Correio da Cidadania

Como sair da crise do transporte aéreo

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Não tem propósito construir um novo aeroporto nas cercanias de São Paulo, a fim de manter Congonhas funcionando.

 

Todos sabem que a aglomeração de edifícios na rota das decolagens e pousos torna Congonhas um aeroporto perigoso, seja qual for o número de operações.

 

Todos sabem também que Viracopos foi construído, nos anos cinqüenta, para ser o aeroporto internacional de São Paulo.

 

Todos sabem finalmente que o canteiro central da rodovia dos Bandeirantes é mais amplo do que o normal, precisamente para deixar um espaço adequado ao tráfego de trens expressos, a fim de fazer a ligação direta entre São Paulo e Viracopos.

 

Da construção de Viracopos (1958-1962) até hoje, as tecnologias relacionadas com o transporte aéreo e com o transporte ferroviário evoluíram extraordinariamente, de modo que a previsão dos construtores daquele aeroporto tornou-se mais interessante ainda.

 

A solução mais segura, mais econômica e, sobretudo, definitiva, é claramente outra. Trata-se de desativar as pistas de Congonhas; usar o edifício do aeroporto, tal como se encontra hoje (portanto, sem perder os investimentos feitos recentemente em sua ampliação), para o check-in; construir uma linha de metrô entre Congonhas e a linha férrea que margeia o rio Pinheiros (são uns dois ou três quilômetros, no máximo); construir uma linha férrea para trens de alta velocidade entre São Paulo e Viracopos (são apenas 100 km, em terreno favorável, o que possibilitará uma viagem de menos de meia hora); utilizar a área das pistas (que é enorme) para um grande projeto de construção de prédios residenciais, o que ajudaria a pagar boa parte dos custos da linha de metrô e da ferrovia; destinar Cumbica aos vôos domésticos e Viracopos aos internacionais.

 

Compare-se este esquema com a proposta de um novo aeroporto.

 

Onde encontrar um espaço próximo sem os problemas de aglomeração urbana? Qual será o custo real (e não o fictício anunciado pelo governo) da construção? A Grande São Paulo suportará mais um enorme impacto de destruição ambiental? Quais os custos econômicos e sociais disso tudo para o país?

 

É importante indagar porque uma solução definitiva e exeqüível como a que foi aqui apresentada não é sequer cogitada. Por uma razão muito simples: os clientes habituais do transporte aéreo moram nas proximidades de Congonhas e não querem ter o incômodo (real) de atravessar metade da cidade para chegar em Cumbica. São eles os que mandam na cidade e no país, de modo que a solução de bom senso vai exigir muita pressão dos pensam no Brasil e não apenas na sua comodidade.

 

 

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