Correio da Cidadania

 

 

2013: sob uma nova ofensiva do capital

Valéria Nader

O ano de 2013 começa bastante embaraçado. Olhando para fora, este ano se inicia sob a intensificação da crise econômica mundial. Internamente, 2013 começa à sombra do que se pode concluir serem duas categorias de acontecimentos do ano anterior: por um lado, aqueles que apenas reforçaram mais do mesmo, tais como a criminalização dos movimentos sociais; por outro, fatos como o chamado mensalão trouxeram à cena política situações que, para muitos, pareceram inusitadas.  Ao mesmo tempo, não se pode pensar em 2013 sem levar em conta 2014 – ano de Copa e eleições presidenciais, com a inevitável pressão que exercerão sobre os orçamentos públicos. O historiador Mário Maestri é o nosso entrevistado. Em sintonia com a voz geral dos colaboradores desta edição, o historiador faz eco à noção de que, no plano interno, a grande aposta para 2013 é a retomada do investimento privado. O que, no entanto, ressalta como essencial das avaliações prospectivas da edição é o limitado arco de ação redistributiva no qual se enquadraram as novas medidas de política econômica de 2012. E que, certamente, deverão dar o teor predominante de um ano que será de corrida contra o tempo em face dos eventos esportivos e eleitorais. Conforme ressalta o economista Guilherme Delgado, “em resposta à crise do crescimento externo, o sistema econômico recalibra suas estratégias de defesa, agora cada vez menos encadeadas com uma política social distributiva e cada vez mais concentradas com os segmentos do setor primário-exportador”.

 

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‘É grande o risco de um novo massacre, agora no Assentamento Milton Santos’

Gabriel Brito e Valéria Nader

No exato momento em que se completa um ano do terrorismo de Estado praticado pelo governo Alckmin e a justiça paulista no bairro do Pinheirinho, despejando cerca de 8000 pessoas de seus consolidados cotidianos, o Assentamento Milton Santos, na região de Americana, encontra-se em vias de sofrer espúria reintegração de posse após oito anos de trabalho e economias investidas. “As 68 famílias assentadas enfrentam uma poderosa articulação entre agronegócio da cana-de-açúcar, judiciário, governo paulista e federal, e a mídia, todos comprometidos com a reprodução do grande capital transnacional na região”, disse em entrevista ao Correio da Cidadania a socióloga Maria Orlanda Pinassi, estudiosa da questão agrária e da própria dinâmica dos movimentos sociais do campo.

 

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Ocupação independente é faceta oculta da crescente luta pela moradia em São Paulo

Gabriel Brito

“Chegamos aqui no dia 12 de dezembro passado, com a cara e a coragem, em cerca de 33 ou 35 famílias”, contou ao Correio a pesquisadora de mercado Dayane Cristine, que concedeu entrevista ao lado do companheiro e funcionário de terminal de ônibus Cícero Gomes, todos agora instalados no número 458 da Rua Barão de Campinas, região central da cidade. O que surpreende em mais essa recente ocupação de um velho edifício largado às traças da especulação é o caráter independente do ato levado a cabo pelas famílias. Neste caso, não há articulação com nenhum dos movimentos de luta pela moradia que se notabilizam na questão. E as razões não são nada inocentes.

 

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Governo Dilma precisa de firme decisão sobre a demarcação e entrega de terras indígenas

Gabriel Brito


Não surpreende que 2013 tenha iniciado sob o mesmo espectro de violência e morte que marca a vida dos guaranis de hoje. Na terça-feira, foi descoberto um plano de pistolagem que visava acabar com a vida de Ládio Verón, cacique da aldeia Takuara. “O mandante é o mesmo de sempre, o Jacinto Honório Filho”, contou. “O que esperamos é a resposta da Dilma. Ela tem que agilizar o processo de demarcação e entrega da nossa terra. Continuamos em 100 hectares, mas temos direito a 7000, como mostraram os estudos antropológicos”, reitera o cacique, em conversa desta sexta-feira, no momento em que os habitantes da Takuara são protegidos por duas rondas diárias da Força Nacional de Segurança, o que aparentemente diminuiu a tensão interna e o assédio da milícia empresarial.

 

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Suplicy: ‘é preciso empenho para eleger senadores progressistas, à altura dos anseios de justiça do povo’

Valéria Nader e Gabriel Brito

Difícil, na atual conjuntura política, encontrar uma palavra, ou uma sentença, pra avaliar o retorno de Renan Calheiros ao Senado. Encontrar uma justificativa editorial para tratar de um assunto dessa categoria neste sítio também não é tarefa fácil. Afinal, trata-se de mais do mesmo na arena da pequena política. Inevitável, portanto, a sensação de inocuidade no tratamento episódico de situações como essa. De todo modo, não é todos os dias que retorna a um alto cargo da República, e agora em brevíssimo período de tempo, personalidade carimbada pelas mais retrógradas práticas políticas. O Correio conversou com o senador pelo PT Eduardo Suplicy.

 

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‘Pacotes do governo vão completar processo que FHC não conseguiu terminar’

Valéria Nader e Gabriel Brito

Iniciado o terceiro ano de Dilma Rousseff à frente da República, o país encontra-se em uma considerável sinuca econômica, apesar dos cada vez mais robustos subsídios oferecidos pelo governo ao empresariado. Para debater o atual cenário, o Correio da Cidadania entrevistou Ildo Sauer, ex-diretor de petróleo e gás da Petrobras e implacável crítico dos governos petistas e sua metamorfose política. Para ele, o atual momento retrata uma disputa “intercapitalista” entre os diversos grupos de apoio ao governo, subsidiada por bilhões de reais do BNDES, ávidos em conquistarem espaços. “Os pacotes de subsídios certamente vão completar o processo que FHC não conseguiu terminar”.

 

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Com dificuldades e contradições, um povo revolucionário sobrevive em Cuba

Alexandre Haubrich, de Cuba, especial para o Correio da Cidadania

Entre contradições, certezas e dúvidas, Cuba constrói sua Revolução e seu país de forma soberana e complexa, à imagem e semelhança de seu povo. Com participação política e dificuldades econômicas, os cubanos vivem. Sem luxos, com alguma desigualdade recente, mas com os direitos básicos garantidos, eles vivem. Com o bloqueio estadunidense e com parcerias com Venezuela, Rússia e China, a Revolução sobrevive e muda. É difícil encontrar alguém que queira desistir do socialismo. A crítica é sempre à economia, mas a manutenção do sistema político parece ser vontade de todos.

 

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‘Participação do povo sob Chávez foi muito maior que nos demais países da América Latina’

Valéria Nader e Gabriel Brito

Ainda no calor da comoção pela morte do presidente venezuelano Hugo Rafael Chávez Frias, seus compatriotas já vivem a pleno a eleição que obrigatoriamente se sucederá. Para analisar o quadro de enorme efervescência e repercussão mundial, o Correio entrevistou Samuel Pinheiro Guimarães, ex-Alto Comissário do Mercosul e também ex-ministro dos Assuntos Estratégicos. Colocando o período chavista em perspectiva, Samuel reitera as teses de variados setores progressistas, que atestam um enorme e inédito avanço socioeconômico para a maioria dos venezuelanos. Refuta, portanto, distorcidas acusações a respeito do cerceamento das liberdades no país.

 

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“As propostas das FARC em Havana cabem dentro do capitalismo”

Matheus Lobo Pismel e Rodrigo Chagas, de Bogotá para o Correio da Cidadania

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Um cenário latino-americano que se voltou para a esquerda, a necessidade de garantir segurança para os investimentos transnacionais na agricultura e no extrativismo, um Estado atolado nas contas de uma guerra que não consegue vencer e o avanço das mobilizações de setores populares que lutam por terra e pela paz com justiça social. Esses são os quatro fatores que, para o cientista político Francisco Tolosa, membro da comissão internacional da Marcha Patriótica (movimento político e social que reúne mais de 1700 organizações colombianas), levaram o governo de Juan Manuel Santos a buscar, pela quarta vez na história do país, uma solução negociada para o conflito interno armado que dura mais de 50 anos.

 

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Retorno petista à prefeitura de São Paulo é marcado por ‘ofensiva de ocupações’ por moradia

Gabriel Brito

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Após anos de primazia da especulação imobiliária nas determinações políticas e econômicas da cidade, cujos expoentes são patrocinadores de todos os grandes grupos políticos e parlamentares do país, a eleição do petista Fernando Haddad abriu um novo horizonte na visão de pessoas e movimentos sociais envolvidos na questão. Com isso, os olhos mais atentos a tais embates não deixaram de notar um considerável aumento no número de ocupações urbanas, em especial no centro, no período eleitoral recém-encerrado, em clara sinalização desses segmentos de que esperam outra visão de cidade na nova gestão.

 

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‘Sem voz ativa, Brasil é colônia dos grandes conglomerados internacionais das telecomunicações’

Valéria Nader e Gabriel Brito

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O Correio entrevistou o jornalista Samuel Possebom, estudioso das comunicações e editor da revista Teletime. Para ele, os novos investimentos em vista não necessariamente configuram uma nova rodada de privatizações do setor, cujas concessões de prestação de serviço de telefonia fixa e móvel, além de internet, vencem em 2025. Lamenta ainda o fato de o Brasil não se constituir hoje um ‘player’ global de relevância, uma vez que todas as grandes empresas estão sob controle estrangeiro. Quanto à internet, Possebom ressalta que o governo não tem a universalização da banda larga como meta, deixando ao mercado a missão menor de apenas massificá-la.

 

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‘População não deve esperar que regulamentação das comunicações resulte de iniciativa do Executivo’

Gabriel Brito e Valéria Nader

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Na segunda parte da entrevista com Samuel Possebom, o Correio discute questões voltadas à radiodifusão, que suscita paixões políticas à esquerda e à direita, especialmente no que tange as discussões a respeito da criação de um inédito marco regulatório da comunicação social. Antes de tudo, Samuel refuta a principal crítica dos meios dominantes, que associam tal iniciativa à censura. No entanto, de acordo com suas colocações, podem ficar tranqüilos, ao menos em relação a qualquer atitude por parte do governo que tanto atacam. “Se alguém deve ser cobrado é a Dilma Rousseff, que, desde as primeiras semanas no governo, não considerou o assunto prioritário e relevante”.

 

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‘PUC-SP reforça lógica de judicialização de conflitos políticos e sociais’

Gabriel Brito

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A PUC-SP quebrou sua tradição de 36 anos e Anna Cintra, última colocada da lista tríplice, foi nomeada reitora. Após protestos, abriu processo contra a professora de Serviço Social Bia Abramides, acusada de incitá-los. “A medida tomada está na lógica do neoliberalismo, que se utiliza de instrumentos para judicializar os movimentos sociais. É a chamada investida da ‘pós-modernidade’, a propagação do ‘fim da história’ para a manutenção do capitalismo, o produtivismo, o ensino aligeirado, à distância”, disse Bia, em entrevista ao Correio da Cidadania, apontando o que realmente se colocaria em jogo com a forçada nomeação de Anna Cintra.

 

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‘O Leilão do Petróleo é ilegítimo, deve ser anulado’

Valéria Nader e Gabriel Brito

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Seguindo sua triste saga colonial, o Brasil continua a viver ciclos de expansão econômica a partir da exploração desenfreada de matéria prima privilegiada. A seguir, o leitor pode conferir depoimentos de quatro diferentes especialistas do ramo, colaboradores freqüentes do Correio, concedidos especialmente ao jornal, denunciando a ilegitimidade do evento. Logo após os depoimentos, está uma ampla seleção de textos, da redação, de colunistas e de colaboradores, entre aqueles que o Correio vem corriqueiramente publicando ao longo dos últimos anos na análise do tema. Foram selecionados textos de 2010 até hoje, que estão separados por autor e em ordem decrescente no tempo.

 

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‘É preciso criar espaço para uma candidatura programática e ideológica de esquerda’

Gabriel Brito e Valéria Nader

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Diante de uma política cada vez mais dominada por compadrios e acordos fisiológicos, sempre no viés eleitoreiro, o Correio da Cidadania inicia sequência de entrevistas com figuras relevantes, de dentro e fora da política parlamentar, do campo da esquerda, a fim de debater o atual momento político que vigora no país. Trata-se de lançar um olhar mais aprofundado para as eleições gerais de 2014, já mobilizadora de boa parte das energias dos grandes partidos e também da mídia. Em entrevista, o deputado federal do PSOL Ivan Valente faz uma primeira análise das movimentações já percebidas e das possibilidades que se anunciam.

 

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‘Retirar poderes de investigação do Ministério Público é ferir de morte a Constituição’

Valéria Nader e Gabriel Brito

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Em meio a um visível aumento da troca de farpas entre os três poderes da República, chamou enorme atenção da sociedade a apresentação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 37. Para tratar do assunto o Correio da Cidadania entrevistou o promotor de justiça Roberto Livianu, do Movimento do Ministério Público Democrático. Para ele, a bombardeada PEC 37 “fere de morte nossa Constituição”, uma vez que tal prerrogativa do MP está consolidada desde que o Brasil se tornou signatário, em 2000, do Estatuto de Roma, automaticamente incorporado a nossa Carta Magna.

 

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Avalanche ‘neoconservadora’ une grande mídia e governo

Valéria Nader

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Medidas governamentais e noticiários dos últimos dias têm deixado de olhos arregalados uma boa porção daqueles que acompanham e creem no ‘neodesenvolvimentismo’ do governo atual, assim como no progressismo da mídia e na sua defesa diuturna da pluralidade e da liberdade de expressão. Neste sentido, dentre tantos acontecimentos e respectivas versões que têm dominado a pauta de governo e imprensa, dois deles podem ser tomados como ilustrativos: o último aumento da taxa de juros pelo Banco Central e mais um assassinato dentre os povos indígenas.

 

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Manifestações pelo transporte coletivo revigoram juventude e lutas sociais do país

Gabriel Brito

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Da mesma forma que nos protestos de 2011, uma forte repressão militar foi mobilizada para combater os manifestantes, expostos ao público como meros desocupados, desobedientes, riscando do caderno a completude de suas pautas e proposições políticas. O Movimento Passe Livre recoloca, porém, em questão a lógica do serviço público e universal, tal qual se reivindica na saúde e educação, por exemplo. Lógica outrora levada adiante pelos próprios governos petistas. Já no final dos anos 80, delinearam projetos com essa premissa, sempre bloqueada por uma política tão privatizada quanto outros bens e direitos públicos. Há quem ainda se levante contra tal quadro.

 

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‘Não há problemas técnicos nem financeiros pra implantar a Tarifa Zero’

Gabriel Brito e Valéria Nader

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Após provocar uma semana de históricas convulsões sociais que continuam chacoalhando o país, o Movimento Passe Livre obteve sua primeira vitória em praticamente dez anos de luta contra os preços e reajustes das tarifas do transporte coletivo. Para analisar o assunto, que seguirá em foco, o Correio da Cidadania entrevistou Lucio Gregori, ex-secretário de transportes de Luiza Erundina e um dos precursores do projeto Tarifa Zero. Talvez em sua principal afirmativa, escancara um impressionante detalhe que continua despercebido: a Lei de Mobilidade Urbana, sancionada pela presidente Dilma.

 

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A Copa do Mundo já começou

Valéria Nader

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As manifestações prosseguem em todo o Brasil, agora adquirindo abrangência entre localidades menores, ao lado das grandes capitais. Também está aos olhos de todos uma reviravolta nos discursos de autoridades governamentais e nas abordagens da grande imprensa. Mas não há como se impressionar muito e comemorar esta que parece ser uma mudança de tom ou postura, seja de governantes, seja de sua Armada de Branca Leone, a imprensa. Há, pelo contrário, de se manter postura atenta para a leitura de entrelinhas, que agora serão o sinal mais evidente das investidas que poderão ser lançadas contra a cidadania.

 

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'Cantos da Sereia' se insinuam para responder ao clamor popular

Valéria Nader

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É em torno à chamada corrupção que estão agora se unindo todos os poderes constituídos, associados à mídia dominante. É ela que, transformada em crime hediondo, ao lado da perseguição dos políticos corruptos, está se insinuando como o tom predominante das ações que serão tomadas para  dar uma satisfação ao clamor popular. O que se começa a perceber, no entanto, é a perseguição da batida trilha rumo à personificação do mal, um cenário de falsa e oportunista sustentação institucional, mediante a falta evidente de vontade política para ações de amplitude, que incidiriam em privilégios secularmente instalados.

 

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‘MPL se coloca dentro do campo da esquerda no processo político’

Gabriel Brito e Paulo Silva Junior

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O Correio da Cidadania, em parceria com a webrádio Central 3, entrevistou Daniel Guimarães, integrante do movimento, com vistas também a debater um posicionamento político mais profundo. Para Daniel, “o que acontece é reflexo do processo conduzido pelo governo federal e a FIFA, à revelia dos interesses populares, atacando interesses da população, retirando o direito de livre manifestação das pessoas, chegando a remoções forçadas. Agora, a conta começa a chegar”. Sobre os transportes, após a primeira vitória com a revogação do aumento, avisa que seguirão pautando o tema, inclusive com projeto de lei de iniciativa popular em nome da tarifa zero.

 

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‘Precisamos rediscutir o modelo de sociedade, antes de determinar a forma de eleição de políticos’

Gabriel Brito e Valeria Nader

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Para analisar o mês que abalou as estruturas do país, e também sobre a propalada reforma política, agora entusiasticamente oferecida por Dilma, o Correio da Cidadania entrevistou o jurista Jorge Luiz Souto Maior. Além de mencionar que os acenos dados até agora pelo governo são muito genéricos, faz uma importante advertência quanto ao tema para o qual mais se voltou até o momento, a reforma política. “Precisamos discutir que modelo de sociedade nós queremos, pra determinar a medida da atuação dos políticos e do governo. Penso que a questão, já posta na mesa, sobre a participação mais ativa do Estado nos temas que dizem respeito aos direitos sociais e à economia é mais importante.

 

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‘Temos agora uma cultura para discutir política nesse país’

Raphael Sanz, Gabriel Brito e Valéria Nader

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As multidões que tomaram as ruas e enfrentaram uma das mais violentas polícias do mundo, além de um dos mais corruptos sistemas políticos, não bradavam simplesmente contra um aumento de centavos na passagem de ônibus e metrô (as mais caras da América Latina). Em meio a esse movimento, que já tem dez anos de existência, algumas mentes jovens e perseverantes ganharam destaque na imprensa nas últimas semanas. Uma delas, a da estudante de geografia da USP, Mayara Vivian, de 23 anos, que esteve em reunião com a presidente Dilma Rousseff recentemente. Mayara também esteve nas jornadas de luta do Movimento pelo Passe Livre (MPL) desde a sua gênese paulistana, em 2005.

 

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‘Mesmo burocrática e governista, greve geral é positiva’

Gabriel Brito e Valéria Nader

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Depois de anos de sono profundo em termos de mobilizações de ruas as centrais sindicais voltaram a convocar um dia nacional de lutas unificadas. Espalhados por todo o país, passeatas, piquetes, bloqueios e reivindicações de classe reuniram até mais de 100 mil pessoas, mas ainda sem a força de outros tempos. O Correio da Cidadania continua a tratar do novo momento de lutas sociais que vive o Brasil, com a entrevista ao advogado Jorge Luis Martins, o Jorginho, ex-CUT e hoje na Intersindical. “Na verdade, as centrais saíram às ruas quase que por instinto de sobrevivência”, disse, em suas avaliações despidas de qualquer euforia.

 

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‘Lutas devem seguir, já que governo não pretende atender demandas populares’

Gabriel Brito e Valéria Nader

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Seguindo os ventos das mobilizações de massa, pela primeira vez em longuíssimo período de tempo as centrais sindicais convocaram um dia nacional de lutas. O Correio da Cidadania entrevistou Paulo Pasin, membro do Sindicato dos Metroviários de SP, a fim de interpretar esse momento. Para ele, os novos tempos marcam também a necessidade de novas e mais amplas formas de unificação. Talvez em sua afirmação mais importante, Pasin lembra que, apesar dos novos tempos, a mobilização não poderá arrefecer, uma vez que não crê em respostas positivas dos governos e nem mesmo das centrais a ele mais ligadas.

 

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Espionagem dos EUA: liberalização comprometeu soberania nacional

Gabriel Brito e Valéria Nader

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A explosão do caso de megaespionagem internacional dos EUA, afetando países aliados e inimigos, sem distinção, ainda choca a opinião pública mundial. Na opinião de Milton Temer, ex-deputado federal pelo PT, época em que também trabalhou na Comissão de Relações Exteriores da Câmara, as revelações de Snowden apenas confirmam o que já estava insinuado pelo Wikileaks. Na entrevista que concedeu ao Correio da Cidadania, Temer analisa ainda a postura do governo brasileiro e seu chanceler Antonio Patriota, rápidos em negar asilo a Snowden, mas letárgicos ao condenar o episódio de semi-sequestro do avião de Evo Morales em aeroportos europeus.

 

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‘Queremos do Estado a garantia de direitos civis básicos que na favela não são respeitados’

Gabriel Brito e Paulo Silva Junior

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A ação na Maré culminou na morte de 10 pessoas. No dia 2, um ato ecumênico reuniu cerca de 5 mil pessoas para protestar contra a incessante carnificina estatal. O Correio publica entrevista realizada com Edson Diniz, diretor da Redes de Desenvolvimento da Maré, um dos mais organizados movimentos populares comunitários. Inclusive, com produção jornalística, uma vez que seus moradores não tiveram dificuldades em notar o tratamento “estereotipado” concedido pela grande mídia. Na conversa, gravada em mais uma parceria com a Webrádio Central3, Edson descreve o engajamento da população da Maré em diversas causas, com grande participação na recente onda de manifestações.

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‘A democracia representativa não nos serve mais. Ficou claro que temos de tomar outros modos de ações’

Gabriel Brito e Paulo Silva Junior

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Em outro exemplo marcante da ascensão da luta popular, Porto Alegre viu sua Câmara dos Vereadores ocupada por oito dias e oito noites por militantes de esquerda que conformaram o Bloco de Lutas, mais uma organização de caráter suprapartidário e horizontal que protagonizou acenos de mudanças políticas. Após protocolarem dois projetos de lei, um de abertura de contrato das empresas de ônibus e outro com vistas ao passe livre, o movimento deixou a Câmara e agora espera os próximos acontecimentos. O Correio da Cidadania, em parceria com a Webrádio Central 3, entrevistou Eliete Floripo, componente do Bloco.

 

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‘Não é só tarifa zero. Precisamos discutir toda a concepção de garantia do serviço público’

Gabriel Brito e Valéria Nader

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Para continuar o assunto, afeito a toda grande metrópole brasileira, o Correio da Cidadania entrevistou a ex-vereadora pelo PT Tereza Lajolo, que também teve passagem pela Secretaria dos Transportes na gestão de Luiza Erundina. “Eu associo tarifa zero diretamente à discussão a respeito do papel do poder público nos transportes”, disse. Além de insistir na necessidade se debater a questão também pelo âmbito da segurança e qualidade, Lajolo aponta para um lado até agora pouco mencionado nos debates: o lado dos trabalhadores dos transportes. “O empresário está embolsando o valor que o motorista e o cobrador deveriam ganhar, as horas extras não pagas, com a anuência deles próprios”, avisa.

 

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‘Em vez da sexualidade, a Igreja deveria priorizar os problemas de justiça social’

Gabriel Brito

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O papa Francisco passou pelo Brasil, suscitando debates sobre as questões mais urgentes na relação Igreja-fiéis. Em entrevista ao Correio da Cidadania, Regina Soares Jurkewicz, da organização feminista Católicas pelo Direito de Decidir, analisa as nuances do novo papado e as ideias até aqui transmitidas nos primeiros dias. “Em princípio, ainda percebemos um conservadorismo, que se fortalece com a presença de um papa carismático. Porque ele é diferente do Ratzinger, que propunha uma visão da Igreja que só condena”, afirmou. Além disso, Regina não mostra satisfação a respeito de suas posições sobre questões da esfera moral e também do papel das mulheres dentro da Igreja.

 

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‘Os dirigentes do PT estão de um lado e a presidente de outro. E isso é muito grave’

Gabriel Brito e Valéria Nader

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Após ultrapassar uma década no poder central, começam a ser feitos os primeiros balanços históricos do PT enquanto partido do poder, potencializados pelas eleições internas de novembro, repletas de chapas e teses que simbolizam uma forte disputa pela hegemonia interna.Em meio a tal reordenamento partidário e à crise política ensejada pelas vigorosas manifestações de junho, o Correio da Cidadania entrevistou a cientista política e professora aposentada da USP Maria Victoria Benevides, uma histórica militante do Partido dos Trabalhadores, que mostrou grande apreensão com o atual momento do partido e principalmente a situação de isolamento em que se encontra a presidente Dilma.

 

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‘Nós temos muitos dados e provas para colocar todo o esquema do propinoduto abaixo’

Gabriel Brito e Paulo Silva Junior


“São fatos que certamente fortalecem muito as lutas. Vamos reforçar o assunto do propinoduto, exigir soluções e a devolução do dinheiro aos cofres públicos, que ajudariam muito a resolver alguns problemas que aguentamos há muito tempo”, disse ao Correio da Cidadania o vice-presidente do Sindicato dos Metroviários, Sergio Renato Magalhães, em mais uma entrevista realizada junto da Webrádio Central3. Já sobre o dia nacional de mobilizações, no último dia 11, ressaltou sua importância, mas destacou que as centrais têm a tarefa de preparar mobilizações e greves maiores, no caso, visando o dia 30 de agosto, data da nova jornada.

 

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‘Descontentamento monumental faz emergir era de rebeliões no Brasil’

Valéria Nader e Gabriel Brito

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Um dos grandes estudiosos do mundo do trabalho, o sociólogo e professor da Unicamp Ricardo Antunes já havia dito, após o estouro da crise econômica internacional, que um novo tempo de ebulição social marcaria o início do século 21, a exemplo, porém não identicamente, do século 20. Para discutir o atual momento das mobilizações sociais no país que se dizia descolado de toda a conjuntura mundial, o Correio da Cidadania voltou a conversar com Antunes, em entrevista dividida em duas partes. Nesta primeira metade, Antunes analisa as razões que fizeram explodir a revolta social em solo brasileiro, além de tratar da entrada em cena do movimento sindical.

 

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Rio de Janeiro e seus Amarildos: o retrato do desmanche de uma farsa

Valéria Nader

Nos últimos anos, a cidade do Rio de Janeiro esteve particularmente afinada ao modelo de desenvolvimento brasileiro, que aprofundou a lógica neoliberal a partir de negócios e parcerias entre o Estado e o grande capital, com privilégios escancarados ao último, ao mesmo tempo em que reforçava o Estado Policial para o controle de insatisfações populares. Ocorre, no entanto, que a realidade está a desmascarar as avaliações canhestras, ufanistas ou tendenciosas.  Dentre outros, está aí Amarildo, mais uma vez a comprovar a hipócrita e tantas vezes glorificada pacificação das UPPs.

 

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‘Rio serviu de laboratório para as cidades-negócio; hoje, é um laboratório de cidade rebelde’

Valéria Nader e Gabriel Brito

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Para analisar o quadro político do Rio de Janeiro, inflamado pelo desaparecimento do pedreiro Amarildo de Souza, após detenção por policiais da UPP da Rocinha, pra não falar da chacina da Maré, o Correio entrevistou o deputado estadual Marcelo Freixo, que atribui os levantes iniciados em junho ao esgotamento da atual fórmula de “governabilidade” política. Freixo traça o quadro desumano a que conduziu a violência que assola o Rio, dentro ou fora das áreas de UPPs. “Só em 2012 nós tivemos 5.900 casos de desaparecimentos no RJ. O caso do Amarildo chama a atenção porque foi numa área de UPP, onde não seria aceitável. Mas é aceitável e tolerado em muitas outras áreas do Rio”.

 

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‘Ficar na rua, desmilitarizar a PM e Tarifa Zero são os três pontos fundamentais’

Gabriel Brito e Valéria Nader

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Após praticamente dois meses sem convocar manifestações, período no qual se dedicou a reflexões e trabalhos de base nas periferias de São Paulo, o Movimento pelo Passe Livre (MPL) voltou às ruas neste dia 14 de agosto. A pauta foi o reforço de suas reivindicações no transporte coletivo e também o impulso do “Fora Alckmin”, que após a explosão do escândalo do propinoduto tucano nas licitações do metrô ganha força. Diante disso, o Correio da Cidadania entrevistou João Victor Pavesi, ativista político presente nas jornadas do movimento, que avalia muito positivamente o mais recente ato e acredita na necessidade de se manterem os três pontos que intitulam a matéria na ordem do dia, constantemente.

 

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‘A associação com a FIFA é absurda e foi assinada pelos governos federal, estadual e municipal’

Gabriel Brito e Paulo Silva Junior

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Em mais um episódio do programa de webrádio Central Autônoma (rádio Central3), o Correio da Cidadania conversou com Fidélis Alcântara, participante da ocupação da Câmara dos Vereadores de Belo Horizonte, que há praticamente 40 dias (com breve interrupção voluntária) pauta a política da cidade.

 

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Governo precisa enfrentar operadoras de telecomunicações para garantir marco civil da internet

Valéria Nader e Gabriel Brito

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Em entrevista ao Correio da Cidadania, o jornalista Pedro Ekman, do Coletivo Intervozes, que há anos estuda e debate com a sociedade questões relativas às políticas na área de comunicação, analisa o projeto de lei, defendendo-o em seus pontos fundamentais, como a neutralidade da rede, a privacidade e a liberdade de expressão. No entanto, ao interesse social se opõem os das grandes operadoras de telecomunicações, cujo lobby é a única explicação para a timidez do governo em avançar de vez no projeto. “O Marco Civil estabelece a questão dos direitos, porque, se não forem colocados em texto de lei, ficam à deriva dos interesses econômicos das grandes corporações”.

 

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Enfraquecida, Dilma fica ainda mais refém do capital

Gabriel Brito e Valéria Nader

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Nesta segunda parte da entrevista com o sociólogo do trabalho Ricardo Antunes, a análise se centra mais nas movimentações partidárias que se seguiram às manifestações populares espalhadas pelo país. No centro do debate, o PT e o governo, que se encontra instável e com popularidade ameaçadíssima pela queda da aprovação popular. Antunes assinala que os levantes ainda não proporcionaram novas lideranças populares, o que permite ao partido de Lula recuperar o terreno perdido, até pelo fato de tais revoltas terem deslegitimado todos os partidos do poder, incluídos os da oposição. “É evidente que entramos numa era de incertezas. Mas a incerteza pode se prolongar”.

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‘Numa sociedade desigual, não basta a filantropia; é preciso fazer a opção pelos pobres’

Gabriel Brito e Leandro Iamin

O Correio entrevistou, em mais um trabalho de parceria com a webrádio Central3 o frei Gilvander Luís Moreira, conhecido por seu ativismo político e social em Minas Gerais, marcado por apoio a ocupações e também na denúncia dos alimentos transgênicos, o que inclusive lhe rendeu perseguições. “É preciso engajar-se nas lutas por justiça, e numa sociedade desigual como a nossa é preciso fazer a opção pelos pobres, como o papa pediu. Isso implica apoiar, na prática, a reforma agrária, as ocupações urbanas e rurais. Implica frear essa idolatria do mercado”.

 

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Contra o sufoco e pela Tarifa Zero, o MPL voltou às ruas

Raphael Sanz

Ainda se pediam explicações sobre o caso do “propinoduto” do metrô. A aliança entre o MPL e o sindicato dos metroviários também é emblemática, pois mostra o caráter social e político do próprio MPL e de que lado do espectro político ele se encontra.

 

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‘O aumento dos juros vai na contramão do que as ruas estão pedindo’

Gabriel Brito e Valéria Nader

Após ser chacoalhado pelas ruas, o governo brasileiro teve sua “maré de azar” reforçada pela estagnação econômica. O governo enfraquecido continua, no entanto, a correr para satisfazer os interesses do capital especulativo, na contramão do que esperavam as vozes das ruas. “O aumento da taxa de juros vai na contramão do que as ruas estão pedindo (...) e significa que o governo precisará ter mais superávit fiscal para cobrir parcelas de juros que vão ficar mais pesadas, em função do custo maior da dívida pública”, disse ao Correio o professor da Unicamp, Plinio de Arruda Sampaio Junior.

 

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‘Operação de fuga de senador boliviano, comemorada pela mídia, foi ato de altíssima ilegalidade’

Valéria Nader e Gabriel Brito

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No centro de diferentes polêmicas no campo das relações internacionais, o governo brasileiro foi obrigado a se pronunciar e agir politicamente. Para discutir o momento, que tem como alguns de seus focos a espionagem dos EUA sobre o Brasil, a detenção de um brasileiro em Londres e, agora, o polêmico asilo ao senador boliviano Roger Pinto no Brasil,  o Correio da Cidadania conversou com Samuel Pinheiro Guimarães, diplomata e ministro dos Assuntos Estratégicos no governo Lula.

 

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‘Ocupação do Cocó ensina a todos uma práxis política radicalmente voltada ao interesse coletivo’

Gabriel Brito

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Com isso, fica registrado mais um triunfo – preliminar, é verdade – do novo momento de lutas sociais vivido pela população brasileira, como a própria Fortaleza pôde ver no mês de junho, uma vez que a cidade esteve entre as que mais colocaram manifestantes nas ruas, durante os protestos generalizados contra todas as esferas de governo e seus parceiros comerciais. De agora em diante, o movimento terá de manter a mobilização em torno do futuro do parque. “Ali, na Ocupação do Cocó, se vive uma ‘Ágora’ contemporânea que, por sua horizontalidade, nos ensina a todos que a representação não está só em mandatos. Experiência linda, radical, que tem muito a nos ensinar”, resume o vereador João Alfredo.

 

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Clima de mobilizações populares pode dar mais força ao Grito dos Excluídos de 2013

Gabriel Brito e Valéria Nader

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Constituído por grupos e movimentos historicamente marginalizados do processo desenvolvimentista do país, o Grito dos Excluídos se afirmou como o manifesto daqueles que se colocam do “outro lado” do chamado “progresso”, o lado mais fraco e invisível. Para comentar a 19ª edição, à luz das recentes revoltas no país, o Correio conversou com Juvenal Rocha, integrante da Comissão Pastoral da Terra. Na conversa, ele lembra que os setores que compõem o Grito já há muito tempo alertavam para os “gritos ocultos” espalhados pelo país.

 

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Prefeitura de São Paulo precisa responder se baixa renda será contemplada pela política de habitação do centro

Gabriel Brito e Leandro Iamin

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Em entrevista ao Correio da Cidadania, Caio Castor, membro do Coletivo Comboio, que ajuda o Moinho com trabalhos urbanísticos e braçais, fala da situação da última favela do centro, que em sua visão “não se encontra contemplada pela política de habitação da prefeitura”.

 

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‘Tenho dúvidas se o objetivo da lei que proíbe protestar de máscara não é gerar mais violência’

Valéria Nader e Gabriel Brito

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Sob a desculpa da violência, a Assembleia Legislativa do RJ aprovou lei que criminaliza o uso de máscaras em atos políticos – rapidamente sancionada pelo governador Cabral. Pra debater o assunto, o Correio conversou com o vereador Renato Cinco. Obviamente inspirada na tática Black Block utilizada pelos manifestantes, a lei, segundo Renato, não passa de mais um instrumento de criminalização de todo e qualquer movimento social combativo. “Avaliar que uma tática de autodefesa pode esvaziar manifestações é justo. Mas isso não tem nada a ver com confundi-los com fascistas”.

 

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7 de setembro mostrou que protestos prosseguem e enfrentam Estado de Exceção policial

Gabriel Brito e Valéria Nader

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O Correio conversou com Francisco Santiago, ativista do Grito dos Excluídos e também do Comitê Popular da Copa. “Foi importante, para mostrar que o processo político está vivo, independentemente de se terem mobilizado 200 cidades ou 500, 200 mil pessoas ou 5 mil.

 

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Assassinato de funcionário da Unifesp é mais um retrato da falência do modelo repressor de segurança pública

Gabriel Brito e Leandro Iamin

O estado de SP se deparou com seu próprio caso Amarildo, com ligeiras diferenças, mas o mesmo ponto convergente: o completo descontrole da violência policial. Para tratar do caso, o Correio entrevistou Mauricio de Oliveira, membro do DCE da Unifesp.

 

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‘Um princípio jurídico importante foi respeitado. Se uns não gostaram, é o de menos’

Valéria Nader e Gabriel Brito

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O Procurador do Estado Marcio Sotelo Felippe menospreza a histeria de parte da mídia e reitera a importância de se respeitarem preceitos praticamente universais do Direito Penal no julgamento do Mensalão.

 

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‘A prática do governo do PSDB é não deixar a Assembleia Legislativa investigar coisa alguma’

Gabriel Brito e Valéria Nader

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Em entrevista ao Correio, o deputado estadual Carlos Giannazi explica como o governo Alckmin tenta agora fazer uma investigação fajuta, ao mesmo tempo em que bloqueia todo requerimento de investigações e convocações mais profundas.

 

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Com Vandalismo: ‘fomos atrás dessas pessoas e as acompanhamos na linha de frente’

Gabriel Brito e Leandro Iamin

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“A ideia do documentário 'Com Vandalismo' veio depois que fizemos o registro da primeira manifestação em Fortaleza, no dia do Brasil x México pela Copa das Confederações, disse Bruno Xavier ao Correio da Cidadania.

 

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‘Dever da esquerda é levar à disputa eleitoral questionamento à governabilidade conservadora’

Valéria Nader

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Passado o vigor inicial das manifestações , entra em cena a disputa eleitoral. Forças governistas e oposicionistas remexem-se no tabuleiro político e, ao que parece, com olhos vendados à virada da conjuntura. Ainda fora da sintonia de todo este radar político-eleitoral estão as discussões sobre o papel das esquerdas nas eleições de 2014. Para o deputado federal Chico Alencar, “a importância das próximas eleições é abrir a oportunidade para que a esquerda colabore com essa multidão de modo que  ela possa expressar um projeto político alternativo, e não apenas insatisfações difusas”.

 

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‘O Estado, a cada manifestação que passa, só deixa mais claro que declarou guerra à população’

Gabriel Brito e Raphael Sanz

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“Não vai parar, não tem mais volta. Isso que aconteceu no Brasil foi uma ruptura, tanto pra escancarar a democracia disfarçada que temos, como pra fazer nossas reivindicações serem ouvidas de uma vez por todas”, resume ao Correio o advogado Luiz Guilherme Ferreira.

 

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‘A homologação e demarcação de terras estão, a cada dia, mais dramáticas para nós indígenas’

Valéria Nader e Gabriel Brito

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Para discutir o momento, no qual tramitam diversos projetos que visam restringir direitos indígenas e colocar sua arbitragem nas mãos de políticos-latifundiários, o Correio conversou com Sonia Guajajara, da Articulação dos Povos Indígenas. “O PLP 227 acabou juntando o que é a PEC 215, a Portaria 303 e ainda a PEC 038. A PEC 215 e a PEC 038 tramitam no Congresso, enquanto a 303 no Executivo. O PLP 227 juntou tudo num pacote só". Em sua análise, trata-se de um velho problema jamais resolvido pelo Estado brasileiro: a recusa em compreender o índio como parte viva da sociedade.

 

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Mídia e Estado seguem em insidiosa ação de deslegitimação das mobilizações e incentivo à violência

Valéria Nader e Gabriel Brito

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“Manifestar sem ser agredido pelas forças do Estado é direito inegociável que deve ser garantido, em forma organizada e política, pelas próprias forças que se manifestam”, disse ao Correio o historiador Mario Maestri, em entrevista que discute a violência do Estado, da Mídia e também a atuação e a tática do black bloc. Maestri não mostra deslumbramento com tal audácia. E quanto à explosão de junho, ainda não impulsionou, em sua visão, a formação de um grande, e mais unificado, movimento, entre outras coisas porque “vivemos ainda o peso subjetivo da terrível derrota histórica do mundo do trabalho”.

 

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Próxima aula dos professores do Rio: cidadania

Raphael Sanz

A excessiva cobertura de confrontos pontuais acabou ofuscando a organização e a agenda dos professores, que começaram muito antes destes últimos atos e cuja relevância para o desenvolvimento brasileiro é infinitamente superior a qualquer outra abordagem oportunista. “O plano de metas é a aplicação do modelo toyotista na educação, não passa de um modelo mercadológico que tenta economizar custos da administração pública e ao mesmo tempo criar uma ideologia de mercado dentro do sistema público”, explica Gustavo Silva, professor em São João do Meriti.

 

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‘Governo está promovendo, com o pré-sal, a maior privatização e entrega da história’

Valéria Nader e Gabriel Brito

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O Correio entrevistou o engenheiro Ildo Sauer, ex-diretor da Petrobras no mandato de Lula, em uma conversa que teve início pelo leilão do pré-sal – do qual os atuais mandatários parecem que não vão arredar pé, a despeito de tantos clamores em contrário. “Esse hibridismo do projeto fernandista com o projeto lulista/dilmista coloca um contexto no qual o governo, agora, promove o leilão parcial do petróleo já encontrado, coisa que nenhum país do mundo faz. Vender petróleo já descoberto, em leilão, sem quantificar exatamente seu valor, é uma inovação estarrecedora”.

 

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‘O patrimônio público está sendo entregue aos grupos econômicos, sem contrapartida e compromisso’

Valéria Nader e Gabriel Brito

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Na segunda parte da entrevista com Ildo Sauer, o Correio discute a direção que o governo tem dado para outras áreas essenciais da infraestrutura. “Interessante lembrar que a candidata Rousseff dizia: ‘é um crime privatizar o pré-sal e a Petrobras’. Pois ela está fazendo as duas coisas: quebrando a Petrobras e privatizando o pré-sal. E privatizando energia, porque é mais fácil para o empresário ter direito de consumir energia do que ser dono das usinas”, alerta, apontando ao sacrifício imposto a Furnas e Chesf, que preservou os lucros dos empresários.

 

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‘Governo tucano e reitoria terão que aprender a negociar com movimentos estudantis na USP’

Valéria Nader e Gabriel Brito

Em meio a protestos com maior visibilidade nacional, a USP voltou a ser posta de manifesto, após a decisão do movimento estudantil em ocupar a reitoria, em moldes diferentes da tentativa de 2011, na qual os estudantes se dividiram até o fim sobre a atitude, quando uma violenta operação policial acabou sumariamente com o movimento. Dessa vez, talvez por conta de novos ventos, os pedidos de reintegração de posse da reitoria foram negados pela justiça. O Correio da Cidadania conversou com a advogada Luisa D’Avola, uma das porta-vozes do DCE uspiano.

 

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‘No maior campo de petróleo já descoberto do mundo, Dilma conseguiu anular até os avanços de Lula’

Valéria Nader

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De um lado, o governo; de outro, a oposição; e, em meio a eles, a mídia privatista. Todos juntos têm produzido uma avalanche de informações absolutamente desencontradas. Uma guerrilha comercial e pré-eleitoral, onde cada um levanta dados e faz análises de acordo com seus próprios interesses. Mas o que realmente aconteceu no dia 21 de outubro de 2013, com o primeiro leilão do pré-sal? É para responder a esta pergunta que, novamente, o Correio conversou com o engenheiro e atual vice da Associação de Engenheiros da Petrobras, Fernando Siqueira.

 

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