Correio da Cidadania

Protestos em nove estados marcam Dia do Trabalhador Rural

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Cerca de 27 mil pessoas, em nove estados brasileiros, participaram das mobilizações desta quarta-feira (25), Dia do Trabalhador Rural, para cobrar mudanças na política agrária do Estado.

Desde ontem (24), os camponeses promovem ações que integram a Jornada Nacional de Lutas da Via Campesina, exigindo o assentamento de 150 mil famílias que estão acampadas em todo o Brasil e infra-estrutura para os assentamentos, como crédito para habitação, produção, assistênciatécnica, educação e saúde.

Em Sergipe, pela manhã, 8 mil pessoas participaram de trancamentos de rodovias e de uma lavagem simbólica do prédio do Tribunal de Contas do estado contra a corrupção. À tarde, 18 mil trabalhadores rurais se reuniram em um grande ato no ginásio Constâncio Vieira, pelo dia do Trabalhador Rural. No fim da tarde, os agricultores realizaram atos em frente às agências centrais da Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil, por crédito e habitação.

Cerca de 500 famílias bloquearam a BR 101 no município de Escada, em Pernambuco, perto da escola agrícola da cidade. Além disso, 100 famílias reocuparam a Fazenda Nova, em Águas Belas. Também houve ocupações no município de Tacaratu (Fazenda Capim com 130 famílias), e em Ibimirim (Fazenda Vale do Ibimirim, com 160 famílias).

Na Bahia, cerca de 2,5 mil pessoas fecharam a ponte que liga Juazeiro (BA) a Petrolina (PE), para reivindicar a desapropriação de terras e o assentamento de 3,5 mil famílias nos projetos de irrigação Salitre (Juazeiro) e Pontal Sul (PE), destinados ao loteamento para o desenvolvimento do agronegócio. Os manifestantes conseguiram garantir uma audiência para a próxima terça-feira (31), com os governadores dos dois estados e os ministros da Integração Nacional e Desenvolvimento Agrário.

Em Alagoas, as cerca de 600 famílias do MST, MLST, MTL e CPT que ocuparam ontem as terras griladas pelos irmãos Calheiros realizaram hoje pela manhã um ato contra a grilagem de terras e a violência no campo no município de Murici, berço da família do presidente do Senado, Renan Calheiros. Na região do agreste, o MST realizou uma ocupação no município de Craíbas, região agreste, com cerca de 80 famílias. A fazenda foi considerada improdutiva pelo Incra, mas não foi desapropriada.

No Rio Grande do Norte, 55 estudantes dos cursos de magistério e enfermagem do MST no estado ocupam o prédio do INCRA em Natal desde segunda-feira (23) para exigir liberação de recursos do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera).

No Rio de Janeiro, cem famílias Sem Terra ocuparamm uma agência da Caixa Econômica Federal em Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense. As famílias pedem a liberação de recursos para financiar as lavouras e cobram mais créditos para a agricultura familiar.

No Rio Grande do Sul, cerca de 10 mil agricultores protestaram pela negociação da dívida da pequena propriedade e realizaram vigílias durante todo o dia em agências da Caixa Econômica Federal, para pressionar o governo e a Caixa a criarem um programa específico de habitação para a agricultura camponesa e assentados da reforma agrária.

Em São Paulo,  200 famílias seguem ocupando a Fazenda da Barra II, no município de Ribeirão Preto - para denunciar o avanço predatório do agronegócio e da cana-de-açúcar e todas as suas implicações sociais e ambientais. Atualmente, a área está arrendada para a Usina da Pedra e há inquérito contra a realização de queimadas e devastação ambiental.

No Paraná, cerca de cinco mil famílias assentadas continuam ocupando agências do Banco do Brasil em 16 municípios, para reivindicar a renegociação de dividas do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), infra-estrutura nos assentamentos para o escoamento da produção, além de um programa para a construção de agroindústrias para os assentados. O prédio da Conab em Curitiba também segue ocupado.

 

Fonte: MST 

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