Correio da Cidadania

Congonhas e Irresponsabilidade

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O perigo de acidentes representado pelo uso do Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, tem sido de larga data anunciado por vários estudiosos e veículos de mídia.

 

Novo acidente ocorreu há poucas semanas. Um avião de pequeno porte ultrapassou a pista e precipitou-se na direção da avenida Washington Luís. Só não causou maiores danos porque se chocou com a cerca que divide a pista da avenida, mas causou ferimentos em seus ocupantes.

 

Urge retomar as discussões sobre o funcionamento desse aeroporto. Não é possível admitir que a parcela da população da cidade que vive na rota dos aviões corra, de dois em dois minutos, o risco de ter a casa abalroada por uma aeronave.

 

A irresponsabilidade do governo estadual mostra-se ainda maior quando se considera que há alternativas para resolver o problema do pouso e decolagem das aeronaves que se destinam a São Paulo.

 

Já se avaliou desde a construção de um novo aeroporto nos arredores de São Paulo até a utilização, já aventada por especialistas no setor, do aeroporto de Viracopos, no município de Indaiatuba, o que exigiria o deslocamento das operações.

 

A última alternativa, a princípio mais barata, rápida e segura, já chegou inclusive a ser avaliada quando da construção da rodovia dos Bandeirantes. Pois foi para permitir esse eventual deslocamento que se alargou o canteiro central, que divide as duas pistas da estrada. Sendo bem mais largo do que o habitual, tornar-se-ia possível construir uma linha férrea para ligar o aeroporto de Congonhas ao de Viracopos.

 

No escopo desta alternativa, a ideia consistia em que, construindo-se uma linha de metrô entre o aeroporto de Congonhas e os trilhos da ferrovia que liga São Paulo aos subúrbios da zona oeste da cidade, seria possível utilizar as instalações de Congonhas para fazer o check-in e o despacho de bagagens. O restante da área por ele ocupada ficaria livre para aumento da área de estacionamento de automóveis; construção de vias que melhorem o trânsito naquela parte da cidade; edificação de prédios; ou até mesmo para a construção de um parque florestal. Segundo já aventado por estudiosos do ramo, instalados no trem-bala, que os deixaria na porta do avião, os passageiros chegariam a Viracopos em menos de vinte minutos.

 

Esta é apenas uma das soluções que chegaram a ser mais profundamente avaliadas, em um momento em que o tráfego aéreo nem mesmo atingia os atuais patamares assustadores. O que está faltando para que, ainda que não seja mais esta a ideia a ser concretizada, se retome esta discussão?

 

Em uma cidade hoje afetada por uma série de distorções em suas infraestruturas públicas e urbanas, a população precisa voltar a se conectar com mais um tema: o caos aéreo e a possibilidade de novos e ainda mais graves acidentes. Única forma de pressionar os poderes públicos, em especial o Palácio dos Bandeirantes, a pensar seriamente nesta questão.

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