 64, a copa do mundo novamente no Brasil, eleições presidenciais. Ao contrário de 2013, que não trazia inscritos grandes datas e acontecimentos históricos, mas que protagonizou as maiores e mais intensas manifestações populares dos últimos tempos.

As surpresas que são reservadas para 2014, para além dos fatos marcantes que já estão no radar, não há como adivinhar. Nada faz supor, no entanto, que será um ano de calmaria.

As avaliações prospectivas desse Correio no começo de 2013 já prognosticavam a limitação de visão estrutural na quais vinham se enquadrando as medidas do governo que procuravam impulsionar uma economia em crise. Agora, neste início de ano novo, estão evidentes, para além dessa miopia, um repique e reincidência do governo no conservadorismo econômico a la FMI, respondendo às pressões e chantagens do mercado financeiro e fazendo ouvidos moucos às vozes eloquentes das ruas em 2013.

Como de praxe, as maiores vítimas serão as populações que há séculos sofrem com a precariedade de serviços públicos. Certamente voltarão às ruas, à medida que assistirem às finalizações das obras faraônicas voltadas à copa.

Nosso entrevistado especial para esta edição especial prospectiva é Pablo Ortellado, professor da USP.

 

 

 

alt‘O poder público não tem interesse algum em realmente ressocializar os presos’

Gabriel Brito

 

Como em outras ocasiões, o Brasil voltou a se alarmar com uma crise no sistema carcerário, desta vez no complexo prisional de Pedrinhas (MA). A novidade deve-se aos adventos tecnológicos, responsáveis pela divulgação de cenas de violência. Apenas mais do mesmo, dentro de um dos países que mais encarcera no mundo. Tentando olhar muito além da terra dos Sarney, o Correio entrevistou Maria Railda Silva, da Associação dos Amigos e Parentes de Presos, que há cerca de três anos faz um silencioso trabalho nos presídios do país.

 

 

 

alt‘Inevitavelmente, a sociedade terá de se abrir mais para o debate das drogas’

Gabriel Brito

 

Contrariamente à operação “dor e sofrimento” empreendida pelo governo estadual tucano, nos inícios de 2012, o programa Braços Abertos, da prefeitura petista de Fernando Haddad, aparece com uma nova proposta de relação e tratamento com os dependentes, tentando inseri-los socialmente ao mesmo tempo em que se tenta administrar a dependência química. O Correio da Cidadania entrevistou o médico psiquiatra Dartiu Xavier da Silveira, professor da Unifesp e conhecido nos debates e propostas anti-proibicionistas, que vão na direção contrária da doutrina de guerra às drogas – cada vez mais contestada e desmistificada.

 

 

alt‘Sem os movimentos populares, governo Haddad não terá como enfrentar o capital imobiliário’

Gabriel Brito e Paulo Silva Junior

 

Um dos grandes fenômenos sociais da atualidade, a luta pela moradia nas grandes cidades ganhou um capítulo marcante neste início de ano, com a imensa ocupação entre os bairros de Jardim Ângela e Capão Redondo (zona sul da capital paulista), denominada Nova Palestina e formada por cerca de 8000 famílias. As famílias estão, cada dia mais, sem outra alternativa, a não ser a ocupação de terra, para ter assegurado seu direito à moradia”, constata Guilherme Boulos, membro do MTST, em entrevista ao Correio da Cidadania.

 

 

 

alt‘Luta do MST de hoje é contra o modelo do capital na agricultura e necessita de toda a sociedade’

Gabriel Brito e Valéria

 

Em entrevista ao Correio, Gilmar Mauro, dirigente nacional do MST, faz um apanhado histórico, ressalta a trajetória do movimento, mas reconhece a urgência de novas pautas diante da sociedade, atualizando os conceitos sobre a necessidade da reforma agrária no atual contexto político da agricultura brasileira. “Não se trata de fazer uma reforma agrária que apenas distribua a terra, para disputar mercado com o agronegócio na base do produtivismo burro. Trata-se de mudar o modelo". A respeito do desempenho dos governos recentes, apenas desengano.

 

 

alt‘Estamos no campo do imponderável e acho difícil que o aumento da repressão detenha as manifestações’

Gabriel Brito, da Redação

 

Já se preparando para a festa da Copa do Mundo e o processo eleitoral subsequente, o governo brasileiro tenta acelerar as pautas de enrijecimento das leis penais. O advogado Rodolfo Valente, que já prestou auxílio jurídico a diversos manifestantes presos nos últimos tempos, em entrevista ao Correio, acredita que a repressão realmente virá com toda a sua força, uma vez que o governo, em relação aos atuais protestos, “faz uma aposta no conservadorismo”. Além disso, o advogado também contou como tem sido o trabalho daqueles que defendem os presos em atos, “praticamente todos a esmo”.

 

 

alt‘Dilma aprofunda desregulamentação, liberalização e desnacionalização’

Valéria Nader

 

“Os traidores sempre acabam por pagar por sua traição, e chega o dia em que o traidor se torna odioso mesmo para aquele que se beneficia da traição”. É com esta frase, atribuída a Victor Hugo, que o economista e professor titular de Economia da UFRJ, Reinaldo Gonçalves, encerra entrevista que concedeu ao Correio da Cidadania, para avaliar a atual crise econômica que arrasta  países emergentes e as orientações econômicas e políticas em vigor nos anos petistas, em geral, e no governo Dilma, em particular.

 

 

 

‘Consciência e independência deram amplitude inédita à greve do rodoviários de Porto Alegre’

Gabriel Brito

 

 

Parte mais do que interessada nos debates sobre reajustes de tarifa e passe livre, que agitaram o Brasil de forma espetacular no ano passado, os trabalhadores rodoviários de Porto Alegre promoveram uma grande e rara mobilização na categoria, com uma greve que durou praticamente duas semanas e teve 100% de adesão da categoria, além da paralisação de toda a frota de ônibus da cidade. O Correio da Cidadania  conversou com Mauricio Barreto, membro da oposição à direção da Força Sindical.

 

‘Mídia traz uma Venezuela caricata, completamente deslocada da realidade’

Valéria Nader

 

Assistir aos noticiários ou ler matérias dos maiores grupos de mídia sobre os últimos manifestos na Venezuela é se deparar, sem exceção, com um bloco monocórdio, parcial e tendencioso. Um dos jornais televisivos de maior repercussão no país, o Jornal Nacional da Rede Globo, em uma de suas edições, chegou mesmo a trazer os acirrados acontecimentos da Venezuela a partir das falas, imagens e cenários de somente um dos lados – a oposição ao presidente Maduro e ao chavismo. Para avançar o debate, o Correio da Cidadania conversou com Pedro Silva Barros, titular da missão do IPEA em Caracas, Venezuela, desde setembro de 2010.

 

 

São Paulo vê retomada do carnaval de rua e grande número de blocos

Gabriel Brito

 

O Brasil se prepara para se atirar em mais um carnaval, para muitos o verdadeiro rito de passagem ao novo ano. Em São Paulo, o clima não é diferente e, inclusive, sente-se no ar uma sensação de novos tempos, com um número de desfiles de blocos carnavalescos altamente superior ao que vinha sendo verificado nos últimos anos. “O bloco do Saci da Bixiga surgiu a partir da necessidade de resgatar o carnaval para o povo, de forma verdadeira, sob o lema ‘diversão e contestação’”, disse Claudimar Gomes dos Santos, em entrevista ao Correio.

 

alt‘Voltar a debater racionamento é uma vergonha, face aos bilhões de reais gastos com os grandes consumidores’

Gabriel Brito e Valéria Nader

 

Novamente às voltas com problemas no setor energético, o país discute as possibilidades da repetição do racionamento de energia. O Correio da Cidadania voltou a conversar com o engenheiro e professor da USP Ildo Sauer. Sauer enfatiza que o que vemos agora é a consequência da absoluta falta de planejamento no setor, mantendo-se a estrutura liberalizante dos anos 90 e a preservação dos interesses particulares, que dominam completamente as movimentações dos políticos do setor. Tudo, há mais de dez anos, como faz questão de ressaltar, sob a égide da atual presidente e ex-ministra das Minas e Energia.

 

altGreve dos garis: ‘Foi uma surpresa muito grande, mas nós mostramos que a união faz a força’

Gabriel Brito

 

“Acho que o prefeito não acreditou que pararíamos e pagou pra ver. Mas fez a aposta errada. Eu também não esperava a categoria toda se unindo e entendendo o propósito. Todo mundo vestiu a camisa. Mesmo aqueles que foram coagidos em suas gerências. O movimento foi regido por funcionários de dentro da empresa, cansados de sofrerem e serem perseguidos, cansados de não terem valor”, disse Fabio Coutinho, um dos principais líderes da paralisação, em entrevista ao Correio.

 

 

alt“Para o Mais Médicos dar certo, é preciso mudar a mentalidade mercantil na saúde do Brasil”

Raphael Sanz e Gabriel Brito

 

Critica-se muito a forma como foi feito o contrato com os médicos vindos de Cuba, os quais têm parte do seu salário retido pelo governo da ilha, como numa espécie de terceirização; por outro, o programa foi altamente festejado por parcelas da população, tendo em vista que os médicos estrangeiros vieram atender em localidades que praticamente nunca desfrutaram de atendimento digno. O Correio da Cidadania localizou um hotel em São Vicente (SP) que abriga 12 médicos do programa, a maioria vinda de Cuba e da Espanha.

 

 

alt‘Repassar empréstimo às elétricas para o consumidor parece atitude de ditadura’

Valéria Nader e Gabriel Brito

 

Para o engenheiro Roberto D’Araújo, nosso entrevistado para esclarecer um pouco mais da crise e trapalhadas do setor elétrico, as dificuldades das distribuidoras vêm de erros acumulados. A começar pela história mentirosa de que a nossa tarifa é pouco competitiva, o que fez com que o governo, num “ato de voluntarismo”, e sob pressão dos grandes consumidores, baixasse a MP 579, “com vários erros nas notas técnicas. Em vez de fazer leilão, queria obrigar as usinas que estavam em final de concessão a vender energia para compensar a energia cara que há no Brasil inteiro”.

 

 

 

‘Temos a impressão de que a chamada transição democrática não vai acabar nunca’

Gabriel Brito e Paulo Silva Junior

 

O Brasil se reencontra com sua história e, mesmo a contragosto, faz cada vez mais exames críticos de seu passado, ainda repleto de fatos desconhecidos da sociedade, como exemplificam diversos trabalhos divulgados da Comissão da Verdade. Na “descomemoração” deste infeliz cinquentenário, entrevistamos Marcelo Zelic, diretor do Grupo Tortura Nunca Mais, um dos mais perseverantes movimentos por justiça e reparação que o país conheceu.

 

altIvo Herzog: ‘tivemos evolução em absolutamente todas as áreas após o fim da ditadura’

Gabriel Brito e Leandro Iamin

 

Ivo Herzog conversou com o Correio e fez um balanço da democracia brasileira, em meio às lembranças dos 50 anos do golpe. Apesar de salientar as inúmeras dificuldades que ainda enfrentamos, faz questão de desmistificar as afirmações de que nos tempos do regime de exceção alguns aspectos da vida nacional caminhavam melhor. Quanto à posição do exército em ajudar nas investigações de torturas e outros crimes em suas instalações, foi novamente otimista. “Se existe essa disposição do exército, é uma conquista da sociedade”.

 

 

 

alt'Mídia requenta Pasadena para acabar com a Petrobras e ajudar na entrega do Pré-Sal’

Valéria Nader

 

Não é a primeira vez que a Petrobras é alvo de uma possível CPI. Para o engenheiro Fernando Siqueira, ex-presidente AEPET, não se trata, no entanto, de uma CPI séria. O que está de fato em jogo, para o engenheiro, é um acontecimento agora requentado pela mídia, atrelada ao jogo do cartel internacional, com o intuito de acabar com a Petrobras, para entregar Pré-Sal e “sangrar” Dilma, presidente do Conselho de Administração à época da compra da refinaria. Mas a atual presidente não sai nem um pouco ilesa das avaliações de Siqueira, muito pelo contrário.

 

 

 

alt‘Se após cinco anos de UPP ainda há favela ocupada por forças armadas, avançamos muito pouco’

Gabriel Brito e Valéria Nader

 

O Correio entrevistou Marcelo Freixo, que voltou a destacar a ausência de outros braços estatais, para além do armado, nos locais estigmatizados, no momento em que já se completam cinco anos da implantação das UPPs. “O problema é que o projeto não se deu exatamente em nome da segurança pública. As áreas mais violentas não foram as que receberam UPPs. As áreas que as receberam são aquelas destinadas a investimentos do capital privado, isto é, favelas da zona sul, da área hoteleira, do entorno do Maracanã e da zona portuária”, resumiu o deputado estadual.

 

 

altA maioria das pessoas já é a favor da revisão da lei de Anistia’

Gabriel Brito e Paulo Silva Junior

 

"Os escrachos foram as ações mais impactantes já feitas por nós nesses anos. Agora, a maioria é a favor da revisão da lei de Anistia, que é o grande impedimento para investigar os torturadores". Na conversa com o Correio, Pedro Freitas, do Levante Popular da Juventude, ressalta a importância de articulações em favor da preservação da memória, uma vez que em sua opinião nossa democracia carrega vestígios do regime de exceção. Apesar de algumas ressalvas sobre a trajetória da Comissão Nacional da Verdade, tem um parecer otimista a respeito do seu legado.

 

 

alt‘Eleição está marcada por um centrão de posições’

Gabriel Brito e Valéria Nader

 

“O cenário está muito nebuloso, até porque essas pré-candidaturas mais visíveis e fortes não têm ainda um perfil claro. Não há uma nitidez de projetos, uma clareza quanto à visão do processo brasileiro, de passado, futuro, nossos gargalos...”, disse o deputado federal do PSOL Chico Alencar, em entrevista ao Correio da Cidadania. Parece, ainda, claro, para o deputado, que a grande festa da FIFA pautará as eleições, especialmente se o grau de contestação atingir patamares parecidos com os de junho passado, quando se realizou a Copa das Confederações.

 

 

alt‘Não aceitaremos arrocho de salário e de verba para atividades de ensino, pesquisa e extensão na USP’

Gabriel Brito e Valéria Nader

 

Além de refutar ideias de flexibilização de contratos trabalhistas e corte de investimentos na USP, Chico Miraglia, em entrevista ao Correio, destaca a possibilidade de o estado de SP adotar a Lei de Diretrizes Orçamentárias, vigente no resto do país, mas de implantação evitada pelos governos tucanos. “Não vamos aceitar arrocho de salário ou de verba para atividades fundamentais de ensino, pesquisa e extensão. É o tipo de coisa que se destrói em cinco anos e, pra reconstruir, demora 30. Olha o ensino básico...”, alertou.

 

 

alt‘O déficit habitacional no Rio é gritante; vai provocar mais lutas e mobilizações’

Gabriel Brito e Paulo Silva Junior

 

Como já se viu claramente em outras cidades, a luta por moradia está na ordem do dia no Rio de Janeiro. Assim como a violência do Estado. Foi esse o enredo da ocupação do antigo terreno da Telerj, no bairro Engenho Novo, que reuniu 5 mil famílias, até a reintegração de posse que o deixou novamente ocioso e abandonado. “Eu participei da reintegração do Pinheirinho e essa foi muito parecida em termos de violência, brutalidade e truculência policial. Um negócio impressionante”, disse o assistente social Guilherme Simões, em entrevista ao Correio.

 

 

alt‘É fundamental um programa de país que aponte para além das eleições’

Valéria Nader

 

O Brasil se aproxima da Copa de 2014 e também das eleições presidenciais. Por esses dias, quanto mais se chega perto desses esperados acontecimentos, mais se embaralha o cenário político. Especialmente quando se está diante de uma imprensa, e dos grupos econômicos e políticos que a monopolizam, que trazem uma avaliação tão parcial e distorcida da realidade. É para avaliar este contexto que o Correio conversou com o historiador Mário Maestri, para quem a queda de apoio ao governo tem resultado em mais exigências do capital, “além do já muito que recebe, para manter seu apoio”.

 

alt‘Apesar da repressão policial bem aprimorada, manifestos populares vão prosseguir’

Gabriel Brito e Paulo Silva Jr.; colaborou Valéria Nader

 

A Copa do Mundo no Brasil se aproxima e, junto com ela, vai aparecendo um sentimento popular generalizado de irritação e contrariedade com o evento. Nem mesmo pode ser tomado como surpreendente este clima nada ufanista no país do futebol, pois a realidade que cerca a Copa do Brasil tem também se imposto com muita clareza aos olhos da grande maioria.  “Com certeza existe algum legado positivo, mas apenas para todos aqueles que lucraram com as intervenções urbanas”. É o que diz Marina Mattar, porta-voz do Comitê Popular da Copa, em entrevista ao Correio da Cidadania, por ocasião do Dia Internacional de Lutas Contra a Copa em São Paulo

 

alt‘A legalização da maconha é um processo que, inclusive por interesses econômicos, está em curso e é irreversível’

Gabriel Brito e Raphael Sanz

 

Até pouco tempo atrás vista como movimento de pouca importância na agenda política, inclusive progressista, a Marcha da Maconha ganha cada vez mais adeptos e influência. “O cenário internacional mudou, já não dá mais pra defender a atual política, ela não tem base científica nenhuma, resultado nenhum. Não dá mais pra esconder”, disse Julio Delmanto, do coletivo antiproibicionista Desentorpecendo a Razão (DAR), em entrevista ao Correio, que também destaca que a própria sociedade brasileira já tem outro nível de compreensão do debate da legalização das drogas.

 

 

alt‘Nós, do sindicato dos rodoviários, tentamos negociar, mas tem hora que não dá pra segurar’

Gabriel Brito e Paulo Silva Junior

 

Se no ano passado foi o MPL e toda a onda popular contra o reajuste de 20 centavos na tarifa que roubaram a cena, desta vez foram os trabalhadores do setor. O Correio entrevistou Marco Antônio Coutinho, do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus.

 

 

 

alt‘O brasileiro percebeu quais são seus direitos; o medo deixou de existir’

Gabriel Brito e Valéria Nader

 

O país se aproxima da Copa e as mobilizações populares parecem aquecer-se ainda mais. Enquanto os sem teto ganham os holofotes em sua sequência de ocupações e mobilizações, greves começam a pipocar cada vez mais. Para Jussara Basso, coordenadora do MTST, os protestos vão continuar, pois muitas pessoas teriam perdido o medo. Já o Estado, em sua visão, tem feito blefes para tentar acuar a população, mas seus representantes têm medo de ficarem marcados pela repressão em período pré-eleitoral.

 

 

alt‘Nossa opção em São Paulo é poluir a água que está perto e captar a que está longe’

Gabriel Brito e Valéria Nader

 

Trata-se de um cenário histórico de imprevidência, aliado à falta de uma cultura que enxergue a água como bem escasso. É assim que resume a especialista em gestão de recursos hídricos Marussia Whately, entrevistada pelo Correio.

 

 

 

altPróximo ao Itaquerão, Jardim Helian encara uma Copa sem legado social

Gabriel Brito e Paulo Silva Junior

 

Uma das comunidades de Itaquera, o Jardim Helian vê de perto o processo político e social trazido ao bairro por conta da Copa do Mundo e da construção do recém-inaugurado estádio do Corinthians. Agora, a poucos dias da abertura do mundial, aquilo que se chama de legado já começa a se mostrar em sua realidade. “Aqui na nossa comunidade é córrego a céu aberto, não tem asfalto, de equipamento público só tem essa UBS, que é em uma casa locada... Não tem campo de futebol, não tem praça esportiva, de lazer, não tem nada”, disse Rodrigo Reis, líder da Associação de Moradores do Jardim Helian, em entrevista ao Correio da Cidadania.

 

alt‘Automobilização sindical e movimentos urbanos fortalecem ativismo social’

Gabriel Brito e Valéria Nader

 

Voltamos a junho, que novamente ficará para a história, um ano após as manifestações que chacoalharam um país agora às portas da 20ª Copa do Mundo de futebol. “Aquele ‘estilo’ de manifestação não deve se repetir, as pautas de hoje são mais focadas e tendem a se desenvolver de forma mais orgânica do que em junho de 2013”, disse ao Correio o sociólogo do trabalho Ruy Braga, que enxerga um novo ciclo. “Temos um verdadeiro levante nos setores mais precarizados contra as direções sindicais e o comodismo que tomou conta do sindicalismo oficial”.

 

 

alt‘Teremos duas Copas do Mundo: uma com as imagens bonitas da FIFA e outra tensa, das ruas’

Coletivo C.O.P.A., edição do Correio da Cidadania

 

Às vésperas da Copa do Mundo, uma iniciativa de diversos atores da chamada ‘mídia alternativa’ promoveu uma entrevista coletiva com o consagrado jornalista Juca Kfouri, talvez a maior referência de profissional crítico na mídia esportiva brasileira. Inimigo de longa data da cartolagem nacional, com dezenas de processos sofridos na justiça, Kfouri foi uma das poucas vozes que se levantou contra a Copa em solo brasileiro desde o momento em que FIFA concedeu tal direito ao país.

 

 

alt‘Só a luta muda a vida e o povo está se apropriando cada vez mais dessa concepção’

Raphael Sanz e Gabriel Brito; colaborou Valéria Nader

 

Completa-se um ano do estouro das grandes manifestações de junho de 2013, impulsionadas pela brutal repressão policial aos atos pela tarifa zero em São Paulo, e o Correio da Cidadania volta a conversar com o protagonista inicial, o Movimento Passe Livre, que também comemora um ano da vitória contra o aumento da passagem dos coletivos.

 

 

 

alt‘Estamos na iminência de uma tragédia no metrô de São Paulo’

Gabriel Brito

 

Com direito a repercussão mundial, os metroviários de São Paulo fizeram uma greve de cinco dias, interrompida após a demissão sumária de 42 funcionários e a pressão de todos os lados em favor de uma abertura de Copa do Mundo sem sobressaltos nas ruas. No entanto, a reunião dos metroviários, cujo sindicato se localiza em local próximo da manifestação de protesto à Copa, realizada no dia 12, terminou em pancadaria e nova repressão da PM paulista. O Correio da Cidadania entrevistou Paulo Pasin, presidente da Federação Nacional dos Metroviários.

 

 

alt‘Já passou da hora de a MINUSTAH sair do Haiti’

Gabriel Brito, Matias Pinto e Felipe Dominguez

 

Pela primeira vez em sua história, o Brasil chefia uma ocupação militar em país estrangeiro, que acaba de completar 10 anos. Para falar da intervenção no Haiti, no momento em que o fluxo migratório do país mais pobre das Américas começa a se tornar visível por aqui, entrevistamos o historiador e jornalista Thalles Gomes, que comenta o que viu da intervenção da MINUSTAH enquanto foi correspondente do jornal Brasil de Fato.

 

 

 

‘Dizer agora que a culpa é toda da CBF seria hilariante, não fosse ofensa à inteligência’

Gabriel Brito

 

Acabou a festa da Copa e aos poucos vamos voltando à dura realidade de cada dia. Inclusive em termos de futebol. Como algumas mentes menos hipnotizadas pelos FlaxFlus imediatistas previam, tudo funcionou muito bem neste mês de festa para estrangeiros e endinheirados, inclusive as tão encarecidas obras, bem harmonizadas com o “calendário” das empresas responsáveis. Para analisar todo o processo e iniciar o debate do que vem pela frente, o Correio entrevistou o historiador Marcos Alvito, que em 2010 ajudou a fundar a Associação Nacional dos Torcedores.

 

 

‘Sempre que houver a menor ameaça de mobilização social, teremos suspensão de direitos básicos’

Coletivo Copa; edição do Correio da Cidadania

 

Além da análise da atual dinâmica da movimentação social, com os diversos matizes oferecidos por grupos que vêm ocupando importante espaço na política (que Pablo Ortellado entende como um processo de continuidade ao comandado pelo PT desde o final dos anos 70, porém, com movimentos descolados do partido), o ativista oriundo do “autonomismo brasileiro” joga o olhar para os próximos tempos, em sua visão acossados por uma sombria experiência de suspensão de direitos civis básicos, vivida durante a Copa.

 

 

alt‘O Poder Judiciário está se submetendo às decisões do Executivo e a repressão tende a aumentar’

Gabriel Brito e Paulo Silva Junior

 

“Os agentes do Poder Judiciário deveriam ser responsabilizados sobre tais decisões, mas essa é uma questão futura. Falo assim porque suas decisões não estão avaliando o conteúdo das provas contidas nos processos. As decisões têm levado em conta apenas as versões dos fatos alegadas pela polícia. Falar que, legalmente, as instituições estão cumprindo seu papel de forma democrática é uma coisa. Mas ver se essa democracia efetivamente chegou é diferente”, criticou Daniel Biral, dos Advogados Ativistas, em entrevista ao Correio da Cidadania.

 

 

alt“A política de segurança pública é o pior legado da Copa do Mundo”

Gabriel Brito e Paulo Silva Junior

 

“A atual criminalização é uma prova de que a gente caminha a passos largos se não a uma ditadura formal, para uma ditadura na prática, na qual uma visão hegemônica do modelo de sociedade não permite contestações. A reação adotada após junho foi: não fortalecer a democracia, não fortalecer a participação popular, não fortalecer canais de conscientização e discussão de projetos. E, sim, reprimir e impedir que isso avance”, enumerou Francisco Carneiro, da Articulação Nacional dos Comitês Populares da Copa (ANCOP), em entrevista ao Correio.

 

 

alt‘É preciso se mobilizar contra o fascismo e a direitização das instituições’

Gabriel Brito e Paulo Silva Junior

 

“Podemos dizer é que o legado da Copa, principalmente para as comunidades mais pobres, foi muito complicado”, disse Benedito Barbosa, advogado do Centro Gaspar Garcia de Direitos Humanos (detido pela PM em recente reintegração de posse), em entrevista ao Correio. Sobre a truculência estatal vista em atos recentes, crê que devemos ficar atentos. “As próprias ações e a violência da PM e a prisão sem provas dos ativistas representam uma excessiva militarização da polícia e a criminalização dos movimentos sociais. É inaceitável”.

 

 

 

alt‘Cabe indenização do Estado às vítimas de prisão preventiva baseada em provas falsas’

Valéria Nader e Gabriel Brito

 

Os manifestantes presos por ocasião da Copa do Mundo vão sendo soltos e, apesar dos resquícios que a ação do Estado deixará à reflexão posterior, as pautas políticas começam a ser trocadas, especialmente com o aquecimento da campanha eleitoral. O Correio da Cidadania colheu algumas ponderações do jurista Celso Antonio Bandeira de Mello a respeito do atual momento. “Não tinha sentido nem a repressão nem a prisão preventiva. Se não está se fazendo baderna, não tem por que prender”.

 

 

alt‘Marina é a terceira via dentro do sistema; não visualiza outro modelo de desenvolvimento’

Valéria Nader e Gabriel Brito

 

Passados os dias de luto pela trágica morte do presidenciável Eduardo Campos, o Brasil mergulha na campanha eleitoral. Com a novidade da entrada de Marina Silva em cena, ex-ministra do Meio Ambiente que recebeu 20 milhões de votos em 2010, o que, definitivamente, balança a disputa pelo Planalto. O Correio entrevistou o cientista político José Correia Leite para avaliar este novo cenário eleitoral e o que, de fato, representa para este cenário a candidata Marina Silva e sua alegada terceira via.

 

 

alt‘O Hamas é o pretexto da vez para a limpeza étnica e expansão territorial iniciadas em 1948’

Gabriel Brito e Paulo Silva Junior

 

“Os acordos de Oslo já fracassaram, Israel não aceita negociar com os palestinos fora das limitações de oferecer somente 12% do território. Portanto, não acreditamos mais nesse tipo de negociação, principalmente intermediadas pelos EUA. A única solução de paz é o Estado único dentro da Palestina histórica”, argumentou Hasan Zarif, do Movimento Palestina Para Todos (MOPAT), em entrevista ao Correio, no momento em que Israel ataca a Faixa de Gaza pela quarta vez desde 2006.

 

 

 

Luciana Genro: ‘não há mudança sem enfrentar e contrariar interesses’

Em tempos de democracia e liberdade de expressão pautadas pelo poder econômico, o Correio da Cidadania inicia uma série de entrevistas com candidatos às eleições de outubro à margem do atual esquema de poder e divulgação de ideias. Começando pelos que disputam a presidência da República, falamos com Luciana Genro, do PSOL.

 

‘Dados oficiais mostram que poder público mente sobre moradia em MG’

Gabriel Brito

Mais uma vez, a luta por moradia ocupa centralidade em uma grande capital brasileira. No momento, o protagonismo das ocupações urbanas recai sobre três comunidades que se organizaram na chamada região do Isidoro, em Belo Horizonte. São cerca de 8000 famílias, além de outras milhares na mesma situação na cidade, que se valem do confronto direto com o poder político e econômico para garantir um teto. O Correio entrevistou Leonardo Péricles, um dos coordenadores das ocupações.

 

alt‘Frente de Esquerda só faria sentido sob acordo de transformação para além do capitalismo’

Valéria Nader e Gabriel Brito

 

Na segunda entrevista com os candidatos a presidente da esquerda socialista, conversamos com José Maria de Almeida, o candidato do PSTU. Na conversa, ele deixou claro que grandes mudanças não podem vir através do voto.

 

 

 

 

‘O objetivo do Grito dos Excluídos é aumentar o nível de consciência da população’

Gabriel Brito e Paulo Silva Junior

Chega mais um 7 de setembro e novamente algumas representações do país vão às ruas. Enquanto um exército até hoje anódino aos anseios populares fará outro de seus desfiles “cívicos”, o tradicional Grito dos Excluídos, impulsionado pelas pastorais sociais da Igreja Católica, passará por centenas de cidades. É disso que conversamos com Paulo Pedrini, da Pastoral Operária. Sobre a reforma política, bastante atrelada ao Grito deste ano, suas respostas deixam claro como boa parte do movimento popular ainda está longe de se encantar e mergulhar em tal projeto.

 

 

alt‘Se Marina for ao segundo turno, teremos guerra de foice pra ver quem acalma primeiro o capital’

Valéria Nader e Gabriel Brito

 

A eleição à presidência da República esquenta semana após semana. Para analisar o momento, em que Marina parece nadar de braçada, mas começa a ser acossada pelos outros candidatos, o Correio entrevistou o sociólogo do trabalho Ricardo Antunes. “Se a Marina for ao segundo turno, teremos um festival eleitoral. O realismo fantástico latino-americano. A disputa vai ser pesada para conseguir ‘galvanizar’ setores mais refratários, à direita”.

 

 

 

alt‘Brasil precisa de reforma política que proíba financiamento de pessoas jurídicas’

Valéria Nader e Gabriel Brito

 

Apesar de admitir o forte impacto da ascensão de Marina, Eduardo Suplicy, em entrevista ao Correio da Cidadania, crê ser provável a vitória de Dilma, além de mencionar que o governo precisa ampliar o Bolsa Família para outras 5 milhões de famílias. Com isso, poderia lançar a transição para a Renda Básica da Cidadania, programa há anos defendido pelo senador. Suplicy enfatiza também que “enquanto nós não tivermos o financiamento público de campanha, os diversos partidos políticos continuarão solicitando contribuições de empresas, tanto do setor financeiro como outras”.

 

 

Incêndio na Favela do Piolho: ‘os policiais impediram os bombeiros de apagar o fogo’

Gabriel Brito e Paulo Silva Junior

“Dessa vez, antes de o incêndio (em 07/09) começar já tinha policiais na favela. Quando começou o fogo e os bombeiros chegaram, os próprios policiais os impediram de entrar e apagar. Depois, espalharam boatos de que os moradores receberam os bombeiros com pedras e não os deixaram passar. É pura mentira, pode perguntar pra qualquer um aqui como esse fato não é real, não aconteceu”. Foi com essa dura denúncia que começou a entrevista do Correio com uma moradora da favela do Piolho.

 

alt‘Exemplo escocês deve catalisar luta pela independência em toda a Europa’

Gabriel Brito e Valéria Nader

 

“Por trás do plebiscito, houve uma clara polarização entre os que defendem uma sociedade mais igualitária, que tenha o Estado de bem estar social como paradigma, e aqueles que defendem o neoliberalismo e têm Londres como referência. Esta foi a polarização subjacente ao plebiscito pela independência escocesa”, disse Plinio Arruda Sampaio Junior, professor da Unicamp que passa uma temporada de pesquisas em solo inglês, na entrevista que concedeu ao Correio.

 

 

 

alt‘Debates eleitorais sobre a questão urbana não dialogam com demanda das ruas’

Valéria Nader e Gabriel Brito

 

Em mais uma de suas entrevistas quanto à ausência ou distorção de grandes temas nacionais no debate eleitoral, conversamos com Guilherme Boulos, para falar de políticas urbanas e de moradia e da abordagem dos candidatos sobre elas. O balanço que o coordenador do MTST faz não é nada alentador. “Não há nenhuma proposta inovadora colocada em pauta. É o seguinte: política urbana é tomar lado. Hoje, quem controla a política urbana no país é o capital privado. Enquanto tal lógica não for sanada, o problema da moradia não será seriamente enfrentado”.

 

 

alt‘A verdadeira tarefa da esquerda vem depois das eleições: construir a alternativa ao bloco dominante’

Gabriel Brito e Valéria Nader

 

No encerramento das entrevistas com os candidatos presidenciais da esquerda anticapitalista, o Correio da Cidadania conversou com Mauro Iasi, do PCB. Na conversa, ele destaca o processo de reconstrução da legenda mais antiga de todo o país e também o que considera a principal necessidade das forças contra-hegemônicas, incapazes de constituir a chamada Frente de Esquerda em 2014. Em sua visão, tal desafio continua posto, inclusive no sentido de aglutinar forças extrapartidárias. “A nossa briga, já de bastante tempo, é contra a mercantilização da vida”.

 

 

altDebate Eleitoral ocultou contradições da Economia e da Sociedade

Valéria Nader

 

A política econômica do país, tema sempre indigesto para abordar com o público, adquiriu dimensão relevante nos atuais debates eleitorais. A defesa insistente, quase retórica, da independência do Banco Central por Marina Silva levantou a bola para discussões acirradas. Ao mesmo tempo, com a economia do país derretendo, houve até demissão e contratação de novos ministros da Fazenda por alguns dos pleiteantes do cargo à presidência. Face a esse espetáculo armado em torno à economia do país, o Correio conversou com o economista Luiz Filgueiras, em mais uma de suas entrevistas sobre temas chave para o Brasil.

 

alt‘Para ganhar as eleições, governo de SP arrisca todo o abastecimento de água’

Valéria Nader e Gabriel Brito

 

Estamos às portas de mais uma eleição, e o partido que ficou conhecido pelas grandes privatizações das infraestruturas e empresas públicas do país nada de braçada em São Paulo, com possibilidades de o governador Geraldo Alckmin ser reeleito já no primeiro turno. Tal nível de aprovação política conta com toda uma operação de blindagem midiática, responsável por esconder um racionamento de água que, na prática, já acontece. Para além de tais aspectos, o Correio da Cidadania entrevistou o geólogo Delmar Mattes, a fim de analisar as causas e efeitos estruturais dessa crise histórica.

 

 

 

‘Candidaturas à presidência não têm nada a ver com as manifestações de 2013’

Gabriel Brito e Valéria Nader

 

Festa da democracia. Assim convencionou-se qualificar os processos eleitorais de um país que ainda enxerga a ditadura no retrovisor. Mais de 100 milhões de brasileiros poderão ir às urnas eleger seus novos representantes formais, numa campanha já conhecida por ter sido a mais cara da história. O Correio da Cidadania entrevistou o sociólogo Chico de Oliveira, histórico pensador da esquerda brasileira, para analisar o processo e sua perda constante de conexão com as ruas.

 

‘Num processo democrático, os jornalistas não deveriam usar itens de segurança’

Gabriel Brito e Paulo Silva Junior

 

O Tribunal de Justiça de SP expediu uma sentença que, aparentemente, legaliza a violência estatal contra jornalistas. Trata-se da decisão que considerou culpado o fotógrafo Alex Silveira pelo disparo de bala de borracha que lhe cegou de um olho, em manifestação dos professores na Avenida Paulista, no ano 2000. Para discutir o assunto, o Correio entrevistou outro fotógrafo, Sergio Silva, que ficou conhecido do público durante as manifestações de junho de 2013 por ter sofrido a mesma violência.

 

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‘Resultados eleitorais mostram guinada impressionante para a direita’

Gabriel Brito e Valéria Nader

 

Terminaram as eleições gerais, restando apenas algumas disputas de segundo turno para cargos executivos, como o federal. Como se previa largamente, candidaturas conservadoras foram bem sucedidas, enquanto aquelas que carregavam anseios populares demonstrados nas ruas tiveram pouquíssimas vitórias. É assim que a socióloga e professora da UNESP Maria Orlanda Pinassi analisa o pleito, em entrevista ao Correio da Cidadania.

 

 

 

alt‘A esquerda capitalizou junho na medida do possível’

Gabriel Brito e Valéria Nader

 

Continuam as avaliações dos resultados eleitorais e, apesar de algumas diferenças de opinião, afirma-se um avanço do conservadorismo. Para analisar cenários futuros, o Correio da Cidadania entrevistou Ivan Valente, reeleito deputado federal pelo PSOL paulista. Valente considera imprevisível o desfecho do segundo turno, mas  enxerga um Aécio embalado pelo fato de Marina ter queimado seu cartaz de “nova política” e, assim, permitido que o PSDB, mais conhecido do público, ocupasse o espaço do “despolitizado” voto anti-petista.

 

 

alt‘Votos de protesto foram o que mais de perto representaram junho de 2013’

Gabriel Brito e Leandro Iamin

 

O Brasil se prepara para o embate final entre Dilma e Aécio, novamente polarizando ânimos por todo o território, mas um detalhe não pode passar ao lardo de qualquer análise da primeira eleição após as famosas jornadas de junho: o recorde de votos nulos, brancos e abstenções, que atingiu 30% na primeira rodada. Aliás, não parece absurdo pensar em uma cifra até maior no dia 26.  Rafael Padial, da Frente pelo Voto Nulo, concedeu entrevista ao Correio da Cidadania para tratar do atual processo eleitoral.

 

 

alt‘Questão energética não existiu no debate eleitoral’

Valéria Nader e Gabriel Brito

 

No epílogo da série de entrevistas a respeito dos grandes temas que foram negligenciados ou pouco aprofundados pelos debates e campanhas eleitorais, o Correio da Cidadania entrevistou o arquiteto e ativista Chico Whitaker, para conversar sobre o setor energético brasileiro e as opções políticas e econômicas na condução do setor. “É absolutamente impressionante a pobreza do debate eleitoral. Mas corresponde também à pobreza geral da consciência coletiva sobre a importância dos temas energéticos”.

 

 

alt‘Dia 26 de outubro não reserva possibilidade de avanço nos direitos humanos’

Gabriel Brito e Leandro Iamin

 

Continua a contagem regressiva para o segundo turno mais tenso e equilibrado, ao menos até a data desta publicação, desde 1989. A despeito de algumas semelhanças entre ambos os cenários, o clima de empolgação popular é muito menor hoje em dia. Já se passaram 30 anos do fim do regime militar e nosso atual modelo de democracia segue desiludindo milhões de corações, como mostra a entrevista da jornalista e militante feminista Luka Franca, ao Correio da Cidadania.

 

 

 

altPrisioneiro da base parlamentar, governo tende a caminhar para mais do mesmo’

Gabriel Brito e Valéria Nader

 

Após a tensa disputa eleitoral que deu novo mandato presidencial a Dilma Rousseff, o país começa a olhar para frente e vislumbrar as novas correlações de forças. Ante um Congresso altamente conservador que assumirá o legislativo, diversos atores e analistas políticos vêm afirmando a necessidade de se aumentarem as pressões das ruas nos governos. Sobre este novo período, o Correio conversou com Chico Alencar. “Os conflitos sociais e o papel do Estado na sociedade passaram longe. As divergências na campanha foram muito mais retóricas do que reais”.

 

 

alt‘Há muito pouco que se esperar do próximo governo’

Gabriel Brito e Valéria Nader

 

Enquanto o país vai se recompondo da febre eleitoral que transformou a disputa entre Dilma e Aécio numa rinha na qual os grandes e urgentes temas nacionais brilharam pela ausência, começa-se a tecer análises do que vem pela frente. A historiadora Virginia Fontes ressalta que “o resultado deste domingo foi muito marcante, a ponto de fazer necessário mobilizar todas as forças de esquerda para impedir a vitória de uma direita que dessa vez se apresentou de maneira muito mais explícita, com uma roupagem conservadora não apenas socialmente, mas também economicamente”.

 

 

alt‘É impostura ideológica enxergar diferenças substantivas de projeto entre PT e PSDB’

Valéria Nader e Gabriel Brito

 

Mais de uma semana após o segundo turno, a poeira eleitoral começa a abaixar, mas os ânimos populares e o contexto político permanecem acirrados, neste que foi um dos mais tensos, disputados e divididos processos dos últimos anos. Para tratar de um dos relevantes assuntos em pauta, a economia, o Correio da Cidadania entrevistou o economista Reinaldo Gonçalves, que foi implacável em sua análise das proposições econômicas dos candidatos. “O projeto é exatamente o mesmo, que está levando ao apodrecimento do Brasil. O Brasil apodrece do ponto de vista econômico, social, político, institucional e ético”.

 

 

altCrise hídrica de São Paulo passa pelo agronegócio, desperdício e privatização da água

Gabriel Brito e Paulo Silva Junior

 

O racionamento de água em São Paulo já se mostra como uma possibilidade líquida e certa. Resta saber até quando políticos ganharão tempo para escondê-la ou se a população agirá, a ponto de, quem sabe, se repetirem as chamadas ‘guerras da água’. Marzeni Pereira, tecnólogo em saneamento da Sabesp, em entrevista ao Correio da Cidadania, elenca uma série de razões históricas, desde as locais até as mais sistêmicas e abrangentes, que levaram São Paulo à atual crise hídrica, cujas consequências ainda não foram quantificadas.

 

 

alt‘Petro-roubalheiras são face de operação do capitalismo sem perspectiva transformadora’

Valéria Nader e Gabriel Brito

 

Aumento da taxa de juros e o reajuste de tarifas foram as primeiras medidas do governo após o segundo turno. O mesmo que tomará posse em janeiro e que, na campanha eleitoral mais acirrada dos últimos anos, parecia ter reacendido uma militância petista que há anos não mostrava suas garras, e cujas bandeiras mais incendiárias se armaram com críticas às medidas ditadas pela ortodoxia monetária e, especialmente, à autonomia do Banco Central. A esse cenário se entranham agora os escândalos na Petrobras, os torpes oportunismos da direita tradicional e a espetacularização da mídia. O Correio entrevistou o ex-deputado federal Milton Temer.

 

 

alt‘Esperamos que o governo avance um novo marco regulatório para as comunicações’

Gabriel Brito e Paulo Silva Junior

 

A mídia empresarial brasileira é dominada por monopólios consolidados na época da ditadura militar e não representa qualquer esboço de democratização das comunicações. “Enquanto a imensa maioria do espectro radiofônico é controlada por grupos empresariais que visam o lucro, as emissoras comunitárias carecem de apoio estrutural, quando não são altamente criminalizadas. O acesso à internet no Brasil ainda é excludente para metade da população. O exercício da liberdade de expressão é praticado, portanto, por quem detém o controle da propriedade”, resumiu a jornalista Bia Barbosa.

 

 

 

alt‘Infelizmente, segundo governo Dilma será bem mais conservador que o primeiro’

Gabriel Brito e Valéria Nader

 

O ano está acabando, mas, contrariando a tradição, o Brasil não vive clima de fim de expediente, após uma das temporadas mais agitadas da história recente. Ao passo que os escândalos na Petrobras continuam na ordem do dia, a formação da nova equipe ministerial de Dilma estica mais ainda o rastilho de pólvora. Além disso, a reorganização das esquerdas, das forças populares e a propalada reforma política têm sido assuntos constantes. Nessa primeira de uma série de entrevistas para fazer o balanço do desempenho da esquerda nas eleições passadas, Mauro Iasi, candidato presidencial pelo PCB, também avaliou o governo Dilma e o ano de 2015.

 

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