Correio da Cidadania

Barack Obama

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Barack Obama esbanjou talento e competência na campanha presidencial norte-americana. Se não bastasse seu desempenho nos palanques e debates, só chegar até onde ele chegou, partindo de onde partiu, demonstra que a Casa Branca está sendo ocupada por uma pessoa diferenciada.

 

A esperança de que ele resolva os graves problemas que preocupam a humanidade explica o enorme entusiasmo com que sua vitória foi saudada em todo o mundo.

 

O problema é que a solução da enrascada em que o neoliberalismo meteu o mundo não depende de uma pessoa, por mais dotada que ela seja.

 

A crise econômica e política já adquiriu tais proporções que não será resolvida brevemente e sem muita luta e sacrifício.

 

Menos ainda se Obama decidir pôr em prática a política que esboçou na campanha para solucionar o impasse do Oriente Médio. Sair do Iraque e entrar no Afeganistão significa trocar seis por meia dúzia. O poderio militar das potências do hemisfério norte, como assinala Eric Hobsbawm, é suficiente para esmagar, em muito pouco tempo e com escassas perdas, os raquíticos exércitos dos países subdesenvolvidos. Porém, como se viu na Somália, na década de 80, e está se repetindo atualmente no Iraque, nenhuma dessas gigantescas máquinas de guerra tem condições de ocupar permanentemente uma nação pobre do hemisfério sul.

 

Os norte-americanos e o mundo todo agradecerão a Obama se ele esquecer a segunda parte da sua política para o Oriente Médio no exercício do seu mandato.

 

Esse agradecimento será ainda maior se vier a tomar, de fato, as medidas que prometeu para defender os trabalhadores e a classe média dos efeitos perversos da crise econômica.

 

E este será o grande teste da sua capacidade política. Mas, se sua equipe econômica for constituída pelos assessores que ele ouviu na campanha - Paul Volcker, Robert Rubin, L. Summers -, vai se dar mal.

 

A crise econômica é um episódio daquilo que Phillip Bobbit denomina "guerra epocal". Trata-se do embate das forças do mercado contra o Estado-Nação, a fim de implantar o sucessor deste: o Estado-Mercado do século XXI. Não é com figuras estelares do mercado que Obama poderá vencer essa guerra e realizar a mudança que ele, embora sem detalhar, afirmou tantas vezes ter o povo norte-americano condições de realizar - "Yes, we can".

 

A crise de 1929, cuja origem Bobbit situa nos problemas que provocaram a Primeira Grande Guerra, só foi resolvida após a Segunda Grande Guerra, em 1947, no acordo de Bretton Woods.

 

É um processo dessa magnitude que estamos enfrentando agora. A consciência de tal realidade nos ajuda a colocar numa perspectiva correta a vitória de Obama em 4 de novembro, sem frustrar a alegria que este sopro de esperança despertou em todo o mundo.

 

Império é sempre império, mas evidentemente é melhor ter um Marco Aurélio do que um Nero no comando.

 

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Comentários   

0 #3 barack obamaaninha 30-09-2009 16:53
será que barack obama vai resolver
todos os problemas do mundo! hum pq os de honduras ele não quis resolver.
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0 #2 ACABAR COM GUANTÂNAMOAntônio 10-11-2008 14:06
Coincidentemente, outras entidades de defesa dos direitos civis também acham o que vou expor. OBAKAMA DEIXARÁ CLARO A QUE VEIO A DEPENDER DA ATITUDE QUE TOMARÁ com relação ao campo de concentração de GUANTÂNAMO. Ele terá que acabar com esta excrecência nos primeiros 30 dias de seu governo. Tem outras excrecências recentes decididas pelos pit-buls da era era Bush que tErão que ser revistas imediatamente, a saber, aquela que decide sobre os chamados ataques preventivos. Se não tocar nesses dois pontos, Obama será mais um presidente americano, independente de tudo o que suas origens possam significar. É isso que esperamos de um verdadeiro democrata. ESTAREMOS DE OLHO!
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0 #1 Edmílson Martins de Oliveira 10-11-2008 13:58
Mas o Império Romano estava tão pôdre que, mesmo com Júlio César, Marco Aurélio, etc, desmoronou. Assim será o império Americano. Obama, infelizmente, será apenas um administrador de crises, criadas pela ganância do mercado de capitais. Não comandará, será comandado. Ele,como outros, aceitou essa evidência.
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