Correio da Cidadania

Um debate apaixonado

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Poucas questões provocaram tanta discussão como a decisão do Supremo Tribunal de Federal sobre a penalização, ou não, do aborto nos casos de feto anencefálico.

 

Quem se der ao trabalho de consultar as famosas redes sociais, se surpreenderá com o número de mensagens pró e contra a criminalização.

 

Trata-se de uma questão bem complexa.

 

Na opinião unânime dos cientistas, o feto anencefálico não sobreviverá mais do que alguns minutos. Nesta hipótese, não se configura o aborto, porque não se está suprimindo uma vida.

 

Contudo, os jornais noticiam a existência de um bebê encefálico que está sobrevivendo. Um caso raríssimo (único mesmo), mas que põe por terra o argumento da inexistência de vida.

 

Parte dos analistas é pela descriminalização deste tipo de interrupção da gravidez, por motivo distinto da discussão sobre a existência ou não de possibilidade de vida nos casos de gravidez anencefálica, pois adotam a tese de que o ato de abortar é um direito da mulher.

 

Assim, o Estado não teria justificativa para interferir nessa decisão, uma vez judicialmente comprovada que a decisão constitui ato livre, independente de qualquer constrangimento e tomada por uma mulher consciente da dimensão do mesmo.

 

A decisão do Supremo de descriminalizar o aborto em tal circunstância - tomada, aliás, por grande maioria de votos - parece, pois, a mais correta.

Comentários   

0 #1 lamentávelfalafala 22-04-2012 00:55
lamentável o viés escolhido pelo correio ao tratar esse assunto. alinhado ao conservadorismo católico, deixa de lado a questão da mulher, do machismo. revirando o assunto, na discussão sobre anencéfalos, calcam uma vez mais a ideia de "defesa da vida", como se a mulher não fosse viva, e a vida fosse o mero fato biológico da fecundação. o aborto deve ser um direito da mulher, que deverá decidir se deseja dar continuidade ou não à gravidez. nem deus, nem a mão cabeluda dos patriarcas que deverão impor a ela essa decisão (embora ela possa consultá-los, se acreditar no primeiro e confiar no segundo). adoro o correio. mas, nesta discussão, é decepcionante. muita defesa do óvulo fecundado, nenhuma defesa daquela que o alimenta. se ela o recusar, como forçá-la ?
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