Correio da Cidadania

MST mobiliza 10 estados pelo assentamento das 150 mil famílias acampadas

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A jornada nacional de lutas do MST pede o assentamento das 150 mil famílias acampadas em todo o país e denuncia a lentidão da Reforma Agrária, que não avança com falta de recursos disponíveis dentro modelo econômico vigente, e o apoio do governo federal às grandes empresas do agronegócio.

"A reforma agrária está parada em todo o país. A política econômica do governo corta os recursos previstos no orçamento para a Reforma Agrária e não tem dado apoio aos assentamentos, como crédito para produção, além de obras de infra-estrutura, como habitação e escolas", afirma Vanderlei Martini, da coordenação nacional do MST. "Por outro lado, gasta dinheiro na renegociação das dívidas dos latifundiários e nas grandes empresas do agronegócio, que concentram a terra e expulsam os trabalhadores do campo", completa.

 

Foram ocupadas superintendências do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) em seis estados e realizados protestos em órgãos ligados ao Ministério da Fazenda em quatro estados.


Em São Paulo, 500 Sem Terra ocuparam o Incra para cobrar o assentamento imediato das 3 mil famílias acampadas nas estradas paulistas.

Além disso, cerca de 500 trabalhadores rurais fizeram protesto em frente à Secretaria de Justiça do Estado contra o PL 578/2007, que legaliza a grilagem de terras na região do Pontal do Paranapanema.

Em Belo Horizonte, em Minas Gerais, cerca de 400 trabalhadores Sem Terra ocuparam o Incra em defesa do assentamento imediato das 3.200 famílias acampadas em Minas Gerais. As negociações não avançaram e a ocupação deve permanecer até amanhã

Em São Luiz, no Maranhão, 400 trabalhadores ocuparam a superintendência do Incra exigindo o assentamento imediato das 4.000 famílias que permanecem acampadas no estado.

Em Santa Catarina, mais 400 Sem Terra ocuparam a sede Incra em Chapecó  e cerca de 350 trabalhadores fizeram ato em frente à Delegacia Regional do Ministério da Fazenda, em Florianópolis. Cerca de 1.200 famílias estão acampadas à beira das estradas em todo o estado.

Em Alagoas, cerca de 2.000 trabalhadores Sem Terra montam acampamento na Praça Sinimbu, na região central de Maceió, para exigir o cumprimento do processo de Reforma Agrária no Estado. No ano passado, o Incra tinha como meta o assentamento de 3.000 mil famílias, mas apenas 500 receberam seus lotes.

Mais de 1.500 trabalhadores do MST ocuparam os quatro andares do prédio da superintendência estadual do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), em Fortaleza, para cobrar o assentamento das 1.700 famílias acampadas no Ceará.

O Movimento fez atos em órgãos do Ministério da Fazenda para denunciar que o modelo econômico vigente inviabiliza a realização da Reforma Agrária e incentiva a expansão do agronegócio, que está baseado na concentração de terras para a produção de monocultura para exportação.

A jornada de lutas pretende denunciar também o abandono em que se encontra a agricultura familiar, já que o poder público investe cada vez mais dinheiro no agronegócio. Para a safra 2006/2007, foram repassados R$ 50 bilhões para os grandes produtores, enquanto apenas R$ 10 bilhões ficaram disponíveis para a agricultura camponesa (via Pronaf).

O MST ocupou com 300 famílias o prédio da superintendência estadual do Incra, na capital do Rio de Janeiro, para cobrar o assentamento das 1.200 famílias acampadas.

Depois, as famílias fizeram marcha pelo centro e montaram acampamento em frente ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), onde reivindicaram investimentos nos assentamentos e denunciam os empréstimos para grandes empresas do agronegócio.

Cerca de 300 Sem Terra protestaram em frente à Delegacia Estadual do Ministério da Fazenda, em Cuiabá, para cobrar o assentamento das 3.500 famílias acampadas no Mato Grosso.

Em Goiás, 300 Sem Terra fizeram manifestação em frente ao prédio da Receita Federal, em Goiânia, e pediram o assentamento imediato das cerca de 4 mil famílias acampadas.

Na Paraíba, Cerca de 1000 famílias do Sem Terra ocuparam, na manhã desta segunda-feira (24), o prédio da Secretaria da Fazenda, em João Pessoa, para cobrar o assentamento das 3.700 famílias acampadas na Paraíba e pedir mudanças na política econômica.

 

Panorama

 

Os protestos pretendem denunciar que a Reforma Agrária está parada em todo o país e denunciar que os trabalhadores e trabalhadoras rurais sofrem com o aumento da concentração de terras, com o avanço do agronegócio no Brasil. Isso tende a se agravar com a expansão dos biocombustíveis.

O MST defende um modelo agrícola baseado nas pequenas propriedades para a produção de alimentos e geração de empregos. Dessa maneira, reivindica o assentamento imediato das 150 mil famílias que permanecem acampadas. Além de promover a desconcentração da terra, movimentaria a economia gerando 750 mil empregos diretos e outros inúmeros indiretos.

O MST denuncia também a compra de terra por empresas estrangeiras, que vão apenas desenvolver um modelo de produção atrasado, baseado na monocultura, na destruição do meio ambiente e na exploração do trabalhador.

Os Sem Terra defendem um modelo de Reforma Agrária que dê condições reais ao trabalhador de produzir alimentos saudáveis para a população, a partir da viabilização de crédito para infra-estrutura, moradia digna, assistência técnica, educação e saúde.

 

 

Fonte: MST

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